Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 3. Fitossanidade
RESISTÊNCIA DE GENÓTIPOS DE FEIJÃO-CAUPI AO PULGÃO-PRETO, CIGARRINHA-VERDE E AO MANHOSO SOB CONDIÇÕES DE CAMPO
Roberson de Oliveira Carvalho 1
Adriano Henrique Cruz de Oliveira 2
Antonio Cesar Silva Lima 3
Cirano Cruz Melville 2
1. Aluno de Mestrado da UFRR
2. Bolsista PET-Agronomia da UFRR
3. Prof. DSc. Agronomia-UFRR, Orientador e Tutor
INTRODUÇÃO:
O feijão-caupi tem um importante papel na vida dos pequenos produtores do Estado de Roraima, não só na alimentação (como fonte de proteínas, carboidratos, vitaminas e energia), como também no aspecto econômico, pela sua comercialização. A baixa produtividade do feijão-caupi em Roraima, de 501 kg.ha-1, pode ser atribuída a diversos fatores, dos quais podemos destacar o ataque de pragas. Dentre as principais pragas desta cultura destaca-se o pulgão-preto, Aphis craccivora (Hemiptera: Aphididae), a cigarrinha-verde, Empoasca sp. (Hemiptera: Cicadellidae) e o manhoso, Chalcodermus bimaculatus (Coleoptera: Curculionidae). Este trabalho teve como objetivo avaliar a resistência de quinze genótipos de feijão-caupi, Vigna unguiculata, ao pulgão-preto, A. craccivora, cigarrinha-verde, Empoasca sp. e ao manhoso, C. bimaculatus, sob condições de campo.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido no campo experimental, em área de primeiro plantio no CCA/UFRR, durante os meses de setembro a novembro de 2008. Os genótipos foram procedentes do Banco de sementes do CCA/UFRR (Apiaú e Iracema), da UFC (Pingo de Ouro, Epace 10 e Pitiúba) e da EMBRAPA-RR (BR3-Tracuateua, Inhuma, MNC99-542F-5, Canapuzinho, TE97-204G-12, BRS-Milênio, Amapá, BRS-Paraguaçu, BR17-Gurguéia e BRS-Marataoã). O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso com quatro repetições. A contagem de cigarrinha se deu pelo método de batida de plantas sob bandeja com água e a dos pulgões foi feita diretamente no pecíolo da última folha completamente aberta. A avaliação dos danos pelo manhoso foi feita com base no número de cicatrizes superficiais em dez vagens no ponto de grão verde/parcela.
RESULTADOS:
Constatou-se que as cultivares BR3-Tracauteua (0,25 cigarrinhas/ bandeja) e Epace 10 (0,25) foram às menos preferidas pela cigarrinha-verde quando comparados aos genótipos Iracema (2,12), Apiaú (2,00) e BRS-Paraguaçu (1,25), bem como, não diferenciou significativamente dos demais genótipos. Os pulgões-pretos apresentaram menor preferência pelos genótipos BRS-Paraguaçu (0,25 pulgões/ pecíolo), BR17-Gurguéia (0,15) e Canapuzinho (0,10), quando comparados aos genótipos BR3-Tracuateua (0,95), Epace 10 (0,97), Inhuma (1,30), MNC99-542F-5 (1,52), BRS-Marataoã (2,60), Pitiúba (2,95), BRS-Milênio (4,00), Pingo de Ouro (5,22) e Apiaú (8,22). Em relação ao ataque do manhoso, constatou-se que as vagens dos genótipos menos danificadas foram de: Pitiúba (0,15 cicatrizes/ 10 cm de vagens), Epace 10 (0,20), BR17-Gurguéia (0,25), BRS-Milênio (0,26), Amapá (0,30), MNC99-542F-5 (0,32), BRS-Marataoã (0,34), Inhuma (0,40), TE97-304G-12 (0,41), Pingo de Ouro (0,45) e Iracema (0,48) cujas médias diferiram significativamente do genótipo BRS-Paraguaçu (1,05).
CONCLUSÃO:
Conclui-se que os genótipos BR3-Tracuateua e o Epace 10, nas condições observadas foram os menos preferidos pela cigarrinha-verde, quando comparados com os genótipos Iracema, Apiaú e BRS-Paraguaçu; os pulgões-pretos demonstraram menor preferência pelos genótipos BRS-Paraguaçu, BR17-Gurguéia e Canapuzinho; o genótipo BRS-Paraguaçu, demonstrou-se como o mais preferido para alimentação pelo manhoso e o genótipo Apiaú foi o mais preferido pelo pulgão-preto.
Instituição de Fomento: PET-MEC/SESu
Palavras-chave: Insecta, Antixenose, Vigna unguiculata .