66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Recursos Florestais e Engenharia Florestal
EFICÁCIA DE TRATAMENTOS PRÉ-GERMINATIVOS EM SEMENTES DE FAVEIRA.
Michele Fontenele Sampaio - Departamento de Engenharia Florestal – FARO/RO
Jose Willane Dantas Ribeiro - Departamento de Engenharia Florestal – FARO/RO
Angélica Silva Dos Santos - Departamento de Engenharia Florestal – FARO/RO
Fábio Renato de Oliveira Marques - Departamento de Engenharia Florestal – FARO/RO
Camila Andrade Silva - Orientadora - Departamento de Engenharia Florestal – FARO/RO
INTRODUÇÃO:
A faveira (Dinizia excelsa ducke),), também conhecida vulgarmente como Angelim pedra verdadeiro, pertencente a família fabaceae, apresenta um grande valor econômico, tendo a sua madeira empregada na construção civil e naval, como dormentes, vigas, tábuas para assoalhos, carrocerias, batentes de porta entre outros. Isso devido à madeira apresentar uma elevada densidade (LORENZI, 2002).
As sementes viáveis de algumas espécies não germinam, mesmo sob condições favoráveis. Porém, em muitos casos, o embrião destas, quando isolado, germina normalmente. Neste caso, a semente é dormente, pois os tecidos que a envolvem exercem um impedimento que não pode ser superado, conhecido, portanto como dormência tegumentar (DEMINICIS, 2009). No entanto são adotados diversos métodos para quebra de dormência, como exemplo tem-se a escarificação química, em que as sementes são imersas em ácido sulfúrico concentrado por um determinado período de tempo, que varia em função da espécie, com temperatura entre 25⁰C a 30⁰C (BRASIL,1992).
Desta forma, é importante que sejam realizados estudos, visando conhecimento das técnicas mais apropriadas para superação de dormência e conseqüente inicio da germinação.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Determinar a eficiência de tratamentos pré germinativos, na germinação de sementes de faveira.
MÉTODOS:
O experimento foi conduzido no Laboratório de Sementes, da Faculdade de Rondônia – FARO. As sementes foram submetidas aos seguintes tratamentos de superação de dormência: T1-1 Testemunha (sementes intactas), T2-2 Imersão em ácido Sulfúrico (H2SO42SO4), por 5 minutos, T3- 3 Imersão em ácido Sulfúrico (H2SO42SO4), por 10 minutos e T4-4 Imersão em álcool etílico absoluto a 75ºC por 2 minutos.
Para a montagem do experimento foram utilizadas 100 sementes para cada tratamento, divididas em quatro repetições e acondicionadas em papel germitest, umedecido com água destilada. Os tratamentos foram armazenados em germinador em forma de rolos, a temperatura constante de 25⁰C. O delineamento experimento utilizado foi inteiramente casualizado, com quatro repetições, por tratamento.
As avaliações da germinação foram realizadas adotando os seguintes parâmetros: Primeira contagem da germinação aos sete dias após início do experimento e Germinação total aos 21 dias. Os resultados foram expressos em porcentagens.
Os dados obtidos foram submetidos a análise de variância, por meio do software GENES (CRUZ, 2005). As médias comparadas pelo teste de tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram detectadas diferenças significativas entre os tratamentos (P≤0,05). Os tratamentos com ácido sulfúrico (T2 e T3 2 e 3) obtiveram as melhores porcentagens de germinação. Assim, as sementes que foram submetidas à imersão em ácido sulfúrico por períodos determinados tiveram a dormência tegumentar superada, resultando em 51% ao fim do experimento, para ambos os tratamentos. Em espécies do gênero Parkia, sementes tratadas com ácido sulfúrico e escarificação manual no tegumento, geralmente apresentam índices elevados de germinação (VARELA et al., 1986/1987; CRUZ et al., 2001).
Os demais tratamentos não se mostraram ideais para quebra de dormência de uma forma eficiente e rápida, provocando de certa forma alguns danos às sementes que não conseguiram romper a camada permeável além de ter ocorrido perdas nos tratamentos, por proliferação de patógenos.
Conforme Bewley e Black (1994) nas sementes que apresentam dormência, os tratamentos utilizando o ácido sulfúrico tem revelado eficiência quando adotado.
Contudo, as sementes tratadas com álcool etílico absoluto 75 ⁰C por 2 minutos (T4 4) mesmo não apresentando um índice significativo de germinação, se comparada aos demais, não apresentou nenhum indício de contaminação por. Porém, o tempo médio utilizado neste teste não foi capaz de promover uma boa porcentagem de germinação das sementes de faveira.
Com esses resultados nota-se que a impermeabilidade do tegumento é um dos fatores que limitam diretamente ou indiretamente agindo na germinação de sementes de faveira. A escarificação química com H2SO4 2SO4 mostrou-se um bom tratamento, se comparado com os demais métodos utilizados. Porém, o tratamento com álcool etílico absoluto por 2 minutos (T4 4) apresentou certa inibição com relação à contaminação por patógenos nas sementes.
CONCLUSÕES:
A escarificação química com H2SO42SO4 por período de 5 minutos é o tratamento pré germinativo avaliado na presente pesquisa, mais indicado para superação da dormência em sementes de faveira. Os resultados de germinação são iguais quando se utiliza o H2SO42SO4 por 10 minutos e assim, indica-se o método de menos tempo.
É interessante que sejam realizados estudos posteriores a fim de avaliar a eficácia do uso de álcool no processo de germinação, já que este inibiu a contaminação por patógenos.
Palavras-chave: Dormência, Dinizia excelsa ducke Dinizia excelsa ducke, Escarificação.