66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA
C. Ciências Biológicas - 7. Fisiologia - 1. Fisiologia
SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA EM SEMENTES DE Schizolobium amazonicum.
NEILA CRISTINA DE LIMA FERNANDES - Engenharia Florestal - UFAC, Cruzeiro do Sul, AC
VILENE SANTOS VASCONCELOS - Engenharia Florestal - UFAC, Cruzeiro do Sul, AC
FIAMA NATACHA LIMA DE OLIVEIRA - Engenharia Florestal - UFAC, Cruzeiro do Sul, AC
FERNANDA PORTELA MADEIRA - Ciencias Biológicas - UFAC, Cruzeiro do Sul, AC
INTRODUÇÃO:
A dormência tem importância ecológica por ser um bloqueio da germinação quando em condições ambientais desadequadas. Em leguminosas, a dormência das sementes é causada por um bloqueio físico que permanece latente e, qualquer procedimento que permita romper o tegumento das sementes, fazendo-as absorver água, promove germinação e emergência de plântulas geralmente vigorosas. Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke, popularmente conhecida como paricá, é uma Caesalpiniaceae. As sementes dessa espécie apresentam dormência tegumentar que restringe entrada de água e oxigênio. Oferece alta resistência física ao crescimento do embrião, sendo então, imprescindível a quebra de dormência e consequente necessidade de estudos que melhor expliquem esse processo, testando-se métodos práticos de superação da dormência, que melhorem a germinabilidade e desempenho das plântulas, acelerando e uniformizando seu estabelecimento inicial. Dentre os processos mais comuns para superação da dormência de sementes estão a escarificação química, escarificação mecânica, estratificação fria e quente-fria, choque térmico, imersão em água quente e embebição em água fria.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar sementes de Schizolobium amazonicum submetidas a métodos de superação de dormência selecionando tratamentos pré-germinativos que permitam aumentar/uniformizar a germinação de suas sementes, testando o melhor método de quebra de dormência, o poder de germinabilidade, tempo médio de germinação, coeficiente de velocidade de germinação e determinação da viabilidade de cada tratamento.
MÉTODOS:
O trabalho foi realizado no viveiro da Universidade Federal do Acre, Campus Floresta, no município de Cruzeiro do sul, Acre. Foram testados 06 tratamentos para quebra de dormência: Imersão em água por 24 horas (T1), Imersão em água por 48 horas (T2), Escarificação mecânica com lixa (T3), Escarificação mecânica com lixa e imersão em água por 12 horas (T4) e Escarificação mecânica com lixa e imersão em água por 24 horas (T5), mais a Testemunha (T). Utilizou-se substrato areia para melhor visualização da germinação. A emergência radicular foi aferida em função do número de dias da emergência da primeira plântula até o último dia de germinação total das sementes. Verificou-se o Tempo Médio de Germinação bem como Coeficiente de Velocidade de Germinação (CVG). Foi considerada plântula normal àquela que apresentava a parte aérea totalmente emersa, bem formada e isenta de infecção. Os dados experimentais foram organizados em tabela e a eficiência desses diferentes testes de superação de dormência foi organizada em gráficos de Porcentagem de Germinação.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As sementes de Schizolobium amazonicum apresentaram alto nível de dormência, tendo as sementes escarificadas mecanicamente e imersas em água por 24 horas (T2) igualmente às sementes imersas em água por 48 horas (T5) apresentado apenas 4% de germinação, sendo considerados, pois, os tratamentos menos indicados para superação de dormência dessa espécie. O tratamento mais eficaz, a escarificação e Imersão em água por 12h (T4) apresentou 69% de sementes germinadas e tempo médio de 5,19 dias para a germinação. Este Tratamento também demonstrou o maior número de indivíduos na primeira contagem, porém o menor Coeficiente de Velocidade de Germinação de 8,94%. Embora a escarificação mecânica com lixa (T3) tenha apresentado plântulas com valor maior em Coeficiente de Velocidade de Germinação de 19,76% quando comparado aos demais tratamentos, obteve 67% de sementes germinadas e tempo médio para germinação de 4,06 dias, podendo assim, ser considerado o segundo tratamento mais eficiente, já que o terceiro maior percentual de germinação de apenas 5% foi o da Imersão em água por 24h (T1), cujo Coeficiente de Velocidade de Germinação foi de 15,15% e o tempo médio para germinação de 4,60 dias (imersão em água por 24 horas). Os cinco tratamentos delineados têm valores bastante diferenciados no que se refere à quantidade de sementes germinadas, ao tempo médio de germinação e o coeficiente de velocidade de germinação, mostrando que as sementes escarificadas mecanicamente e imersas em água por 24 horas (T2) igualmente às sementes imersas em água por 48 horas (T5). Porém, são necessários estudos mais detalhados para comprovar ineficácia destes métodos, onde possa ser considerado um aumento/diminuição do tempo de imersão.
CONCLUSÕES:
A partir dos resultados, percebe-se que a escarificação em lixa (T3) promoveu rápida germinação das sementes, resultando em rápida depleção das reservas do endosperma, levando à germinação a partir do segundo dia, a qual foi estabilizada a partir do sexto dia de experimento. As sementes imersas em água a por um período de 48 horas (T2) e as sementes escarificadas e imersas em água a por um período de 24 horas (T5) apresentaram germinação mais tardia por apresentarem lenta embebição e depleção do endosperma, germinando somente no décimo dia de experimento. Porém, nestas o percentual de germinação não superou 4%. Por todo o exposto, verifica-se que, em paricá, a quebra da dormência tegumentar e a rápida germinação das sementes dependem da eficiência do método de escarificação em promover a embebição das sementes e a depleção do endosperma. E, os dados coletados mostram a eficiência dos tratamentos de escarificação e embebição utilizados nas sementes de paricá.
Palavras-chave: Dormência, Schizolobium amazonicum, Germinação.