Reunião Regional da SBPC em Boa Vista |
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 1. Ecologia Aplicada |
CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS E IDENTIFICAÇÃO DAS ALGAS PERIFÍTICAS E FITOPLANCTÔNICAS DO RIO BRANCO E DA FOZ DOS IGARAPÉS GRANDE, CAXANGÁ E MIRANDINHA EM BOA VISTA-RR |
Raquel da Silva Gomes 1 Hiumi Lopes de Souza 1 Eliana Fernandes Furtado 2 Núbia Abrantes Gomes 3 |
1. IFRR 2. Prof. Esp. - IFRR - Orientadora 3. Prof. Dr. - UFRR - Orientadora |
INTRODUÇÃO: |
As algas exercem função essencial para a produtividade e funcionamento dos ecossistemas lacustres por constituírem a base da teia alimentar. São, por conseguinte, organismos essenciais para a economia de um lago, rio ou igarapé (Jackson, 1968; Esteves, 1992; Goulding, 1980; Bayley,1989), contribuindo para o fluxo de energia e para a dinâmica de nutrientes (Wetzel, 1978, 1989). Além disso, produzem oxigênio que é liberado no meio, principalmente quando a comunidade cresce e a fotossíntese supera a respiração (Balech, 1977). Outro importante papel realizado por algas de água doce é manutenção do equilíbrio ecológico de um ecossistema, através da bioindicação da qualidade. Ambientes aquáticos eutrofizados geralmente propiciam florações de algas azuis, modificando o odor e sabor da água (BRANCO, 1986). Entre as espécies de algas bioindicadoras, destacam-se as clorófitas e diatomáceas. Esta pesquisa identifica características ambientais e analisa a presença de algas perifíticas e fitoplanctônicas como bioindicadoras da qualidade ambiental. |
METODOLOGIA: |
O rio Branco foi percorrido na área urbana do Município de Boa Vista, RR e dividido em cinco estações, onde as características ambientais foram medidas utilizando alguns parâmetros citados no protocolo de Ohio (1987), modificado por CALLISTO et al. (2002), como características da água e sedimento, temperatura do ar e da água, tipo de ocupação das margens, alterações antrópicas, erosão, extensão da mata ciliar, cobertura vegetal e seu estado de conservação, odor e oleosidade da água. As estações de coletas foram estabelecidas levando em consideração a facilidade de acesso aos locais, as áreas utilizadas por banhistas e as construções de casas nas margens dos cursos d’água. O processo utilizado para coleta das algas fitoplanctônicas na pesquisa ocorreu de duas formas, com a rede de plânctons e passando o frasco aberto no meio da massa visível de algas. Para conservação do material foi utilizada solução de Transeau (6:3:1). As amostras foram analisadas em microscópio óptico. |
RESULTADOS: |
Entre as algas perifíticas as mais abundantes nesses períodos foram Oedogonium no Ig. Caxangá e no rio Branco. Surirella e Melosira. A alga fitoplanctõnica Planktothrix agardhii esteve presente em quase todos os igarapés. Euglena e Phacus foram mais presentes na foz dos ecossistemas mais eutrofizados, pois resistem ao alto teor de matéria orgânica dos despejos domésticos clandestinos. Apesar das precárias variáveis ambientais observadas nos igarapés Mirandinha e Caxangá, as estações apresentaram as maiores biodiversidades de algas. Onde ocorre a presença de mata ciliar nativa foi observada uma intensa autodepuração em poucos metros do lançamento de esgoto doméstico clandestino, caracterizada pelo aumento da biodiversidade. A maior função de força para mudanças na estrutura da comunidade de algas perifíticas foi a precipitação e a ação antrópica com despejo de resíduos (líquidos e sólidos) clandestinos. |
CONCLUSÃO: |
A interferência humana ás margens desses recursos hídricos é responsável pelas mudanças na comunidade de algas perifíticas e fitoplanctônicas ocasionando a redução da biodiversidade. Assim sendo, surge à necessidade de planejamento municipal com a elaboração de projetos de educação ambiental, revitalização das microbacias e manutenção dos Corredores Ecológicos existentes, exigidos em Leis. |
Palavras-chave: fitoplanctôn e perifíton, microbacias, poluição ambiental. |