66ª Reunião Anual da SBPC |
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o): SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA |
D. Ciências da Saúde - 2. Medicina - 1. Medicina |
TRATAMENTO TRANSURETRAL DE URETEROCELE COMPLICADA POR CÁLCULO GIGANTE |
Fernando de Assis Ferreira Melo - Orientador / Universidade Federal do Acre / Faculdade de Medicina Waledya Araujo Lopes de Melo - Universidade Federal do Acre / Faculdade de Medicina Natali Pires Mendes - Universidade Federal do Acre / Faculdade de Medicina Wilson Rodrigues Barbosa Neto - Universidade Federal do Acre / Faculdade de Medicina Loema do Amaral Firmino - Universidade Federal do Acre / Faculdade de Medicina |
INTRODUÇÃO: |
Ureterocele é uma dilatação cística do ureter submucoso intravesical que afeta mais comumente mulheres e crianças. É encontrada raramente na raça negra e a proporção entre o sexo feminino e o masculino se dá de 4:1 casos. O lado esquerdo é mais acometido que o direito e aproximadamente 10% dos casos são bilaterais. Essa malformação é classificada como intravesical, localizada inteiramente dentro da bexiga, e ectópica, situada preferencialmente no colo vesical ou na uretra, não importando a posição do orifício ureteral. Tal moléstia pode ser diagnosticada no período ante-natal, através da ultra-sonografia, que pode identificar um sistema coletor duplicado ou um ureter dilatado decorrente de um pólo superior hidronefrótco. Quando não diagnosticado por exames de imagem, a ureterocele pode se manifestar por meio de suas complicações pós-natais, sendo as mais freqüentes: infecção urinária, prolapso da ureterocele e formação de cálculos em seu interior. O tratamento da ureterocele e suas complicações atualmente se fazem com os recursos da endoscopia. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
Aperfeiçoar técnicas minimamente invasivas proporcionando melhores resultados e menor morbidade aos pacientes. |
MÉTODOS: |
Relato de caso onde se tratou a ureterocele e sua complicação (cálculo gigante) utilizando-se apenas recursos endoscópicos. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
A paciente R.F.L, 36 anos, chegou ao consultório médico com história de disúria, polaciúria, nictúria e hematúria. Encontrava-se em tratamento com antibióticos, há 5 anos , prescrito por facultativo. A radiografia simples de abdome mostrou imagem cálcica de 3,4 cm em topografia da pelve menor. À urografia excretora, imagem de ureterocele bilateral com cálculo de 3,4 cm de diâmetro no interior de ureterocele direita acompanhada de ureterohidronefrose a montante. Durante o ato operatório optou-se pela remoção endoscópica da parede anterior da ureterocele com bisturi elétrico. A meatotomia “a frio” não foi possível pois o cálculo gigante protruía pelo orifício da ureterocele não permitindo a passagem da faca de Sacks entre o cálculo e a parede da mesma. Posteriormente, litotripsia eletro-hidráulica do cálculo gigante através da passagem transuretral de um nefroscópio rígido e remoção dos fragmentos com pinça tipo “tridente”. A paciente recebeu alta no mesmo dia do procedimento cirúrgico, sem sonda uretral ou cistostomia. Antibióticos foram utilizados de maneira profilática e analgésico simples foi utilizados por 2 dias. Chtourou M et al realizaram um trabalho no qual todos os pacientes com ureterocele complicada por cálculo foram tratados com meatotomia endoscópica horizontal com a fragmentação e a extração do cálculo. Segundo Wickham JE, apenas um pequeno ponto da face da ureterocele é necessário para que se realize a litotomia percutânea endoscópica. Operações endoscópicas estão indicadas em cálculos pequenos e médios ( Dutov VV e Dolgov AG), ou seja, aqueles cujo tamanho é inferior a 30 mm. Concluíram, assim, que a escolha da intervenção cirúrgica nos casos de ureterocele complicada por cálculo depende do tamanho do cálculo, estado funcional dos tratos urinários superiores e inferiores, a idade do paciente e a presença de pielonefrite. |
CONCLUSÕES: |
A ressecção endoscópica é uma alternativa à meatotomia “a frio” no tratamento da ureterocele. Além disso, a realização de litotripsia transuretral com nefroscópio rígido é factível e pouco traumático em mulheres eliminando o acesso percutâneo para a introdução do nefroscópio. Conclui-se também que o tamanho do cálculo no interior da ureterocele não é fator limitante para empregar a técnica descrita. |
Palavras-chave: Ureterocele, Cirurgia Endoscópica, Meatotomia à frio. |