66ª Reunião Anual da SBPC |
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o): SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA |
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 13. Ensino-Aprendizagem |
ATIVIDADE DE CAMPO COMO PRÁTICA NA INSERÇÃO DA CULTURA CIENTÍFICA PARA ALUNOS DO ENSINO BÁSICO |
Simone Delgado Tojal - Colégio de Aplicação - UFAC Jailini da Silva Araújo - Licenciatura em Ciências Biológicas - UFAC Rafael Ruan Araújo Pinto - Licenciatura em Ciências Biológicas - UFAC Rosiane Portela de Mesquita - Licenciatura em Ciências Biológicas - UFAC Mirna Amoêdo Lima - Lincenciatura em Ciências Biológicas - UFAC |
INTRODUÇÃO: |
O processo de ensino e aprendizagem na maioria das escolas de Educação Básica, de modo geral, ainda trabalha essencialmente o domínio do aprender a conhecer e, em menor escala, o aprender a fazer e a conviver por falta de exploração de espaços e oportunidades que favoreçam aos estudantes vivenciar experiências educacionais. As atividades de campo constituem importantes estratégias para o ensino em diversas áreas do conhecimento permitindo a exploração de novos ambientes que motivam o aluno em sua aprendizagem significativa. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
O Projeto de Extensão BIOCAMP – Integrando conhecimentos e saberes, além de outros objetivos, tem o propósito de oportunizar aos bolsistas de iniciação científica da graduação em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Acre (UFAC), uma experiência no processo de ensino, levando conhecimentos científicos produzidos em pesquisa aos alunos do ensino básico através de atividades de campo. |
MÉTODOS: |
Primeiramente foi feito uma palestra pelos bolsistas com o título “Métodos de Amostragem para Aves por Rede de Neblina e Vocalização”, abordando aspectos da diversidade da avifauna acreana, a importância da ecologia das aves e métodos de amostragem. Os alunos foram levados à atividade de campo que ocorreu em dois dias, na Fazenda Experimental Catuaba, área florestada que pertence a UFAC. No campo, os alunos fizeram uma caminhada por uma trilha na mata, onde eles armaram as redes de neblina com o auxílio dos bolsistas. Montadas as redes, estas ficaram abertas e deixadas no local. Após um período, a equipe retornou para coleta, identificação, medidas, pesagem e soltura das aves capturadas. Na manhã seguinte, as redes foram novamente abertas e os alunos conduzidos para uma observação de amostragem por vocalização. Por fim, após o último monitoramento das redes e feito todos os procedimentos metodológicos, aquelas foram fechadas e recolhidas. Na atividade de campo participaram um total de 30 pessoas que consistiram em 26 alunos do Colégio de Aplicação da UFAC (alunos do 3º ano Ensino Médio e bolsistas PIBIC Jr.), dois pais de alunos, a professora de Biologia da escola e um morador local. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
Através dos métodos de amostragem foram obtidas uma abundância e riqueza de espécies igual a oito, cada. Seis espécies nas redes de neblina e oito espécies por meio de vocalização. Os alunos entregaram relatório individual e um artigo “Método de captura por Rede de Neblina e Identificação Sonora e Visual de Aves por Vocalização”, sobre as técnicas de amostragem usadas no campo. Com os dados obtidos através dos relatórios foi possível detectar o comprometimento, seriedade e o empenho dos alunos nas etapas descritas para a utilização dos métodos: “..., fomos orientados a colocar as redes de nebrina, na qual primeiro tivemos que desenrolar todas as redes e depois fixarmos as mesmas com o apoio de uma vara”. Os alunos tiveram uma participação direta e ativa no campo, não sendo meros expectadores, mas sim protagonistas das atividades e construtores de seus conhecimentos. Puderam também, sentir emoções e sensações na área florestada na qual não é possível em uma aula teórica. O trabalho com os bolsistas proporcionaram aos alunos, o entendimento das nomenclaturas utilizadas pela ciência que foram empregados no campo: “... Rafael, que com um gravador captava o canto da ave e o reproduzia, pois caso a ave fosse ‘territorialista’ ela se aproximaria...”. Outro aprendizado significativo para os alunos foi o exercício do trabalho em equipe: “... tivemos a oportunidade de aprender a trabalhar em grupo, em equipe e com seriedade, sabendo que não era uma simples visita, um acampamento, e sim um projeto que tinha um objetivo...”. As etapas para a produção de um artigo permitiu aos alunos um contato com um gênero textual que normalmente não é apresentado a eles no ensino básico. Em contrapartida para os bolsistas a experiência em trabalhar com alunos foi um aprendizado significativo para sua formação acadêmica. Os bolsistas planejaram estratégias para a exposição teórica, partindo de conhecimentos adquiridos na iniciação científica, e para a convivência em campo com os alunos. |
CONCLUSÕES: |
Atividades de campo bem sistematizadas com uma equipe de trabalho integrando professores do ensino básico e bolsistas de iniciação científica contribuem significativamente para o aprendizado dos alunos que são levados a uma compreensão da cultura científica. Trabalhos dessa natureza ainda são tímidos e precisam, no âmbito da nova escola, serem estimuladas e melhores avaliados. |
Palavras-chave: atividade de campo, ensino básico, bolsistas. |