66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 2. Geografia Humana
MOBILIDADE TERRITORIAL NO ACRE: Trajetórias de Famílias Migrantes
Maria Laiziane Souza Silva - Universidade Federal do Acre
Maria de Jesus Morais - Universidade Federal do Acre
INTRODUÇÃO:
A história do povo brasileiro é uma história de migrações. Desde sua colonização europeia o território foi marcado por deslocamentos populacionais, determinados pela expansão territorial. Semelhantemente com a do Brasil, é a historia da ocupação do território acreano. Nestes movimentos migratórios, estão os do final do sec. XIX e do sec. XX, feitos por levas de pessoas em sentido Norte do país, fruto, desde o início de sua ocupação, da atividade econômica comandada pelo Capital Mercantil.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Discutir a trajetória de famílias nordestinas dentro do Estado do Acre ocorrido no Primeiro e Segundo Ciclo da Borracha, mais especificamente a família do Sr. Euclides Rosas de Sousa, filho de nordestinos, e a família da Sra. Clara Maria Firmino de Souza, sobrinha de (Lampião), esta ultima relatada por sua filha Maria de Souza; para a construção do espaço e lugar-Acre.
MÉTODOS:
Bibliograficamente foram analisados os múltiplos condicionantes, postos na Amazônia/Acre para a mobilidade destes, bem como as políticas dominantes do Brasil e do mundo da época em questão e a situação em que estes estavam inseridos do lugar de onde originaram, juntamente com depoimentos dos mesmos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A situação que estavam inseridos os seringueiros dessa época, em especial a família do Sr. Euclides de Souza, e da Sra. Clara Maria, é fruto das políticas implantadas na região, onde se vê claramente os mais fortes dominarem sobre aqueles sem condições financeiras. Jogados à própria sorte, esses são o retrato de uma região sem lei. A busca incessante de melhores condições de vida foi para aqueles que como seu Euclides e dona Clara, não perderam a esperança de um dia ganharem o tão sonhado “paraíso perdido”.
CONCLUSÕES:
O processo de ocupação deste território hoje chamado Acre, que se deu em pleno processo de exploração gumífera foi totalmente motivadas por interesses e necessidades da indústria automobilística da Europa e Estados Unidos. Produção esta, feita seletivamente por homens nordestinos, que por fortes motivos sociais para cá migraram em busca de trabalho e riqueza fácil. Um fenômeno que sem dúvida nenhuma, se constituiu no mais expressivo do século passado, que sem duvida foi essencial para fazer emergir aqui um novo lugar, trazendo uma nova identidade, mostrado pelo trabalho, modo de vida, das vivencias, experiências, dos sofrimentos e esperanças desses migrantes que aqui aportaram em busca de trabalho e dinheiro fácil.
Palavras-chave: trajetórias migrantes, mobilidade do trabalho, mobilidade do capital..