66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 1. Zootecnia
UTILIZAÇÃO DO FARELO DE MACARRÃO NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE DE LINHAGEM CAIPIRA
João Paulo Silva Paes - Aluno do Curso de Agronomia
Henrique Jorge de Freitas - Orientador / Universidade Federal do Acre
Marcelo Bastos Cordeiro - Universidade Federal do Acre
INTRODUÇÃO:
A avicultura brasileira tem uma grande intensidade no seu processo de produção. A avicultura tem caráter industrial, impulsionada pelo constantes aumento de produção.
O consumo de carne de frango aumentou nos últimos anos, e disputa com a carne bovina a preferencia dos brasileiros. Há uma estreita relação entre o preço da carne bovina e de frangos (FREITAS, 2009).
No Acre a criação do frango de corte industrial não é tão vantajosa devido à incapacidade do estado em competir com os grandes estados produtores que oferecem esse produto a um preço mais baixo. Nos últimos anos com a maior procura por produtos naturais e orgânicos a criação de frangos de linhagem caipira tem se desenvolvido e esta ave atinge um preço compensador. Visando este mercado algumas empresas desenvolveram linhagens que podem ser criadas em sistemas caipiras e apresentam um desenvolvimento corporal mais rápido que o caipira tradicional (FREITAS, 2009).
Alimentos alternativos podem ser utilizados desde que tenham composição química adequada e sejam isentos de substâncias antinutricionais (OLIVEIRA, 2010).
O macarrão quebrado nas máquinas de empacotamento não pode ser destinado ao consumo e é descartado como resíduo, que depois de triturado pode ser usado na alimentação animal.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar o efeito da inclusão do farelo de macarrão na alimentação de frangos de corte de linhagem caipira, sobre o desempenho zootécnico destas aves.
MÉTODOS:
Experimento realizado no setor de avicultura do Centro de Ciências Biológicas e da Natureza da UFAC. O período experimental foi de 70 dias. O experimento foi realizado em galpão de alvenaria medindo 16 m X 5 m, dividido em 32 boxes com 2m2 de área. Foram utilizados 300 pintinhos de um dia, divididos em 30 parcelas experimentais. O manejo foi realizado segundo Cotta (2000). As aves foram pesadas em balança digital com precisão de 0,01 g, a cada 14 dias, verificado o consumo de alimento (g) nos períodos e a mortalidade (%). Foram avaliados o consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar, eficiência alimentar e viabilidade. O delineamento estatístico utilizado foi o inteiramente casualizado apresentando 5 tratamentos (níveis de inclusão 0; 2,5; 5,0; 7,5 e 10%) e 6 repetições. Cada repetição apresentou 10 (dez) aves, sendo 5 machos e 5 fêmeas. Para a análise das médias utilizou-se o programa computacional SISVAR 5.0, sendo realizada uma análise de regressão para os tratamentos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O farelo de macarrão utilizado na alimentação de frangos de corte, não comprometeu o desempenho zootécnico das aves. A análise de regressão para as variáveis: consumo de ração, peso das aves, conversão alimentar, eficiência alimentar e mortalidade aos 70 dias, apresentou efeito linear.
Granjeiro et al. (2001), avaliando o desempenho de frangos de corte, não encontraram nenhum efeito significativo (P>0,05) dos níveis de inclusão de levedura de cana-de-açúcar nas dietas para frangos de corte.
Ramos et al. (2006), experimentando polpa de caju desidratada em substituição ao milho, concluíram que até o nível de 15% de substituição, a polpa de caju desidratada não interfere no ganho de peso de frangos de corte.
Bastos et al. (2007), trabalhando com farelo de coco em rações para frangos de corte, verificou que nas fases inicial, final e no período total de criação, a inclusão de farelo de coco nas rações reduziu o ganho de peso das aves.
Costa et al. (2007), tentando determinar níveis de inclusão de feno de maniçoba na ração de frangos caipiras, constatou não haver efeito significativo (P>0,05) dos tratamentos em relação ao ganho de peso.
CONCLUSÕES:
A inclusão de farelo de macarrão na alimentação de frangos de corte de linhagem caipira, até o nível de 10%, não tem efeito negativo sobre o desempenho de frangos de corte. Observou-se, neste experimento, a necessidade de testar níveis maiores de farelo de macarrão na alimentação de frangos de corte já que a análise de regressão apresentou efeito linear para as variáveis analisadas.
Palavras-chave: Alimento alternativo, Frango caipira, Produção animal.