Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Fisiologia Vegetal
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE ESPÉCIES FLORESTAIS DA AMAZÔNIA: ABORDAGEM MORFOLÓGICA E BIOQUÍMICA E SUAS IMPLICAÇÕES ECOFISIOLÓGICAS
Flávia Camila Schimpl 1
Roniscley Pereira Santos 2
Larissa Ramos Chevreuil 3
José Francisco de Carvalho Gonçalves 4
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Aluna de Iniciação Científica
2. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Aluno de Doutorado
3. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - MSc. Bolsista PCI
4. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - Dr./Orientador
INTRODUÇÃO:
Os fatores que afetam o estabelecimento e a sobrevivência das plântulas são complexos. Por sua vez os estádios biológicos que antecedem estas etapas também não são triviais. Por exemplo, a germinação de sementes frente aos fatores endógenos e exógenos que determinam o sucesso do processo germinativo interagem fortemente, mas os mecanismos ainda não são totalmente conhecidos. Em parte, devido as adaptações morfofisiológicas dos cotilédones além da mobilização das reservas orgânicas. Desta forma, o objetivo deste estudo foi investigar os aspectos morfométricos da semente, fisiológicos e bioquímicos da germinação das espécies Parkia multijuga Benth (fava-arara) e Dinizia excelsa Ducke (Angelim vermelho) visando interpretar as implicações ecofisiológicas da germinação.
METODOLOGIA:
Sementes de P. multijuga e D. excelsa foram coletadas na Reserva Florestal Adolpho Ducke e após assepsia, quebra de dormência e embebição, foram germinadas em papel germiteste à 30ºC. Os metabólitos primários foram monitorados nos cotilédones, nos tempos 0, 5, 10, 15 e 20 dias após a embebição. Os carboidratos foram quantificados pelo método fenol-sulfúrico, os lipídios por diferença de massa após extração em éter de petróleo, e a proteína bruta foi determinada pelo método de Kjeldahl.
RESULTADOS:
As sementes de P. multijuga, com cotilédones de reserva nutritiva, apresentaram medidas de 4,8±0,4 cm de comprimento, 1,4±0,2 cm de largura e 1,1±0,1cm de espessura, e D. excelsa, com cotilédones de função fotossintetizante, 1,3±0,1 cm de comprimento, 0,8±0,1cm de largura e 0,16±0,01 cm de espessura. Sob temperatura de 30ºC a germinabilidade das duas espécies foi superior a 75%. P. multijuga germinou em média com 9,5 dias e índice de velocidade de germinação de 0,7 e D. excelsa com 3,6 dias e índice de velocidade 6,2. A composição de açúcares solúveis, lipídios e proteínas foi maior na D. excelsa, sendo as proteínas o metabólito majoritário (34%). Apesar do baixo conteúdo de lipídios nos cotilédones de P. multijuga, o comportamento deste metabólito durante a germinação foi inverso ao dos açúcares solúveis, sugerindo possível conversão de lipídios em carboidratos, forma mais efetiva para utilização. Até o 5º dia após a semeadura de D. excelsa não houve degradação dos metabólitos que conferem energia, sendo possível a utilização das reservas contidas no endosperma na fase inicial do processo germinativo. As proteínas foram rapidamente mobilizadas, haja vista a necessidade do estabelecimento do aparato fotossintético.
CONCLUSÃO:
As características morfofisiológicas e germinativas apresentadas por P. multijuga, sugerem que esta espécie seja tolerante a sombra, predominando no estádio final da sucessão florestal. Ao passo que as características apresentadas por D. excelsa, são típicas de espécies com baixa tolerância a sombra, do estádio inicial da sucessão. Portanto, do ponto de vista ecofisiológico, as espécies estudadas
Instituição de Fomento: CNPQ
Palavras-chave: Mobilização de reservas, Sucessão florestal