Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 1. Areas Clássicas de Fenomenologia e suas Aplicações
A CIÊNCIA DO CLIMA NA SALA DE AULA
Livia da Silva Oliveira 1
Jalcemira Valente Rodrigues 2
Marlon Robson Nogueira 3
Luiz Antonio Candido 4
1. Profa. Msc. - Escola Estadual Tiradentes - SEDUC
2. Aluna - Escola Estadual Tiradentes - SEDUC
3. Aluno - ULBRA
4. Dr. - INPA
INTRODUÇÃO:
O ser humano pode contribuir para provocar alterações no meio ambiente que podem ser irreversíveis. É esperado que as alterações ambientais produzam modificações significativas ao nível dos processos climáticos e hidrológicos em áreas urbanas. A urbanização tem promovido significativas modificações na estrutura física da superfície continental, contribuindo para o aumento da temperatura do ar, favorecendo a ocorrência do fenômeno de ilha de calor que, segundo Amorim et al. (2009), é a manifestação do aumento da temperatura do ar na superfície causado por modificações das características físicas (alta densidade de construções, concentração de materiais construtivos de grande potencial energético de emissividade e reflectância) e por atividades urbanas. Tais efeitos são decorrentes, também, do desmatamento de áreas florestadas próximas aos centros urbanos. Esse mosaico de superfícies tem uma grande capacidade de armazenar calor e, conseqüentemente, transferi-lo para atmosfera, influenciando na temperatura do ar. Este trabalho se propõe a avaliar qual a contribuição dos diferentes mosaicos de cobertura da superfície local no padrão de aquecimento da cidade e, como esse padrão se modificou em relação à condição original de cobertura por floresta.
METODOLOGIA:
A área de estudo se limita à área urbana do município de Manaus, localizado na porção nordeste do estado do Amazonas. O monitoramento dos parâmetros temperatura e umidade relativa do ar e precipitação foi realizado em alguns mosaicos da área urbana de Manaus, abrangendo locais com padrões de uso/ocupação do solo distintos. As medidas ocorreram em campanhas de 20 dias com frequência de 1 minuto de amostragem utilizando dois TERMOHIGRÔMETROS digitais (Modelo ICEL/HT-4000) com Datalogger acoplado. Um dos sensores foi instalado na área verde do INPA (Bosque da Ciência) sendo este um local de referência de área verde. Os dados foram registrados em planilhas e os locais geo referenciados utilizando os sistemas Google Earth. Além destes dados, foram utilizadas informações obtidas em pontos amostrais no entorno do Bosque da Ciência nos bairros de Petrópolis e Raiz, através de termohigrômetros portáteis de leitura direta que registravam temperatura instantânea, máxima e mínima.
RESULTADOS:
Tomando como critério as frações de ocupação mais signicativas foram escolhidos aguns pontos de monitoramento de áreas representativas de Floresta Ombrofila Aberta (Bosque da Ciencia do INPA) (1 ponto) e ocupação urbana (Bairro Japiim-Raiz) (3 pontos). Nestes locais foram instalados sensores de temperatura e umidade relativa, medindo de foma simultânea, as variaveis citadas. Através dos dados de temperatura do ar máxima e mínima registrado nos quatro pontos (INPA, P1, P2 e P3). A diferença entre o ambiente de floresta aberta e urbano é nítida. As temperaturas máximas observadas no bosque foram menores (cerca de 4oC) relativo aos pontos urbanos P1, P2 e P3. No caso das temperaturas mínimas, o comportamento é similar, mas, as diferenças são bem menores (da ordem de 1oC). Como resultado das diferenças estruturais (vegetação versus edificações) entre os dois ambientes, tem-se na área urbana uma maior capacidade de aquecimento, o que contribui para as maiores temperaturas. As amplitudes térmicas variam de 10oC no ambiente de bosque para cerca de 12oC no ambiente de edificações.
CONCLUSÃO:
O gradiente de temperatura entre a área urbana e floresta é visível e as variações na temperatura decorrem das diferenças na cobertura da superfície. O monitoramento de um ponto específico da cidade não serve para refletir a condição representativa do seu clima atual. É evidente a necessidade de se implantar uma rede urbana de monitoramento dos parâmetros climáticos nas grandes cidades para que as reais condições do ambiente sejam conhecidas, subsidiando as previsões dos modelos meteorológicos.
Instituição de Fomento: FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA DO ESTADO DO AMAZONAS - FAPEAM
Palavras-chave: clima urbano, ilha de calor, temperatura.