Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenhar - 6. Recursos Florestais e Engenharia Floresta
APROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DE MADEIRA COMO ALTERNATIVA DE PRODUÇÃO DE ADUBO ORGÂNICO E UTILIZAÇÃO EM ÁREA DE REFLORESTAMENTO DE TECA, MUCAJAÍ, RORAIMA
Adairto de Oliveira Passos 1
Patrícia Macedo de Castro Guterres 2
1. Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas da UERR, bolsista BITEC/IEL/CNPq.
2. Biol., D.Sc., Profa. Do Curso de Ciências Biológicas da UERR, orientadora.
INTRODUÇÃO:
O beneficiamento da madeira, desde o corte em vigas ou pranchas até o produto final para comercialização é um processo que gera diferentes tipos de resíduos, principalmente o pó-de-serra, o qual é gerado em grande escala pela madeireira Mendes Ross, pequena empresa que responde pela maior parte da produção de madeira beneficiada no município de Mucajaí, que descarta em média sete toneladas diárias de pó-de-serra. Visando a utilização desse resíduo através da compostagem o presente trabalho teve por objetivo a composição de adubo orgânico a partir do pó-de-serra de granulometria fina, com custo baixo, para ser utilizado em área de reflorestamento de Tectona grandis popularmente denominada de teca.
METODOLOGIA:
O experimento foi realizado no período de setembro/2008 a fevereiro/2009, utilizando-se a combinação de procedimentos tradicionais como o método Indore, leira revirada e pilha estática. O material foi depositado diretamente sobre a terra, montando-se a pilha estática em camadas dispostas em espessura livre respeitando a proporção de 1Kg de matéria nitrogenada para cada 50Kg de pó-de-serra, até a altura máxima de 1,20m e base da pilha com comprimento de 3,00m por 2,10m de largura, dando a ela o formato tipo barraca de camping, sendo utilizado um total de 1.320Kg de pó-de-serra e 27Kg de esterco de carneiro curtido. Três atividades rotineiras foram desenvolvidas: irrigação para a manutenção da umidade; revolvimento da pilha para aeração interna da mesma, apenas quando era averiguada alta umidade interna ou a compactação do material; acompanhamento da temperatura através do termohigrômetro. Uma pilha controle foi mantida a 1m de distância não recebendo qualquer tratamento.
RESULTADOS:
Foi verificado duas etapas no processo de compostagem sendo a degradação ativa e passiva subdivididas nas quatro fases: inicial, intermediária, maturação e cura. Nos meses de dezembro e janeiro, a pilha foi mantida sem irrigação para a destruição de ervas daninhas, período de cura. O composto resultante foi testado em um canteiro com miniestacas e sementes de teca, onde ocorreu a germinação das sementes e o desenvolvimento caulinar das miniestacas ainda que este tenha sido menor em relação ao canteiro controle com adição de calcário e sem o composto, evidenciando que é possível tratar o pó-de-serra pelas formas tradicionais para uso como adubo orgânico, ainda que carecendo da adição de fertilizante mineral. Entretanto, é necessário a adição de fertilizantes minerais de acordo com a necessidade da cultura buscando promover um crescimento eficiente e rápido da planta.
CONCLUSÃO:
A compostagem do pó-de-serra de granulometria fina pode ser feita a um custo baixo com o uso do sistema de pilha estática. É recomendável para controle da umidade e temperatura interna lugar abrigado do sol e da chuva, e quando não for possível, uma área plana com solo compactado e com ligeira declividade para evitar encharcamento, e uso de proteção para o período chuvoso. Com as técnicas e os cuidados apontados o composto estará em condições de uso para a aplicação em dois a três meses.
Instituição de Fomento: Instituto Euvaldo Lodi – IEL/BITEC/SEBRAE/CNPq/CNI/SENAI.
Palavras-chave: compostagem, pilha-estática, pó-de-serra.