Reunião Regional da SBPC em Boa Vista |
D. Ciências da Saúde - 5. Farmácia - 6. Farmácia |
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS ENTRE FÁRMACOS E FITOTERÁPICOS À BASE DE CHÁ VERDE OU Garcínia cambogia |
Celina Hissame Hara 1 Janaina Dorneles Mahlke 2 |
1. Farmaceutica/Pós-Graduanda em Farmacologia Clínica/Faculdade Cathedral 2. Farmacêutica/Mestre, UFSM-RS/Prof. Orientadora, Faculdade Cathedral |
INTRODUÇÃO: |
A crescente utilização de fitoterápicos como componentes alternativos ou mesmo complementares da terapêutica medicamentosa merece especial atenção, levando-se em conta que muitas vezes o uso desses recursos é estimulado de maneira pouco criteriosa, recomendadas, em geral, por pessoas leigas no assunto ou pelo próprio paciente por automedicação, sob a alegação de que o que é natural não faz mal. Entretanto a automedicação é particularmente preocupante quando é realizada em conjunto com outros medicamentos, podendo levar a efeitos adversos, sinérgicos ou antagônicos e, portanto, aumentar o potencial de interações fármacos-fitoterápicos. Nesse trabalho foi realizado um levantamento bibliográfico sobre as principais interações entre fármacos e medicamentos fitoterápicos elaborados à base de chá verde e Garcínia cambogia, com a finalidade de contribuir para a divulgação e prevenção das possíveis interações. |
METODOLOGIA: |
Para fazer a elaboração deste trabalho realizou-se um levantamento bibliográfico para compilar as melhores informações sobre potenciais interações medicamentosas do chá verde e Garcínia cambogia com determinados fármacos. Para isso, foram utilizadas as bases de dados MEDLINE, PUBMED, SCIELO, LILACS e as monografias de fitoterápicos e plantas medicinais da Organização Mundial da Saúde (WHO), utilizando-se como palavras-chaves os binômios científicos “Camellia sinensis” e “Garcinia cambogia”, sem restrição de data, idioma e tipo de publicação e indexados até julho de 2010. |
RESULTADOS: |
A Camellia sinensis contém grandes quantidades de cafeína e componentes polifenólicos. Alguns estudos demonstraram que o consumo de chá verde está associado com risco reduzido de doenças cardiovasculares, doenças degenerativas e câncer. Estudo publicado em 2006, na Carcinogenesis, mostrou evidências da combinação com tamoxifeno resultou um efeito inibitório maior de tamoxifeno sobre a proliferação do receptor de estrogênio de células cancerosas da mama humano in vitro e in vivo. Outro estudo publicado em 1999, foi relatado casos de provável antagonismo da varfarina (inibidora de fatores de coagulação dependentes da vitamina K) pelo chá verde (fonte de vitamina K) antagonizando a ação da varfarina. Vários casos de hepatotoxicidade após o consumo de suplementos alimentares contendo chá verde têm sido relatados e as suspeitas de reações hepáticas podem, provavelmente, ser atribuídas às catequinas, particularmente, a epigalocatequina deste chá. É sugerido que o chá verde tem efeito sobre a perda de peso mediante um aumento da termogênese e da oxidação de gorduras. Já a Garcinia cambogia tem aplicação terapêutica de auxílio na função pancreática e na regulação de glicose e no tratamento da obesidade. Aparentemente existe correlação entre o ácido hidroxicítrico e a toxicidade hepática. |
CONCLUSÃO: |
A falta de informações sobre as propriedades das plantas medicinais e associação com medicamentos, somados ao conceito de inocuidade constituem fatores preocupantes da automedicação. Embora algumas plantas tenham apresentado efeitos farmacológicos em estudos pré-clínicos, é importante alertar a população e os profissionais da saúde sobre possíveis interações medicamentos/fitoterápicos/suplementos vegetais, que podem aumentar os efeitos colaterais, a toxicidade ou até a eficácia do tratamento. |
Instituição de Fomento: Faculdade Cathedral |
Palavras-chave: Camellia sinensis, Garcinia cambogia, interação medicamentosa. |