Reunião Regional da SBPC em Boa Vista |
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenhar - 6. Recursos Florestais e Engenharia Floresta |
AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES ADESIVAS DE EXTRATIVOS DE ESPÉCIES FLORESTAIS DA AMAZÔNIA |
Geycyane Silva de Sousa 1 Maria de Jesus Coutinho Varejão 2 Cristiano Souza do Nascimento 3 |
1. Acadêmica de Eng. Florestal/INPA/ Bolsista PAIC/FAPEAM 2. Doutora/CPPF /INPA/ Orientadora 3. Mestre/INCT Madeiras da Amazônia/INPA/Co-orientador |
INTRODUÇÃO: |
A casca tem sido considerada por muito tempo como um simples resíduo da indústria de transformação da madeira. Na atualidade vem sendo usada para outras finalidades, como a obtenção dos extrativos (metabólitos secundários) em especial os taninos para formulação de adesivos naturais. A escolha de adesivos na indústria madeireira é de grande importância para se obter produtos de qualidade. Porém, devido à natureza tóxica dos adesivos sintéticos, estudos promissores vêm sendo efetuados para a substituição de fenóis de origem sintética por substâncias fenólicas de origem vegetal. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar as propriedades adesivas das formulações a partir de extrativos obtidos de casca das espécies florestais Eperua purpurea Benth. (iébaro) e Hydrochorea corymbosa (Rich.) Barneby & Grimes (pracaxi da beira). |
METODOLOGIA: |
As cascas foram coletadas no município de São Gabriel da Cachoeira/AM e transferidas para o laboratório de química da madeira (CPPF/INPA) em Manaus. Os extrativos foram obtidos com etanol 95% em lavadora ultrassônica UNIQUE a 650C. O teor de taninos e polifenóis totais foram quantificados pelo Método Stiasny. Os adesivos foram formulados com os extrativos, usando-se fortificante fenólico e paraformaldeído, como endurecedor. Em lâminas de madeira (Protium sp.) nas dimensões 2x10x0,5 cm foram espalhados a cola extrativa e prensadas com garras metálicas sob aquecimento (1000C). Chapas coladas com resina sintética de uréia foram utilizadas como padrão comparativo. Para avaliar a resistência da linha de cola, as amostras foram submetidas ao teste de faca. |
RESULTADOS: |
Os extratos tânicos obtidos são sólidos de coloração marrom-avermelhados, em mistura de material amorfo cristalino. Estes materiais não foram totalmente solúveis em água, mas dissolvem-se bem com adição de NaOH e aquecimento (400C). As cascas das espécies avaliadas apresentaram alto teor de polifenóis totais (acima de 30%), e os taninos detectados são do grupo das catequinas (taninos condensados). Quanto às formulações adesivas, os resultados indicam que a formulação com extratos de Hydrochorea corymbosa apresentaram uma melhor linha de cola (resistência) na chapa, tendo maior potencial para colagem de madeira, enquanto que o extrato Eperua purpurea não demonstrou o mesmo potencial nas condições que foram estudadas. |
CONCLUSÃO: |
Portanto, o extrato obtido da espécie Hydrochorea corymbosa pode ser uma fonte potencial na produção de adesivo natural de fonte renovável e ecologicamente correto. Sugere-se que novas pesquisas devem ser conduzidas, no intuito de melhorar as características dessas formulações adesivas, para garantir uma maior resistência do adesivo na manufatura de painéis. |
Instituição de Fomento: CT-Amazônia/CNPq “Estudos Tecnológicos de alternativas de uso de resíduos florestais na Amazônia Central” |
Palavras-chave: adesivos naturais, casca, leguminosas arbóreas. |