66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBQ - Sociedade Brasileira de Química
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 1. Química
A CONTRIBUIÇÃO DO TÉCNICO EM QUÍMICA NA DIVULGAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE O USO DO HIPOCLORITO DE SÓDIO NA PURIFICAÇÃO DA ÁGUA EM UMA COMUNIDADE CARENTE DA ZONA SUL DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO - RONDÔNIA
Irla Micaele Moreira Linhares - Instituto Federal Federal de Rondônia – Campus Porto Velho Calama, Porto Velho, Rondônia.
Erivana Batista dos Santos - Instituto Federal Federal de Rondônia – Campus Porto Velho Calama, Porto Velho, Rondônia.
Douglas Maquart Otto - Instituto Federal Federal de Rondônia – Campus Porto Velho Calama, Porto Velho, Rondônia.
Laiz de França Moreira Linhares - Secretaria Municipal de Saúde – Porto Velho, Rondônia.
Jamile Mariano Macedo Taborda - Orientadora - Instituto Federal de Rondônia – Campus Porto Velho Calama, Porto Velho, Rondônia.
INTRODUÇÃO:
Os poços do tipo amazonas representam um sistema alternativo para o acesso à água potável, que geralmente apresentam uma água bastante limpa devido à filtração natural pelo solo poroso. No entanto, é possível encontrar microrganismos patogênicos presentes na água, tornando necessárias ações que promovam sua desinfecção.
No Brasil, a desinfecção da água para o consumo humano é usualmente realizada com a adição de cloro ativo nas formas de gás cloro e hipoclorito de sódio, apresentando como vantagens o baixo custo e o fácil manuseio.
Essa realidade é bastante comum no município de Porto Velho, Rondônia, que desde os primórdios de sua ocupação, é afetado pela falta de organização e planejamento na infraestrutura, até hoje refletida em uma pífia rede de abastecimento de água e de esgotos.
Os órgãos responsáveis pela saúde do município distribuem frascos de hipoclorito de 50 ml, orientando os moradores na realização do uso correto. Contudo, algumas famílias ignoram as orientações, adicionando quantidades excessivas do produto, acreditando que assim aumentarão a qualidade da água. Ao sentirem os sintomas provocados pela ação do hipoclorito, algumas famílias deixam de utilizá-lo, ficando assim, suscetíveis à ação de doenças como cólera, hepatite A e E e leptospirose.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo foi realizado com o intuito de caracterizar o uso de hipoclorito de sódio por um grupo de moradores do bairro Castanheira, localizado na Zona Sul do município de Porto Velho, Rondônia.
MÉTODOS:
Foi realizada uma entrevista com 63 famílias do bairro Castanheira, que não recebiam água tratada pela rede de abastecimento, através de um questionário contendo 9 perguntas abertas:
1. Tempo de residência nessa região:
2. Qual a forma de abastecimento?
3. Qual o tipo de poço?
4. Onde costuma aplicar o hipoclorito?
5. Descreva como aplica o hipoclorito?
6. Há quanto tempo faz uso do hipoclorito?
7. Já sentiu algum sintoma durante esse período?
8. Você sabe qual a vazão do seu poço? (caso tenha poço em casa)
9. Você sabe dos riscos provocados pelo uso excessivo do hipoclorito?
Todas as famílias entrevistadas eram atendidas por agentes de saúde da prefeitura e recebiam os frascos de hipoclorito para tratamento da água.
Após a aplicação do questionário, os resultados foram divididos de acordo com a frequência das respostas e foram estudados de modo a descobrir se os entrevistados tinham conhecimento acerca do uso do hipoclorito e se em algum momento, estes já haviam sentido algum dos sintomas descritos para intoxicação por excesso de hipoclorito.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
I) Segundo os dados coletados, ao relacionar o período de residência com o uso correto do hipoclorito de sódio, tem-se:
- 0% dos residentes com tempo inferior a 1 ano;
- 50% dos moradores com tempo de residência entre 1 e 3 anos;
- 22,2% dos residentes entre 3 e 6 anos;
- 33,3% dos residentes com tempo de residência superior a 6 anos.
II) Somente 4,7% dos entrevistados substitui o poço amazonas por poços artesianos ou semi-artesianos.

III) 12,7% dos entrevistados já sentiram sintomas relacionados com a toxicologia do contato com o hipoclorito e deixaram de utilizar o produto, verificou-se que diante da totalidade dos entrevistados, mais de 50% dos moradores não aplica o produto corretamente.
A partir dos dados coletados, confirmou-se que os entrevistados que fazem uso incorreto do hipoclorito adicionam quantidade excedente por acreditarem que assim aumentarão a ação desinfetante do produto.
CONCLUSÕES:
O estudo demonstrou a necessidade de acompanhar de maneira mais efetiva as comunidades que fazem uso do hipoclorito, assim como a elaboração de materiais de fácil compreensão, uma vez que entre os entrevistados, também foram encontrados casos de analfabetismo, impossibilitando o acesso às informações por meio de folhetos.
Na totalidade dos casos onde os moradores sentiram sintomas semelhantes à intoxicação por hipoclorito, estes suspenderam o uso do produto, ficando suscetíveis à doenças facilmente transmitidas pela água contaminada.
Palavras-chave: Hipoclorito de sódio, Poços amazonas, Intoxicação.