66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 13. Ensino-Aprendizagem
A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EM HEIDEGGER: PARA ALÉM DA RELAÇÃO SUJEITO-OBJETO
Rosa Martins Costa Pereira - Doutoranda em Geografia/Orientadora-IFRO
Clara Miranda Santos - Mestre em Psicologia/Pesquisadora-IFRO
Josiel Neves da Silva - Aluno Pesquisador - IFRO
INTRODUÇÃO:
Martin Heidegger, não foi mais um filósofo alemão. Foi, sobretudo, um produtivo escritor, professor, reitor, além de um dos grandes pensadores do século XX. Na modernidade, o indivíduo passa a ser a referência do mundo e não mais a divindade. Com isso, viu-se a emergência do sujeito como narrador da história, da versão aceita como verdade. É nesse contexto que há uma separação entre sujeito e objeto, um que conhece e o outro que é conhecido. O modelo filosófico de Heidegger propõe uma mudança paradigmática ao apresentar a análise existencial de Dasein. É nesse contexto que a relação sujeito-objeto é redesenhada e serve de ponto de partida para diferentes teorias de subjetividades surgidas a partir das suas contribuições.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Esse trabalho tem como objetivo apresentar os resultados de do Projeto de Pesquisa PIBIC EM, intitulado “A relação sujeito-objeto em Heidegger”, institucionalizado por meio do Edital n. 50 de 13/05/2013 no Instituto Federal de Rondônia que analisou os pressupostos da relação sujeito-objeto em Heidegger, buscando aproximar o pesquisador iniciante da leitura de obras clássicas.
MÉTODOS:
Essa pesquisa foi bibliográfica, tendo como fonte obras de Martin Heidegger. Optou-se pela pesquisa bibliográfica a fim de conhecer, ainda que de forma inicial, obras clássicas do pensamento contemporâneo. O principal objetivo da pesquisa bibliográfica é colocar o pesquisador em “contato com tudo o que foi produzido na área em questão” (MOREIRA e CALEFFE, 2006, p.74). Esse tipo de pesquisa exige reflexão crítica sobre as fontes bibliográficas e não é, de forma alguma, uma mera transposição das ideias dos autores. Realizou-se leituras, fichamentos e sessões de estudo sobre as obras de Martin Heidegger: Ser e Tempo de 1927 e Introdução à Filosofia de 1928.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As contribuições de Heidegger para a pesquisa científica são inúmeras. Aqui pontuamos, especificamente, suas reflexões à polarização construída entre sujeito-objeto, como se um não fizesse parte do mundo do outro. Ao contrário, em Heidegger compreendermos que é na experiência fática da vida, no mundo vivido, que há possibilidade de conhecimento, o mundo vivido, não como objeto, pois não é possível viver no objeto (HEIDEGGER, 2010). Não há sujeito e objeto, há sim uma relação que acontece na vida fática. Mudar o foco das polarizações para a relação de encontro pode reformular o modo como concebemos e fazemos pesquisa ainda hoje. É por isso que as obras do filósofo Martin Heidegger são clássicas e a leitura delas na escola irá abrir um mundo de possibilidades para que os alunos releiam o mundo dentro e fora da escola Movimento e familiaridade fazem parte da noção de ser-no-mundo que é uma possibilidade de conhecer tendo como base a transcendalidade que é ao mesmo tempo fática, histórica e transcendental. O ser-no-mundo aponta para um lugar, um ser habita um cotidiano que lhe é, ao mesmo tempo, familiar e transcendental e com quem está em relação. Essa é a condição do sujeito em Heidegger: um ser em relação. Para ele, a relação entre sujeito e objeto deve ser criticada pelo mesmo motivo que se deve criticar o conceito de verdade: a relação é baseada em distintos elementos que não estão suficientemente esclarecidos. O sujeito é considerado como o homem, o único ser com a possibilidade de conhecer, aquele que traz à existência e a ela dá sentido a tudo o que existe. A função do sujeito é se relacionar com o objeto, ele existe para isso. Nesse sentido, a noção de representação é vista de modo inovador, como uma reapresentação feita pelo homem que é sujeito e objeto em um só tempo, sempre no presente. Em Heidegger, a base para a compreensão sujeito-objeto está no termo relação. Ele buscou superar o dualismo existente entre sujeito-objeto físico.
CONCLUSÕES:
Esta pesquisa buscou contribuir para, inicialmente, produzir estudos nos campos da filosofia, sociologia e história da ciência e, posteriormente, contribuir para a ampliação e aprofundamento de estudos no campo da epistemologia da educação, promovendo colóquios e círculos de debate com alunos que participam ou não da iniciação científica a fim de analisar não apenas o legado de filósofos importantes, mas identificar e analisar suas influências e implicações nas formas de conhecer e métodos de pesquisa utilizados atualmente. Com vistas à popularização da ciência, organizamos um blog com resenhas de obras de Heidegger e sua biografia a fim de disseminar os resultados obtidos no decorrer do projeto. Organizamos também um lista de teses e artigos sobre Heidegger e a temática da pesquisa.
Palavras-chave: Conhecimento, Pesquisa, Sujeito-0bjeto.