Reunião Regional da SBPC em Boa Vista |
G. Ciências Humanas - 5. História - 8. História Regional do Brasil |
DOCUMENTANDO A MEMÓRIA DE BOA VISTA/RR NA DÉCADA DE 1950 |
Patrícia Maria Rodrigues Maravalha 1 Carla Monteiro de Souza 2 |
1. Universidade Federal de Roraima - UFRR, Graduanda em Letras, PIBIC/CNPq 2. Universidade Federal de Roraima - UFRR, Dra História - DHIS/PPGL, Orientadora |
INTRODUÇÃO: |
Este trabalho apresenta os resultados do projeto que visou contribuir na constituição de um corpus documental História e Memória de Boa Vista/RR na década de 1950, através da recolha e tratamento de relatos memorialísticos de antigos moradores de Boa Vista, que enfoquem o recorte temático e temporal do projeto. Até agora já trabalhamos de forma densa duas obras: a de Laucides Oliveira, Boa Vista 1953, uma aventura... Ah! anos de minha juventude, de 2007, autobiográfica, e a de Olavo Viana Braga, Momentos da história de Roraima, de 2002, um relato histórico. |
METODOLOGIA: |
Cada obra coletada foi catalogada em uma ficha de Referência – identificação e temas – e de Resumo – sumarização do conteúdo. Os relatos já incorporados São obras de caráter auto-referencial e, por isso, adotamos uma categorização abrangente, a “escrita de si”, visando estabelecer um traço de contato entre elas, aproximando-as na sua diversidade e a sua abordagem como texto e como fonte. A chamada “escrita de si”, segundo Ângela de Castro Gomes, “integra o conjunto de modalidades do que se convencionou chamar de produção de si no mundo moderno ocidental”, e pode ser entendida a partir do estabelecimento de práticas e de manifestações de uma certa relação entre o indivíduo e seus documentos (2004, p.10-13). Ao tomarmos esses registros memorialísticos como fontes, partimos das concepções de Halbwachs (2006), que definem a memória como fenômeno social inscrito em quadros sociais da memória. |
RESULTADOS: |
Nesse marco, as duas leituras realizadas abriram inúmeras possibilidades de abordagem: informativa – dados, informações e fatos cotejados com outras fontes; literário – como texto, no aspecto linguístico, estilístico e como manifestação de uma certa visão sobre a cidade; histórico – como um documento que expressa a memória individual e a coletiva. O trabalho com esses textos vem subsidiando o enfoque de aspectos importantes para o estudo da cidade: das identidades, da produção da memória social e coletiva, das sociabilidades, da relação subjetividade/objetividade na vida urbana local. |
CONCLUSÃO: |
Existem vários textos como estes sobre Boa Vista e Roraima, que são tomados basicamente como receptáculos de informações históricas e de uma verdade testemunhal e inefável. A abordagem destas narrativas deve ultrapassar esses dois níveis, fazendo jus a sua riqueza na “leitura” da e sobre a cidade: como fontes – como uma das visões possíveis sobre a cidade e sua história – e como textos literários – um registro do imaginário e das representações que engendram práticas |
Instituição de Fomento: Universidade Federal de Roraima |
Palavras-chave: escrita de si, cidades, fontes. |