66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA
G. Ciências Humanas - 5. História - 3. História Social
O CINEMA ENQUANTO PROPAGANDA IDEOLÓGICA:A REPRESENTAÇÃO DOS JUDEUS NO CINEMA NAZISTA
Webia Ferreira da Cruz - SESI/SENAI-EBEP, Anápolis, Goiás.
Bruna Gabrielle Ribeiro Dias - SESI/SENAI-EBEP, Anápolis, Goiás.
Jéssica Garcês de Freitas - SESI/SENAI-EBEP, Anápolis, Goiás.
Marcus Vinícius Costa da Conceição - Orientador-SESI/SENAI-EBEP, Anápolis,Goiás
INTRODUÇÃO:
Este trabalho terá como foco o fascismo e a representação da identidade dos judeus neste e como o cinema interfere nestas identidades. O Fascismo recebeu influências de ideias liberais do pós-Revolução Francesa, expondo um discurso liberal, porém não distante de algumas características conservadoras, tais como autoritarismo e militarismo nítido na prática política, sendo o regime fascista caracterizado por um monopólio da representação da classe operária. As imposições desta política social se dissiparam sobre grande parte do território alemão, adotando rígidas doutrinas e imposições como o antissemitismo. A atuação do cinema, como eixo de propaganda política e social das ideias nazistas construíram uma visão de uma das raças rejeitadas pelos alemães, os judeus que eram representados dentro do cinema nazista a partir da perspectiva de um “intruso”. O cinema passou a ser uma das instituições de propaganda alemã, difundindo no contexto social os mais variados e fundamentais objetivos nazistas, trabalhando com os extremos sociais sendo estes o aviltamento de outras raças, os judeus enquanto vermes sociais, e ameaças constantes.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Compreender o cinema como eixo de propagação política e social do sistema de ideias nazistas, analisando o modo como os judeus são representados perante a sociedade alemã e como o cinema ajuda nessa construção.
MÉTODOS:
O conceito de ideologia abordado nesse trabalho foi baseado na visão de Karl Marx (1998), que compreende a ideologia como o “conjunto de ideias que procuram ocultar a sua própria origem nos interesses sociais de um grupo particular da sociedade”. Para análise da ideologia do movimento alemão que se firmava na teoria de raças, utilizou-se a visão de Wilhelm Reich (1988), o qual destrincha esta teoria e a representa perante o olhar do alemão. Com ênfase na atuação de Hitler e do movimento nazista, Erich Fromm (1975) desenvolveu um estudo de como uma ideologia ostensiva é responsável por muitas hesitações comportamentais e como essas são responsáveis pelo surgimento do regime nazista. Para a compreensão do cinema enquanto peça ideológica foram analisados os filmes “O Eterno Judeu” e o “O Judeu Süss” (ficção). A escolha desses dois filmes se deu principalmente pela abordagem deles, sendo o primeiro um documentário que procurava retratar o modo de vida judeu e o segundo uma ficção, baseada em fatos reais, que procurava demonstrar a ânsia dos judeus em busca da fortuna.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As condutas sociais dos indivíduos foram moldadas pelos nazistas que restringiram o Alemão das demais raças. A ascensão alemã se construía como uma lei natural tendo família como um importante eixo para a difusão dos ideais nazistas, considerada instituição para a formação social dos aspectos socioeconômicos e não do Estado autoritário como importante alicerce de apoio. A propaganda atuou como fator para a construção de conceitos adotados pelas famílias trabalhando a exploração de aspectos psicológicos das massas. O cinema no período nazista foi um dos meios utilizados pela propaganda como instrumento de enorme poder, o cinema se consolidava mantendo vínculo de ideias políticas, sociais e econômicas. Hitler reconhecia a influência que o cinema oferecia, então usou este ao seu favor, ao longo do tempo os nazistas foram desenvolvendo suas próprias técnicas e estilos cinematográficos visando seus objetivos. Surge então o ministério da Informação e da Propaganda que foi um aliado da divulgação do Partido Nazista as propagandas mantinham o partido invicto garantindo a todo instante que seus seguidores e lideres recebessem informações concretas de seu contexto social. Um desses exemplos é o filme Eterno Judeu o recorro contra os judeus e exaustivo, uma grosseira difamação contra o povo judeu e toda sua cultura. A humilhação no filme buscava desumanizar os judeus. O apelo contra os Judeus massacrante durante toda a obra ressaltando o quão inútil é a existência de tal raça. Outro filme seguindo esta intensão foi “Judeu Suss” onde e possível ver a manipulação da época a respeito do papel dos Judeus. Nessa obra, o exagero era planejado, o jogo do poder é invicto, o judeu criminoso é evidente. Tudo para demonstrar o papel de um Judeu louco por poder que ao manipular um príncipe alemão, leva o caos ao seu principado, transmitindo a mensagem de que os Judeus fazem tudo por dinheiro e poder.
CONCLUSÕES:
As contribuições e intervenções sociais obtidas pelos movimentos abordados no presente estudo esboçam firmemente a proporção que estes atingiram, tendo como foco o cinema e sua persuasão na sociedade alemã. A família e a juventude atuaram como difusores reforçados por narrativas e afirmações ativas no contexto. A repressão social brotou de um processo declarado por referências sociais, sendo o cinema uma incitação e adoção do nazismo colocando as raças rejeitadas como mazelas sociais incabíveis para a vivência alemã. Percebe-se não apenas a superioridade e repressão ariana, mas também o poder da propagação do cinema por imposição pelo partido político sobre a população, partindo de Adolf Hitler, dissipador propagandístico. Deste modo, o artigo propôs demonstrar o cinema como instrumento de propaganda política a fim de representar a sociedade que o governo apostava exercer seus princípios, além da analise do conceito social da época e toda sua história cultural e política do período.
Palavras-chave: Nazismo, Cinema, Antissemitismo.