Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenhar - 5. Ciências Florestais
ASPECTOS SILVICULTURAIS DO MOGNO (Swietenia macrophylla) EM PLANTIO EM ÁREA DE CAPOEIRA*
Fernanda de Oliveira Alexandre Andrade 1
Silas Garcia Aquino de Sousa 2
Elisa Vieira Wandelli 3
1. Acadêmica de Biologia do Centro Universitário Nilton Lins. Bolsista FAPEAM/EMBRA
2. Agrônomo, Dr. Pesquisador (a) da Embrapa Amazônia Ocidental
3. Bióloga, Dra. Pesquisador (a) da Embrapa Amazônia Ocidental
INTRODUÇÃO:
O Mogno (Swietenia macrophylla) é uma espécie madeireira de grande valor comercial e considerada ameaçada de extinção. O mogno além de sofrer a pressão dos madeireiros, tem sido eliminado com a expansão do desmatamento da floresta Amazônica, que elimina as plantas matrizes, reduzindo a produção de sementes e conseqüentemente afetando o processo de regeneração natural da espécie. Por outro lado, o mogno plantado, principalmente em monocultivo, sofre com o ataque da broca do caule (Hypsipyla grandella) que deprecia o valor da madeira no mercado internacional. Esse fato é considerado como um dos principais motivos que desestimula o plantio comercial de mogno na Amazônia. Em busca de alternativas de plantio do mogno, vários sistemas têm sido testados com o objetivo de retardar o ataque da praga e permitir um maior volume de madeira nobre da espécie. Dentre eles, destaca-se o plantio dentro da capoeira e o plantio diversificado ou agroflorestal. Espera-se com este trabalho avaliar um sistema de produção para mogno.
METODOLOGIA:
O ensaio foi instalado em 05/2007, área de agricultor, no Projeto de Assentamento Tarumã-Mirim (PATM), zona rural do Município de Manaus e coordenadas geográficas 2o50´19´´S e 60o09´38,9´´W. Os tratamentos testados foram: (tratamento 1) mogno nas entrelinhas de ingá, (tratamento 2) mogno crescendo dentro da trilha da capoeira de 3 m de altura, (tratamento3) mogno crescendo dentro da capoeira, acompanhando a altura da capoeira (capoeira sendo podada periodicamente para não ultrapassar a altura do mogno). Cada tratamento com 4 repetições e 20 plantas por tratamento. O mogno foi plantado no espaçamento de 5m x 5m e o ingá no espaçamento 5m x 2,5m. No plantio dentro da capoeira, foi aberta uma trilha de um metro de largura. Toda vegetação cortada foi deixada para a cobertura do solo. As mensurações de altura, diâmetro a altura do peito (DAP) e sobrevivência das plantas e monitoramento de incidência de praga, foram realizadas mensalmente. Neste trabalho foram considerados dados do 75º mês.
RESULTADOS:
Verificou-se que o tratamento 1, mogno nas entrelinhas do ingá, proporcionou maior desempenho para o parâmetro altura total (3,57m), e foi seguido pelos tratamentos 2 e 3, que apresentaram altura total em 3,33 m e 3,24 m, respectivamente. Resultados semelhantes foram observados para diâmetro a altura do peito (DAP), cujas médias para tratamento1, tratamento 2 e tratamento 3 foram: 2,43 cm, 2,37 cm e 2,11 cm, respectivamente. Com referência a taxa de sobrevivência foi observado no 75º mês de idade do plantio, 70% de sobrevivência para tratamento 1, no tratamento 2, 65% e 55% para o tratamento 3. Foi detectado ataque de H. grandella em 2% das plantas no tratamento 1, entretanto, nos demais tratamentos não foram observados ataque da broca.
CONCLUSÃO:
Com base nos resultados preliminares deste ensaio, concluiu-se que, o mogno nas entrelinhas de ingá, nas condições em que foi conduzido este ensaio, apresenta potencial e uma alternativa para o plantio na Amazônia.
Instituição de Fomento: Embrapa e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM)
Palavras-chave: mogno, Swietenia macrophylla, capoeira.