66ª Reunião Anual da SBPC |
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o): SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA |
C. Ciências Biológicas - 4. Botânica - 3. Morfologia e Taxonomia Vegetal |
ESTUDO TAXONÔMICO DE MACRÓFITAS AQUÁTICAS DA BASE DE PISCICULTURA CARLOS EDUARDO MATIAZI, PRESIDENTE MÉDICI, RO, BRASIL |
Litssa Caroline Franco Pagadigorria - Depto. de Engenharia de Pesca - UNIR Daniela Lemes da Costa - Depto. de Engenharia de Pesca - UNIR Santina Rodrigues Santana - Ms. Orientadora/Depto.de Engenharia de Pesca - UNIR |
INTRODUÇÃO: |
As macrófitas aquáticas são plantas que apresentam grande capacidade de adaptação e amplitude ecológica, habitando ambientes variados de águas doce, salobra e salgadas, ambientes de água estacionária e corrente. Estas plantas são essenciais ao perfeito equilíbrio do ambiente aquático, sustentando um elevado número de organismos, diminuindo a turbulência das águas e, são utilizadas também como substrato para a desova e refúgio de vários organismos aquáticos, como peixes e insetos (Moura, et al., 2008). Segundo Esteves (2008), as macrófitas aquáticas são responsáveis pela produção de matéria orgânica principalmente em regiões tropicais onde a maioria dos ecossistemas aquáticos apresentam pequena profundidade e extensas regiões litorâneas, possibilitando o estabelecimento de grandes áreas colonizadas por estes vegetais. A atividade de piscicultura vem crescendo nos últimos anos na região, esta atividade tem proporcionado um habitat adequado para o desenvolvimento das macrófitas aquáticas. Estudos realizados com estas plantas é muito relevante, uma vez que são raros pesquisas com este grupo taxonômico no estado de Rondônia. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
Realizar um levantamento florístico das macrófitas aquáticas da Base de Piscicultura Carlos Eduardo Matiazi e registrar a ocorrência destas espécies. |
MÉTODOS: |
O estudo foi realizado na Base de Piscicultura Carlos Eduardo Matiazi que pertence ao Curso de Engenharia de Pesca do Campus de Presidente Médici. O levantamento das macrófitas aquáticas foi realizado em 2013. Os espécimes férteis foram coletados em triplicadas de forma aleatória, para registros fotográficos, identificação taxonômica e descrição botânica das características morfológicas de cada espécie. As amostras botânicas foram prensadas entre folhas de jornais e papelão e transportadas para o Laboratório de Ciências Ambientais do Campus de Presidente Médici, onde foram desidratadas em estufa para posterior confecção de exsicatas. A determinação das formas biológicas seguiu a classificação para plantas aquáticas, que são: anfíbias, flutuantes livres, flutuantes fixas, submersas livres, submersas fixas, emergentes e epífitas (Pott e Pott, 2000). O sistema de classificação adotado para o nível de família foi o APG II (2003). Para cada espécie foram anotados o nome da família botânica, nome científico, nome popular e forma biológica. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
Os resultados evidenciaram 34 espécimes, dos quais 31 foram identificados e distribuídos em 17 famílias. Dentre as famílias, a mais representativa foi Cyperaceae com 11 espécies, sendo o gênero Cyperus com maior número de ocorrência dentro desta família. Em estudos com macrófitas aquáticas realizados por Santana et al. (2013) em piscicultura, tanto a família Cyperaceae quanto o gênero Cyperus foram os mais representativos. Segundo Lorenzi (2000), a família Cyperaceae constitui um táxon de plantas daninhas, se adaptando facilmente em ambientes antropizados. Observou-se que todas as espécies desta família botânica, foram encontradas na Base de Piscicultura Carlos Eduardo Matiazi, colonizando as regiões litorâneas dos viveiros, formando extensas populações. Esteves (1998) ressalta que a diversidade de espécies animais nas regiões litorâneas dos ecossistemas aquáticos podem ser atribuídos principalmente à alta produtividade das comunidades de macrófitas aquáticas, pois elas formam um micro-habitat para muitas espécies de animais aquáticos servindo de refúgio e abrigo para peixes, moluscos, insetos, filhotes de jacaré; hospedeiras para associações de algas perifíticas e bactérias fixadoras de nitrogênio, e além disso, muitas plantas aquáticas podem ser utilizadas no controle de poluição e eutrofização artificial. A forma biológica de maior ocorrência foi a emergente com 13 indivíduos, seguida de anfíbia com 12. Flutuante livre e flutuante fixa, foram as menos representativas com 4 e 1 respectivamente. Segundo Veiga (2010) as macrófitas aquáticas enraizadas, como anfíbias e emergentes, apresentam vantagens sobre as outras, por estarem enraizadas no solo e não dependerem exclusivamente do fluxo de água para absorverem os nutrientes, estando assim adaptadas para os dois ambientes. |
CONCLUSÕES: |
O levantamento florístico realizado pode ser considerado relevante para a região, pois gerou uma lista com 31 espécies de macrófitas aquáticas, que será útil para o conhecimento destas plantas de ocorrência em pisciculturas. |
Palavras-chave: Cyperaceae, Formas biológicas, Aquicultura. |