66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBGeo - Sociedade Brasileira de Geologia
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 1. Geociências
FRAGMENTAÇÃO FLORESTAL NO MUNICÍPIO DE PLÁCIDO DE CASTRO – AC
ELAINE LOPES DA COSTA - Engenharia Florestal - UFAC, Rio Branco, AC
ANTONIO WILLIAN FLORES DE MELO - Doutorando PPG-CFT - INPA, Manaus, AM.
INTRODUÇÃO:
A Amazônia, conhecida pela biodiversidade de fauna e flora, mas, a estabilidade climática, ecológica e ambiental deste bioma está ameaçada, podendo ficar ainda maiores. A fragmentação da vegetação pode ser natural ou antrópica e, uma vez antrópica, ocorre como consequência do desmatamento seguido pela perda de serviços ecossistêmicos tangíveis e intangíveis. Todo fragmento tem uma região que fica em contato com a área desmatada/alterada chamada de efeito de borda e, quanto menor o fragmento maior será o efeito de borda. Um dos principais problemas da fragmentação é o isolamento, sendo necessária sob a ótica ecológica cessar o processo de fragmentação e iniciar um que permita conexão por meio de corredores até os fragmentos existentes. Para isso é necessário à existência de estudos relacionados ao mapeamento e analise dos padrões espaciais. No estado do Acre o processo de perda de cobertura florestal está associado primordialmente à expansão da pecuária e a reforma agrária. Em virtude disso, seu governo vem, pois, adotando uma série de medidas para reduzir cada vez mais os índices de desmatamento.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo do presente trabalho é quantificar e analisar a fragmentação florestal no município de Plácido de Castro, Estado do Acre, durante o ano de 2010 utilizando um software do Sistema de Informações Geográficas (SIG).
MÉTODOS:
A área de estudo localiza-se no município de Plácido de Castro, Estado do Acre, que faz parte região da Amazônia brasileira. A análise da fragmentação foi realizada a partir do shape de desmatamento gerado pela Unidade Central de Geoprocessamento do Estado do Acre. Utilizando o ambiente do software ArcGis 10.0 produziu-se uma mascara reversa de desmatamento na qual pode-se considerar os fragmentos em quatro classes: tamanho muito pequenos (< 5ha), pequenos (5ha a 10ha), médio (10ha a 100ha) e grande (> 100ha). E, os índices de paisagens foram calculados por meio da extensão do ArGis Pacht Analyst 5.1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram identificados 513 fragmentos correspondentes a uma área de 58.252ha, que representa cerca de 30% do território do município. O tamanho médio de todos os fragmentos foi de 114ha, os valores de desvio padrão de tamanho e o coeficiente de variação de tamanho foram de 434ha e 38%, indicando uma grande variabilidade no tamanho dos polígonos e uma elevada alteração antrópica ocasionada pelo desmatamento. O maior fragmento observado apresentou 5.343ha, em relação aos demais fragmentos este encontra-e em um processo de isolamento. Verificamos que a classe de tamanho muito pequeno apresentou o maior número de fragmentos 196 o que corresponde a 208ha, médio 168 (5.742ha), grande 81 (51.786ha) e pequeno com 68 (515ha). O número de área central que é influenciado pela forma, tamanho do fragmento e da área de efeito de borda, quando se atribui um efeito de borda de 50m, obteve-se para a classe muito pequena o valor encontrado foi de 46ha, as demais classes pequenas com 87ha, médio com 280ha e grande com 320ha. Esses índices refletem tanto na composição como na configuração da paisagem. Segundo Forman et al. (1976) e Saunders et al. (1991), a riqueza diminui quando a área do fragmento fica menor que as áreas mínimas necessárias a sobrevivência das populações. Os fragmentos muito pequenos são os mais comprometidos com o efeito de borda, quando se considerou um efeito de borda de 100m o número de área central foi nulo. Este fato se repetiu para a classe de pequeno quando a borda. Os fragmentos pequenos desempenham funções de extrema importância na paisagem, funcionando de corredores ecológicos entre os fragmentos médios e grandes.
CONCLUSÕES:
O número de fragmentos no município de Plácido de Castro é 513, com um tamanho médio de 114ha, apresentando uma elevada variabilidade no tamanho dos fragmentos. Como esperado a classe muito pequeno apresentou o maior número de fragmentos (196) e a de pequenos foi a que apresentou o menor número com 68. Para uma borda de 50m os fragmentos muito pequenos apresentaram o maior efeito de borda com 87ha, esse valor passa a ser nulo considerando uma borda de 100m; a classe de grande apresenta menor influencia da borda e maior valor no tamanho da área central. O maior remanescente encontrado com 51.786ha encontra-se em processo de isolamento.
Palavras-chave: Amazônia, Desmatamento, Efeito de borda.