Reunião Regional da SBPC em Boa Vista

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

INCIDÊNCIA DE FUNGOS ASSOCIADOS ÀS SEMENTES DE IPÊ-ROSA (TABEBUIA PENTAPHYLLA) E IPÊ-AMARELO (TABEBUIA SERRATIFOLIA) EM RORAIMA

Ataiza de A. Sousa 1 Luciana Baú Trassato 2 Rosianne N. T. Barbosa 3 Jefferson Fernandes do Nascimento 4

1. Acadêmica de Agronomia da UFRR 2. Bolsista PET-Agro da UFRR 3. Agência de Defesa Agropecuária de Roraima – ADERR 4. Depto de Fitotecnia/CCA/UFRR

INTRODUÇÃO:

Nos últimos anos tem se intensificado o interesse na propagação de espécies florestais nativas, devido à ênfase atual nos problemas ambientais, ressaltando-se a necessidade de recuperação de áreas degradadas e recomposição da paisagem. O sistema de produção de mudas de espécies florestais tem se mostrado uma atividade fundamental no processo produtivo, para o qual devem ser destinados cuidados na germinação, na redução de choques de transplante e no procedimento de condução das mudas, visando um melhor aproveitamento de seu potencial. Porém, essa produção apresenta uma série de restrições, principalmente de origem sanitária, devido ao grande número de patógenos associados às sementes e, posteriormente às mudas resultantes. O estudo da associação de fungos com espécies florestais pode fornecer subsídios para modelos epidemiológicos, desde o armazenamento de sementes até a produção de mudas. A associação de patógenos com sementes pode ocorrer por contaminação superficial ou por colonização dos tecidos internos. Os objetivos do trabalho foram identificar e quantificar os fungos associados às sementes de ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia), ipê-rosa (Tabebuia pentaphylla) e avaliar o efeito da assepsia das sementes na incidência dos fungos associados a germinação.

METODOLOGIA:

Utilizaram-se amostras de sementes de frutos colhidos diretamente das árvores localizadas na área urbana do Município de Boa Vista - RR. Cada amostra foi dividida em duas, uma submetida a assepsia (álcool 70%)/1min. e hipoclorito de sódio (NaClO a 2%)/3min. A outra lavada com água destilada e esterilizada. As sementes foram submetidas ao teste de germinação e sanidade, pelo método do papel de filtro, em que se utilizou caixas "gerbox", contendo papel germi-test esterilizado umedecido com água destilada e esterilizada até a saturação. O Período de Incubação foi de 7 dias para o teste de sanidade e de 15 dias para o teste de geminação. Foram utilizadas 4 repetições de 50 sementes/tratamento. A identificação dos fungos foi feita em microscópio estereoscópico. Quantificou-se a porcentagem de plântulas normais, anormais e sementes mortas.

RESULTADOS:

Os fungos identificados e quantificados nas sementes foram: Aspergillus spp. , Curvularia sp, Penicillium sp., Pestalotia, Fusarium spp , Phoma sp e Nigrospora sp . O Aspergillus spp. e a Curvularia sp foram encontrados nas duas espécies, sendo o Aspergillus spp detectado, em maior incidência, na sementes de ipê-rosa, e a Curvularia sp. nas de ipê-amarelo. Observou-se que a assepsia reduziu a incidência da maioria dos fungos detectados, em todas as amostras avaliadas, sendo evidenciado que os fungos Aspergillus spp. , Curvularia sp. e Phoma sp. principalmente estavam sendo transportados pelos tecidos externos das sementes de ipê-rosa, pois foram, praticamente erradicados das sementes após assepsia, mostrando que a maioria dos fungos estava contaminando e não infectando as sementes. As sementes de ipê-rosa apresentaram maiores taxas de sementes mortas, após serem submetidas à assepsia, diferindo significativamente das que não foram submetidas à assepsia, o que não ocorreu nas sementes de ipê-amarelo.

CONCLUSÃO:

A assepsia reduziu à incidência fúngica em ambas as espécies, evidenciando que a maioria dos fungos detectados são transportados pelos tecidos externos das sementes. Para o ipê-rosa houve redução na germinação quando submetido à assepsia, sendo fitotóxica a mesma.

Palavras-chave: Aspergillus, Curvularia, Tabebuia.