Reunião Regional da SBPC em Boa Vista |
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática |
EFEITO DA DISPONIBILIDADE DE POÇAS TEMPORÁRIAS EM BAIXIOS SOBRE A ESTRUTURA POPULACIONAL DE PYRRHULINA BREVIS (CHARACIFORMES: LEBIASINIDAE) NOS IGARAPÉS DA RESERVA DUCKE (AMAZONAS, BRASIL) |
Cláudia Gemaque Gualberto 1 Willian Ernest Magnusson 2 Helder Mateus Viana Espírito Santo 3 |
1. Graduanda em Ciências Biológicas - Bolsista PIBIC/CNPQ/INPA 2. Prof. Dr. em Ecologia, Coordenador CPEC/INPA - Orientador 3. Bolsista de Pós-Graduação/Doutorado - Co-orientador |
INTRODUÇÃO: |
Na Reserva Ducke, localizada ao norte de Manaus, Pazin et al. (2006) encontraram 18 espécies de peixes que utilizam com diferentes frequências as poças temporárias adjacentes aos igarapés. Em inventários e estudos ecológicos sobre peixes de igarapés frequentemente são realizados com amostragens feitas no canal principal, negligenciando a ocorrência de peixes em ambientes temporários. Para algumas espécies, como a Pyrrhulina brevis, (Steindachner, 1875), este parece ser um ambiente extremamente importante para completar o seu ciclo biológico. Por isso o objetivo deste estudo foi verificar se existem diferenças na estrutura das populações de P. brevis nos igarapés entre as bacias Leste e Oeste da Reserva Ducke e analisar se tais diferenças estão relacionadas à disponibilidade e características das poças nos baixios. |
METODOLOGIA: |
Utilizamos peixes coletados nos igarapés e dados de características ambientais da área alagável (área coberta por poças no baixio e profundidade média de poças) obtidos a partir de estudos anteriores (Espirito-Santo, 2009; Mendonça, 2005 e Pazin, 2006) realizados em parcelas aquáticas permanentes da Reserva Ducke. |
RESULTADOS: |
Peixes que exploram ambientes alagáveis mostram grande diversidade de estratégias reprodutivas como resultado, principalmente, de rápidas flutuações no nível da água e às freqüentes e extremas condições físicas e químicas impostas pelo regime de inundação. A espécie P. brevis tem a capacidade de migrar para poças durante as chuvas. No entanto, com o passar do tempo e redução das chuvas, os peixes devem voltar ao igarapé antes que as poças sequem. A bacia Oeste possui uma maior capacidade de retenção de água na poça do que a bacia Leste. Isso pode influir na predominância de indivíduos jovens (entre 20-30 mm) dentro do canal dos igarapés da bacia Oeste durante o período chuvoso e é um indicio de que o objetivo da movimentação lateral desses peixes, do canal do igarapé para as poças, seja de reprodução. Na bacia Leste, os indivíduos desta classe ainda são os predominantes, no entanto, a frequência das classes já é mais equitativa que na bacia Oeste. Este fato poderia ser resultado de um padrão diferente de estratégia reprodutiva de P. brevis entre as duas bacias. Uma vez que na bacia Leste as características das poças não facilitam a sua utilização por um longo período de tempo, por isso, os peixes devem retornar ao canal principal mais rapidamente. |
CONCLUSÃO: |
Existe relação entre a disponibilidade de poças temporárias marginais e a estrutura populacional de P. brevis no canal dos igarapés da Reserva Ducke. E apesar das diferenças na distribuição de tamanhos dos indivíduos nos igarapés entre as bacias durante o período chuvoso, a estrutura geral das populações de P. brevis na Reserva Ducke é mantida ao longo do tempo, como evidenciado pela pouca diferença entre as populações durante o período seco. |
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) |
Palavras-chave: Amazônia Brasileira, Peixes de riachos , Ecologia de populações . |