Reunião Regional da SBPC em Boa Vista |
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 8. Medicina |
INCIDÊNCIA DO CÂNCER CÉRVICO-UTERINO EM MULHERES INDÍGENAS ATENDIDAS PELA CASA DE SAÚDE DO ÍNDIO DE RORAIMA |
Lucia Dayanny da Costa Amorim 1 Allex Jardim da Fonseca 2 Ildemberg de Oliveira Amorim 3 Mauro Luiz Schmitz Ferreira 4 |
1. Acadêmica do curso de graduação em Medicina da UFRR, autora 2. Médico Oncologista. Pesquisador do NECAR – UFRR, co-orientador 3. Acadêmico do curso de graduação em Medicina da UFRR, pesquisador 4. Médico Prof. Dr. Mauro Luiz Schmitz Ferreira, orientador |
INTRODUÇÃO: |
O Câncer de Colo do Útero apresenta-se como a segunda neoplasia maligna mais comum entre as mulheres no mundo, sendo responsável, aproximadamente, por 471 mil novos casos e por cerca de 230 mil óbitos de mulheres por ano. O Norte é a única região do Brasil onde o câncer de colo uterino supera o câncer de mama. No Brasil, o perfil de saúde da mulher indígena é muito pouco conhecido, dificultando o entendimento complexo e multifacetado do quadro de saúde das mulheres indígenas, portanto o conhecimento sobre questões básicas da saúde da mulher indígena, como o câncer de colo de útero, é de suma importância para a construção de uma satisfatória infra-estrutura física e organizacional dos serviços de saúde, além de ajudar na construção do perfil epidemiológico das populações indígenas. |
METODOLOGIA: |
Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo, descritivo e analítico que foi realizado através da análise de prontuários dos pacientes atendidos na Casa do Índio (CASAI), Boa Vista, Roraima, no período de 2001 a 2010. Forão incluídas todas as pacientes atendidas na CASAI, que sejam acometidas por lesões pré-malignas e malignas. Os dados foram coletados utilizando uma ficha que incluiu às seguintes variáveis: idade, procedência do paciente, etnia e tipo de acometimento do colo uterino (NIC I, NIC II, NIC III e Câncer de colo de útero) |
RESULTADOS: |
Através da observação do número de casos de câncer de colo de útero nos anos de 2001 a 2010 foi notado que no DSEI leste o ano com maior incidência foi 2005 com 23%, seguido pelo ano de 2009 com 15%. Já no DSEI yanomami o ano com maior incidência foi o ano de 2009 com 27%, seguido pelos anos de 2002, 2005 e 2008, numa constante de 13% cada ano. Quando analisados a idade média de índias acometidas por câncer de colo de útero no DSEI leste encontramos uma média de 50.5 com mínima de 31 e máxima de 91anos. Já no DSEI yanomami foi encontrada uma média de idade de 42,8 com mínima de 21 e máxima de 68 anos. Porém quando observado neoplasia intraepitelial cervical de alto grau (NIC III) foi notado uma média de idade de 39,5 anos com mínima de 14 e máxima de 72 no DSEI leste e uma média de idade de 40,8 anos com mínima de 20 e máxima de 69 no DSEI yanomami. A etnia mais acometida pelo câncer de colo de útero foi a Yanomami com 53%, seguida pela etnia Macuxi com 27%, Wapichana com 10%, Taurepang 6% ficando as etnias Patamona e Wai Wai com apenas 4% cada. |
CONCLUSÃO: |
Concluímos que apesar de campanhas é baixa cobertura de rastreio citológico cervical no DSEI leste e yanomami e este fato associado a padrões de comportamento sexual, hábitos culturais são fatores que provavelmente influenciam a elevada incidência de câncer de colo de útero em Roraima e na população indígena. |
Palavras-chave: câncer, epidemiologia, saúde indígena. |