Reunião Regional da SBPC em Boa Vista |
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia |
EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAIS NOTIFICADOS NA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA NO ESTADO DE RORAIMA NO ANO DE 2009 |
Shirley Aparecida Carvalho Rabelo 1 Janaina Dorneles Mahlke 2 |
1. Farmacêutica/Especialista em Saúde da Família/Prof. Faculdade Cathedral 2. Farmacêutica/Mestre em Ciências Farmacêuticas, UFSM-RS/Prof. Faculdade Cathedral |
INTRODUÇÃO: |
A Lei 8.080 prevê a promoção, proteção e recuperação da saúde. A vacinação entra no quadro de promoção da saúde em relação às doenças imunopreveníveis com adoção de mecanismos que protegem a vida e a saúde do individuo e também a sociedade em geral. Os componentes das vacinas podem causar reações previsíveis ou não e por isso foi criado o Sistema Nacional de Investigação de Eventos Adversos Pós-Vacinais que tem por objetivos a notificação mais rápida e também a identificação de eventos novos e/ou raros. Este trabalho propôs realizar um levantamento sobre as notificações de reações adversas às vacinas no Estado de Roraima no período de janeiro a dezembro de 2009. |
METODOLOGIA: |
Esta é uma pesquisa epidemiológica, exploratória, descritiva e abordagem quantitativa, no qual foi utilizado como instrumento para coleta de dados as Fichas de Notificação dos Eventos Adversos Pós-Vacinais após autorização para utilização de informações contidas em banco de dados Centro de Referencia de Imunobiológicos Especiais, localizado no Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMI) em Boa Vista, RR. Nestas Fichas de Notificação constam informações sobre o paciente e a unidade de saúde de aplicação, o imunológico (dose, data de aplicação, laboratório, lote), informações do evento (tempo decorrido entre a aplicação e a reação da vacina, evolução e fechamento do caso e conduta frente ao esquema vacinal), dados sobre o atendimento médico, quando necessário resumo clínico, observações e dados do responsável pelo preenchimento da notificação. |
RESULTADOS: |
Observou-se 21 notificações de reações vacinais, onde doze tiveram a confirmação e identificação do que ocasionou o evento adverso, dois casos descartados, um caso em investigação, um indefinido e, em 5 dos casos não houve preenchimento em relação ao fechamento. Das notificações 85% ocorreram em crianças entre um e 36 meses de vida, destes casos, 15,5% a conduta vacinal foi contra indicado com troca de esquema, 5,88% em investigação e 78,62% manteve-se o esquema vacinal. As vacinas mais motificadas foram tetravalente (50,0%), BCG (15,0%), febre amarela (10%) e tríplice bacteriana, rotavírus, VHB, tríplice viral, dupla viral e anti-rábica com 4,17% cada uma. Dos eventos adversos o episódio hipotônico hiporresponsivo apresentou maior representatividade normalmente associado às vacinas tríplice bacteriana, tríplice acelular e tetravalente devido ao componente pertussis, com surgimento de febre menor de 39,5º em 30% dos casos. As reações das vacinas tríplice e dupla viral foram às esperadas podendo ocorrer em indivíduos com hipersensibilidade aos componentes da vacina inclusive aqueles que apresentaram reações com a vacina da Febre Amarela. Em 85% das fichas de notificação foram observadas falta de dados e/ou preenchimento incorreto dos campos gerando dados imprecisos. |
CONCLUSÃO: |
O estudo demonstrou que os eventos adversos notificados não foram graves não necessitando de atendimento médico complexo, concluindo-se que os benefícios da vacinação em prevenir doenças superam os riscos dos possíveis eventos adversos provocados pela mesma. Importante ressaltar que a pesquisa apresentou dados inconsistentes devido ao despreparo dos profissionais, lembrando a necessidade de manter equipes de saúde capacitadas para o desenvolvimento do trabalho de vigilância. |
Instituição de Fomento: Faculdade Cathedral |
Palavras-chave: Eventos adversos, Vacinas |