66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
CBCE - Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte
F. Ciências Sociais Aplicadas - 11. Educação Física e Esportes - 1. Educação Física e Esportes
O CONTEÚDO GINÁSTICA COMO POSSIBILIDADE NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA EXPERIÊNCIA NO ÂMBITO DO PIBID/UNEB – ALAGOINHAS BA
Taise Santos e Santos - Universidade do Estado da Bahia - UNEB
Cristiane Moreira dos Santos - Universidade do Estado da Bahia - UNEB
INTRODUÇÃO:
Concebido pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), o PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) tem como objetivo estimular/aprimorar a formação inicial dos estudantes de Licenciatura, através da aproximação com a realidade escolar bem como a formação continuada dos professores da rede básica de ensino através da articulação entre Universidade e Escola.
Neste contexto, o presente relato surge a partir de experiências pedagógicas de bolsistas de iniciação à docência no âmbito do PIBID no subprojeto de Educação Física realizado na Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus II. Tais experiências ocorreram na Escola Estadual Oscar Cordeiro situada no município de Alagoinhas Ba, ao longo da 2ª unidade do ano letivo de 2013, numa turma de 8º ano.
Sabendo que ainda hoje a realidade na maioria das escolas é o ensino tecnicista e tradicional, fincado em raízes esportivas acreditamos que se faz necessário a inserção de novas práticas pedagógicas para que desta forma a Educação Física possa de fato se legitimar em suas diversas dimensões enquanto componente curricular.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho visa tornar público as experiências da prática pedagógica que bolsistas de ID (iniciação à docência) tiveram através do trato com o conteúdo ginástica, assim como refletir a respeito da inserção do mesmo enquanto viabilidade de ser trabalhado no contexto Educação Física escolar.
MÉTODOS:
Os métodos que conduzem o presente trabalho partem das intervenções pedagógicas realizadas por duas bolsistas de ID com o conteúdo ginástica numa turma de 8º ano na Escola Estadual Oscar Cordeiro da cidade de Alagoinhas Ba.
Tais intervenções basearam-se na Pedagogia Histórico-Crítica fundamentada nos autores Demerval Saviani e João Luiz Gasparin, com suas respectivas obras Pedagogia Histórico-Crítica: Primeiras Aproximações e Uma Didática para a Pedagogia Histórico-Crítica.
Além dos estudos constantes, a participação em cursos, oficinas ligadas à cultura corporal, investigação diagnóstica que externou a realidade acerca da Educação Física na escola e construção do Projeto Ensino-Aprendizagem de acordo com as referências supracitadas foram indispensáveis para o planejamento das aulas e consequente êxito.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Partindo do que preconiza a Pedagogia Histórico-Crítica as intervenções inicialmente tiveram cunho diagnóstico, onde buscamos compreender a prática social inicial, ou seja; o conhecimento prévio dos alunos no que concerne o conteúdo a ser trabalhado durante a unidade, neste caso seria a ginástica centralizada na modalidade rítmica, a partir disto pudemos perceber qual o melhor caminho seguir nas aulas.
O refletir e questionar fizeram-se presente à todo momento, é de suma importância que os alunos percebam que um determinado conteúdo não está isolado do nosso cotidiano, tudo está interligado, por este motivo devemos abrir nosso campo de visão e passar a enxergar de forma crítica e consciente aquilo que está posto para que possamos (re) significar/valorizar os conhecimentos que possuímos.
A participação masculina se configurou como a parte mais complexa da unidade, foi preciso um diálogo contínuo para que os mesmos percebessem as inúmeras possibilidades as quais o corpo possui e pudessem se expressar com liberdade, percebendo o quão natural isto deve/pode ser.
Ao longo da unidade buscamos desenvolver aulas dinâmicas, onde os alunos fossem atraídos por aquilo que estávamos trazendo, para isto utilizamos vídeos, imagens, slides, discussões, textos, atividades escritas, pesquisas, etc. Trabalhamos o conteúdo nas dimensões conceitual, histórica, econômica, legal, estética/afetiva, religiosa, procedimental e atitudinal, ultrapassando o “saber fazer” e alcançando os valores subjacentes de tais ações.
CONCLUSÕES:
Vale a pena salientar que a legitimação da Educação Física se dá quando sua identidade é formalizada, nesta perspectiva a experiência com o conteúdo ginástica foi extremamente enriquecedora, através desta percebemos a necessidade e possibilidade de tratá-la nas aulas de Educação Física.
Torna-se perceptível que não é preciso o professor ser detentor de conhecimento específico para ministrar aulas de determinado conteúdo, bem como não necessariamente é preciso possuir materiais oficiais para realização da aula visto que trabalhamos com outras possibilidades, adaptações, o que não impediu ou diminui a qualidade do trabalho realizado.
Portanto, esperamos que este relato contribua para a implementação de variadas propostas de aula na escola, possibilitando o conhecimento de novos conteúdos, ampliando a autonomia e o senso crítico do aluno, além de caminhar para a legitimação da Educação Física no âmbito escolar.
Palavras-chave: PIBID, Ginástica, Escola.