66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Recursos Florestais e Engenharia Florestal
COMPORTAMENTO FENOLÓGICO DE Bertholletia excelsa Bonpl. E Carapa guianensis Aubl. DURANTE OITO ANOS, NA AMAZÔNIA SUL-OCIDENTAL
Joziane Silva Evangelista - Enbrapa Acre - Bolsista CNPQ
Manoel Freire Correa - Embrapa Acre
Sônia Freire dos Reis - Ufac
Fernanda Lopes Fonseca - Embrapa Acre
Lúcia Helena De O. Wadt - Embrapa Acre
INTRODUÇÃO:
Na ecologia, a fenologia é um ramo de grande importância onde se estuda, por um período determinado, os fenômenos periódicos do ciclo de vida de espécies vegetais e suas relações com as condições do ambiente, que pode ser influenciado por vários fatores, tais como: precipitação, irradiação, estresse hídrico, fotoperíodo, etc. Sua importância biológica está na definição de estratégias da espécie para sua perpetuação frente a mudanças no ambiente, principalmente as climáticas. No entanto, também é importante conhecer a biologia reprodutiva e a fenologia de espécies com interesse econômico para que se possam definir estratégias sustentáveis de uso e também para o monitoramento dos impactos da exploração de determinada espécie sobre seu comportamento biológico. Para muitas espécies de florestas tropicais a fenologia é pouco conhecida, embora nestes ecossistemas ocorra a maior diversidade de padrões fenológicos. Assim, o estudo da fenologia permite avaliar a disponibilidade de recursos ao longo do tempo e auxilia na definição de estratégias que conciliem sustentabilidade com economicidade nas inúmeras atividades florestais.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Estudar o comportamento fenológico de duas espécies arbóreas de interesse não madeireiro durante um período de oito anos
MÉTODOS:
O estudo foi realizado na Reserva Florestal da Embrapa-Ac, município de Rio Branco, nas coordenadas 9º58’29” sul e 67º44’28” oeste. O clima da região é do tipo Aw (Köppen) com uma estação seca bem diferenciada entre os meses de junho e outubro. A precipitação media anual é de 1.700 mm e temperatura media anual de 25,50C. Foram avaliadas 101 andirobeiras (52 em área de baixio e 49 em área de terra firme) e 24 castanheiras em idade reprodutiva. As avaliações foram feitas semanalmente durante o período de setembro/2005 a julho/2013 e novembro/2005 a novembro/2013, para a andiroba e castanha, respectivamente. Os dados foram registrados para a presença ou ausência dos eventos de floração, dispersão de frutos e mudança foliar para cada arvore, sendo anotados em fichas de campo e posteriormente sistematizados em planilha Excel
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Nos dois primeiros anos (2005 e 2006) a porcentagem de andirobeiras que floresceram e frutificaram foi bem menor que nos demais anos. De 2005 a 2010 a floração iniciou quase que sempre no mês de outubro e teve um único pico de dispersão de frutos. A partir de 2011 a floração e dispersão de frutos apresentou um comportamento diferenciado com árvores florescendo e dispersando frutos quase o ano todo. A floração seguiu um padrão similar, mas nem todas as árvores que floresceram produziram frutos. Em 2013 a andiroba apresentou comportamento totalmente diferenciado com mas de 50% das árvores florescendo e dispersando frutos até o mês de julho. Não foi observado diferenças de comportamento fenológico entre andirobeiras do baixio e da terra firme. O comportamento fenológico da andiroba não foi sincronizado entre as árvores. As avaliações fenológicas realizadas com as castanheiras mostraram que os eventos ocorrem de forma bem padronizada e que há um certo sincronismo entre as árvores.Praticamente durante todo o período do estudo foi observado a presença de frutos nas árvores, o que é explicado devido ao longo período de maturação dos frutos (14 a 15 meses). A dispersão dos frutos da castanheira seguiu o mesmo padrão da floração, ocorrendo durante os meses de nov/dez a mar/abr, com duração média de quatro meses e pico em dezembro.A dispersão dos frutos da castanheira seguiu o mesmo padrão da floração, ocorrendo durante os meses de nov/dez a mar/abr, com duração média de quatro meses e pico em dezembro.. Em todos os anos, houve troca de folhas das castanheiras dois meses antes de iniciar a floração, sendo que em 2008, 2009, 2011 e 2012 um menor número de árvores apresentaram esse evento. . Diferente da andirobeira, a castanheira apresentou comportamento fenológico bastante previsível, em que a maioria das árvores floresceram e frutificaram todos os ano, sendo que a floração ocorreu no início das chuvas.
CONCLUSÕES:
- A andiroba apresentou comportamento fenológico diferenciado entre os anos;
- De 2005 a 2010, a andiroba floresceu quase sempre em outubro, enquanto que a partir de 2011 houve flor e fruto quase o ano todo;
- 2013 foi totalmente diferente para a andiroba, com mais de 50% das árvores florescendo e frutificando até julho (mês da última observação);
- Não foi observado diferenças de comportamento fenológico entre andirobeiras do baixio e da terra firme;
- Os eventos fenológicos da castanheira foram padronizados e sincronizados entre as árvores;
- Mais de 90% das árvores floresceram durante todo o período de estudo durante os meses de outubro a jan/fev, com pico de floração sempre em dezembro;
- A dispersão dos frutos da castanheira seguiu o mesmo padrão da floração, ocorrendo durante os meses de nov/dez a mar/abr, com duração média de quatro meses e pico em dezembro;
- Nem todas as castanheiras que floresceram dispersaram frutos, mostrando certa deficiência na produção de fruto;
Palavras-chave: Floração, Frutificação, Disperção.