Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 2. Química Ambiental
ESPÉCIES METÁLICAS (Cu, Fe, K, Li, Mn, Ni e Zn) NO “JAMBÚ”, Acmella oleracea, COMERCIALIZADO EM BOA VISTA/RR
Magda Márcia Becker 1
Teresa Maria Fernandes de Freitas Mendes 2
1. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Química/UFRR
2. Prof. DSc. do Programa de Pós-Graduação em Química/UFRR
INTRODUÇÃO:
O jambú, Acmella oleracea, é uma hortaliça originária da América do Sul e utilizada para diversos fins, principalmente, no Norte do Brasil. Apesar do seu alto consumo, são encontrados poucos registros do seu valor nutricional, cujo sabor picante causa o entorpecimento da língua e boca. A medicina popular utiliza suas folhas e flores em afecções da boca e garganta. Na indústria, seus extratos vêm sendo utilizados em produtos de higiene oral e, recentemente, em cosméticos como agente anti-sinais de envelhecimento, cujas propriedades são atribuídas à presença da alcamida alifática, espilantol. Os objetivos deste trabalho foram quantificar Cu, Fe, K, Li, Mn, Ni e Zn em amostras de jambú, considerando a essencialidade fisiológica destas espécies.
METODOLOGIA:
Aproximadamente 4,5 kg de jambú in natura, adquiridos em feiras livres de Boa Vista/RR, foram lavados, removidos seus talos, selecionadas e separadas suas folhas e flores sadias. Três amostras compostas foram preparadas formadas por: (1) flores; (2) folhas; (3) folhas e flores, tal como utilizado na culinária. As amostras foram desidratadas, maceradas em gral de porcelana e retirados 0,5 g de folhas e folhas-fores e 0,3 g de flores, em triplicatas. As massas foram calcinadas em forno mufla a 550 ± 16 °C até completa oxidação, as cinzas foram dissolvidas em HNO3 a 2 % (v/v), adicionados 10 mL de La3+ 10000 ppm, diluídas para 50,0 mL e filtradas. As determinações de Cu, Fe, Mn, Ni e Zn foram feitas por Espectrometria de Absorção Atômica por Chama (Varian, Spectra AA 50B, usando corretor de deutério) e de K e Li por Fotometria Atômica (Digimed DM 61).
RESULTADOS:
Os teores de matéria inorgânica e cinzas das amostras estudadas são próximos aos de outras hortaliças relatadas na literatura. Os resultados apresentaram desvios padrão relativos inferiores a 10 % e os teores de Ni abaixo do Limite de Quantificação para todas as amostras. Os experimentos de adição e recuperação se mostraram entre 90 a 110 % para os elementos de transição e perdas para os alcalinos. As amostras de folhas apresentam as maiores concentrações em Fe, enquanto que as de flores em Cu e Zn e as de folhas-flores em K, Li e Mn. Considerando os valores de referência diários para ingestão dos nutrientes, as amostras de flores, folhas e folhas-flores do jambú se mostram ricas nos nutrientes estudados. Apesar dos poucos registros encontrados na literatura da composição inorgânica das folhas e flores da Acmella oleracea e de uma comparação entre concentrações de nutrientes em vegetais ser complexa, devido a fatores edafoclimáticos, biodisponibilidade, entre outros, os teores obtidos em Fe e Zn na amostra de flores são inferiores, enquanto que o Cu e Mn são superiores aos dados da literatura.
CONCLUSÃO:
Os resultados mostraram que o método é eficiente para a quantificação dos elementos transição e as amostras de jambú estudadas revelaram ser uma rica fonte alimentar em Cu, Fe, K, Li, Mn e Zn, além de assinalar novas informações sobre alimentos nacionais que poderão ser úteis na formação de uma base de dados da composição mineral.
Palavras-chave: biodispinibilidade, essencialidade, metais.