66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
ABRASCO - Ass. Bras. de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 2. Epidemiologia
ESCORE DE CHILD PUGH DE PACIENTES COM HEPATITE CRÔNICA POR VÍRUS B E COINFECTADOS/SUPERINFECTADOS POR VÍRUS D NA AMAZÔNIA OCIDENTAL BRASILEIRA
Marcelo Siqueira Oliveira - Mestrando/Escola Paulista de Enfermagem/UNIFESP
Calos Frank Viga Ramos - Universidade Federal do Acre
Suiane da Costa Negreiros do Valle - Universidade Federal do Acre
Romeu Paulo Martins Silva - Universidade Federal do Acre
Elisabeth Níglio de Figueiredo - Orientadora/Profa. Dra na Escola Paulista de Enfermagem/UNIFESP
INTRODUÇÃO:
A hepatite b representa um grave problema de saúde pública. Estudos sugerem que existam cerca de 350 a 400 milhões de pessoas cronicamente infectadas em todo o mundo. No Brasil, estima-se dois milhões de indivíduos infectados, sendo que a região Norte do país apresenta elevados indicadores de morbidade relacionados à infecção. A patologia que tem relação direta com resultados adversos graves, como o carcinoma hepatocelular e a cirrose hepática, também sofre interferência de fatores associados, dentre os quais destaca-se a coinfecção/superinfecção pelo vírus delta, em razão da potencialização do quadro patológico. Os registros epidemiológicos levaram o governo brasileiro a instituir um protocolo clínico com as diretrizes terapêuticas para o tratamento da doença, no qual o Ministério da Saúde recomenda o escore de Child Pugh como mecanismo de avaliação para classificação da doença e recomendações específicas como a inclusão do paciente no cadastro para transplante hepático.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Comparar o escore de Child Pugh a partir de prontuários de pacientes com hepatite b crônica frente aos registros de hepatite b com coinfecção/superinfecção por vírus delta.
MÉTODOS:
Estudo transversal realizado no ambulatório de hepatologia do Hospital de Dermatologia Sanitária na cidade de Cruzeiro do Sul, Estado do Acre.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O estudo evidenciou que 42,8% (89) dos prontuários apresentaram diagnóstico de infecção crônica por vírus da hepatite b e 57,2% (119) mostraram-se coinfectados/superinfectados pelo vírus d. Dentre os prontuários apenas com vírus b, somente 24,7% (22) possuíam registros suficientes para o cálculo do escore, sendo que todos receberam classificação A (21=5A e 1=6A). Entre os prontuários coinfectados/superinfectados por vírus d, apenas 30,2% (36) tinham condições para o cálculo do escore, sendo que 80,5% (29) foram classificados como A (22=5A e 07=6A) e 19,4% (07) receberam classificação B (02=7B; 02= 8B e 03= 9B). Dentre os participantes com escore B apenas 28,5% (2) foram incluídos na rede de transplante hepático, aos demais foram solicitados novos testes.
CONCLUSÕES:
Os prontuários com registro da coinfecção/superinfecção por vírus d, mostraram-se mais prevalentes e apresentaram resultados com evolução grave da doença hepática de acordo com o escore. A maioria dos exames laboratoriais não apresentavam resultados satisfatórios ou não foram realizados de forma a permitir o cálculo do escore, o que sugere a necessidade de uma avaliação da rede de serviços, das práticas ambulatoriais, bem como da qualidade dos exames realizados.
Palavras-chave: Hepatite B, Hepatite D, Escore Child Pugh.