66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBF - Sociedade Brasileira de Física
A. Ciências Exatas e da Terra - 3. Física - 2. Ensino de Física
ANÁLISE DO ENSINO DA FÍSICA MODERNA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DE NÍVEL MÉDIO DE RONDÔNIA
Marco Aurélio de Jesus - Instituto Federal de Rondônia - IFRO
Melquisedeque da Conceição Lima - Instituto Federal de Rondônia - IFRO
Marcio Adolfo de Almeida - Instituto Federal de Rondônia - IFRO
Moacy Jose Stoffes Junior - Instituto Federal de Rondônia - IFRO
João Batista Diniz - Universidade Federal de Rondônia - UNIR
INTRODUÇÃO:
Neste estudo, são apresentados os resultados de uma pesquisa envolvendo professores da rede pública de ensino médio em alguns municípios do estado de Rondônia, trazendo uma análise acerca da importância que é dada pelos professores ao ensino de Física Moderna nesta etapa da escolarização básica e suas experiências na abordagem deste tema. A necessidade de inserção de conteúdos de Física Moderna no ensino médio é tema de pesquisas há mais de uma década, e das justificativas mais evidentes, destaca-se a utilização dos conceitos da Física do século XX nas aplicações tecnológicas. Fica aqui evidente, a urgência de uma complementação na formação dos educadores, inteirando-os com a Física Moderna e oferecendo-lhes ferramentas didáticas que os subsidiem numa abordagem mais adequada para a introdução de assuntos da Física Moderna e contemporânea no ensino médio.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Verificar como o ensino da Física Moderna está sendo abordado nas escolas públicas de nível médio, analisando a importância dada pelos professores de física a este ramo da ciência. Identificar as principais dificuldades enfrentadas para lecionar Física Moderna e quais as metodologias que podem contribuir para uma aprendizagem significativa.
MÉTODOS:
O trabalho consiste em uma entrevista estruturada realizada com professores da rede pública de educação de Rondônia, abordando os aspectos do estudo da Física Moderna no Ensino Médio. Foi elaborado um formulário online (Google Docs), cujo link foi enviado para os e-mails de professores de Física das listas de contato dos componentes da equipe do trabalho. Nesse formulário os professores puderam voluntariamente responder a perguntas sobre sua formação, seu tempo de docência, a importância dada ao ensino da Física Moderna no Ensino Médio, as dificuldades de trabalhar o tema nesse nível de ensino, bem como a identificação e a abordagem de conteúdos de Física Moderna nos livros didáticos. Os entrevistados também escolheram algumas metodologias que julgaram mais eficientes para o ensino da Física Moderna. Por fim, responderam se consideravam importante participarem de cursos de qualificação sobre o assunto em questão. Após uma semana, os dados foram recolhidos, tabulados e analisados pela equipe.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O questionário foi respondido por 42 professores de 9 municípios do estado de Rondônia, um número que surpreendeu positivamente a equipe. Dos entrevistados, 52% são formados em Física, 31% em Matemática, 10% em Química e 7% em Biologia. Quanto ao nível de formação, 55% são especialistas, 21% cursam mestrado, 10% fazem curso de especialização, 7% possuem apenas graduação e 7% são doutores ou doutorandos. Aproximadamente 74% consideram o estudo da Física Moderna no Ensino Médio indispensável ou muito importante. Cerca de 40% dos professores consideram o número insuficiente de aulas de Física o fator que mais dificultaria a aplicação da metodologia apresentada, enquanto 19% apontaram a falta de recursos didáticos, 17% a própria falta de conhecimento sobre o tema e 10% apontaram algum tipo de dificuldade dos alunos. Poucos professores relataram algum tipo de abordagem efetiva da Física Moderna em sala de aula (11%). Foram apresentadas algumas metodologias para inserir a Física Moderna no Ensino Médio e 48% dos entrevistados consideram que o tema deve ser tratado ao mesmo tempo em que a Física Clássica fosse ensinada; 21% preferem um projeto paralelo; 17% acham que a Física Moderna deve ser distribuída ao final de cada ano, como um tópico especial, enquanto 14% escolheram ao término do conteúdo do 3º Ano, após Eletromagnetismo. Observou-se nessa entrevista que professores com formação na área de Ciências Naturais valorizam muito mais a Física Moderna do que os formados em Matemática, que ainda apresentaram maior dificuldade em compreender o tema, provavelmente pela ausência de formação específica. Outro ponto a ser evidenciado é o fato que 41 dos 42 entrevistados consideram importante receber algum curso de qualificação em Física Moderna, o que denota um reconhecimento da importância do tema para a educação básica ou uma admissão da própria dificuldade do professor sobre o assunto e uma postura favorável para a formação.
CONCLUSÕES:
Este trabalho possibilitou verificar que a abordagem da Física Moderna no Ensino Médio das escolas públicas de Rondônia é insuficiente, apesar de a maioria dos entrevistados reconhecerem sua importância para esse nível escolar. Segundo os professores, o número reduzido de aulas semanais é a principal dificuldade para o ensino do tema, seguida de falta de recursos didáticos, falta de conhecimento dos próprios docentes e dificuldades de compreensão por parte dos alunos. Foram elencadas cinco propostas metodológicas para a abordagem do assunto, sendo que os entrevistados preferiram o estudo concomitante da Física Moderna com a Física Clássica, além de terem sido bastante receptivos quanto à possibilidade de participarem de um curso de capacitação na área. Diante do exposto, o presente trabalho se mostrou amplamente satisfatório, pois proporcionou dados relevantes sobre o perfil dos professores de Física de Rondônia e sua relação com a fascinante e indispensável Física Moderna.
Palavras-chave: Ensino de Física, Física Moderna, Ensino Médio.