Reunião Regional da SBPC em Boa Vista |
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenhar - 6. Recursos Florestais e Engenharia Floresta |
Cultivo in vitro de Pleurotus ostreatus e Lentinula edodes em resíduos regionais |
Diego de Alcântara Pires 1 Ceci Sales-Campos 2 Samira Rainy de Lima Barbosa 3 Meire Cristina Nogueira de Andrade 4 |
1. Graduando do Curso de Ciências Biológicas da Universidade do Norte (UNINORTE) 2. Dra. Pesquisadora do Instituto Nacional de pesquisas da Amazônia (INPA) 3. Graduanda do Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Nilton Lins 4. Bolsista de Desenvolvimento Científico Regional–DCR CNPq/FAPEAM/INPA |
INTRODUÇÃO: |
A importância do cultivo de cogumelos se revela significativa, ao representar uma alternativa eficiente para viabilizar o aproveitamento de matéria orgânica, para a bioconversão em produtos de alto valor agregado. Dentre estes, encontram-se os cogumelos comestíveis Pleurotus ostreatus e Lentinula edodes que estão entre as espécies com grande importância econômica em seu cultivo. Os resíduos gerados pela indústria madeireira na região amazônica têm causado poluição do meio ambiente e alternativas têm sido buscadas para o aproveitamento desses rejeitos, porém pouco tem sido feito para amenizar esta questão (Sales-Campos, 2008). Em uma pesquisa realizada por Sales-Campos et al. (2000), os autores verificaram que existe perda de até 60% dessa matéria-prima, fazendo com que seu potencial seja subestimado. Sales-Campos (2008), comprovou o aproveitamento de diferentes resíduos madeireiros e agroindustriais da região para o cultivo de fungos comestíveis. A autora relata, entretanto, a necessidade de se testar diferentes substratos em relação ao fungo a ser cultivado. Neste contexto, o presente estudo tem por objetivo testar a viabilidade de resíduos regionais visando a futura aplicação no cultivo dos cogumelos comestíveis P. ostreatus e L. edodes. |
METODOLOGIA: |
Foram formulados quatro substratos: à base das serragens de Simarouba amara (Marupá); de Anacardium giganteum (Cajuí); sementes de Euterpe precatoria (açaí) e engaço de Musa sp tipo AAB cv. pacova (banana pacovã). A formulação dos substratos seguiu a proporção de 80:18:2 para material volumoso, farelos de cereais como suplementação (arroz, trigo e milho) e CaCO3, respectivamente. O CaCO3 foi utilizado para fins de ajuste de pH dos substratos. Os substratos foram preparados, umidificados e introduzidos (cerca de 200g) em frascos de 500 mL, os quais foram autoclavados, inoculados e incubados em BOD a 25ºC para crescimento micelial. O crescimento micelial foi mensurado diariamente até a colonização dos substratos. A velocidade média foi avaliada pela razão entre o volume médio do crescimento e o tempo gasto para que ocorresse tal crescimento. |
RESULTADOS: |
O melhor crescimento micelial para P. ostreatus ocorreu nos substratos formulados à base de serragens de Marupá (29,45 cm3/dia) e Cajuí (27,58 cm3/dia). Para L. edodes o melhor desempenho ocorreu para os substratos de Cajuí (13,22 cm3/dia) seguido de Marupá (11,30 cm3/dia). A formulação preparada com engaço da banana não possibilitou crescimento micelial em ambos os cogumelos testados. É provável que a causa para o impedimento do crescimento fúngico nos substratos à base de engaço de bananeira, seja a quantidade elevada de taninos hidrolisáveis encontrados no mesmo na avaliação de Soffner (2001) sobre o potencial do uso do engaço da bananeira Musa sp, para produção de polpa celulósica. Observou-se então, de modo geral que a suplementação favoreceu a taxa de crescimento dos fungos nos substratos preparados à base de resíduos madeireiros. |
CONCLUSÃO: |
Houve efeito positivo na adição de farelos nos tratamentos testados, os quais permitiram maior velocidade de crescimento micelial dos fungos. Os substratos de origem madeireira apresentaram maior viabilidade para o cultivo de cogumelos dos gêneros Pleurotus e Lentinula, porém, os substratos formulados á base de engaço de bananeira não se apresentaram como alternativa eficiente para o cultivo de cogumelos comestíveis. |
Instituição de Fomento: FAPEAM |
Palavras-chave: cogumelos comestíveis, crescimento micelial, substratos alternativos. |