66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBTx - Sociedade Brasileira de Toxinologia
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 1. Bioquímica
ÍNDICE DE ACIDEZ DOS ÓLEOS DE ANDIROBA COMERCIALIZADOS NAS FEIRAS LIVRES EM JI-PARANÁ, RONDÔNIA
Giliard Rodrigues Bonifacio - Técnico em Florestas-Instituto Federal de Rondônia-IFRO, Campus Ji-Paraná
Andreza Mendonca - Profa.Dra./Orientadora-Instituto Federal de Rondônia- IFRO, Campus Ji-Paraná
Raissa Ferreira - Eng. Ambiental-Universidade Federal de Rondônia – UNIR, campus Ji-Paraná
Geisnã Gomes Farias - Técnica em Florestas-Instituto Federal de Rondônia- IFRO, Campus Ji-Paraná
Deilton Ribeiro Nogueira - Técnico em Florestas-Instituto Federal de Rondônia-IFRO, Campus Ji-Paraná
INTRODUÇÃO:
Atualmente, busca-se atividade que promova o desenvolvimento regional, a qual assegure a conservação e a diversidade dos produtos extraídos da floresta. Nas comunidades rurais, a extração do óleo de andiroba é uma alternativa de diversificação da produção. O óleo é muito utilizado nas comunidades rurais como remédio e ainda como combustível na geração de energia. É comum a extração artesanal do óleo nessas comunidades, assim como o comércio nas feiras livres na cidade mais próxima. As feiras livres são importantes espaços onde as pessoas desenvolvem várias relações sociais, culturais e comerciais entre populares urbanos e rurais (GUERRA e SOUSA, 2010). A qualidade dos óleos vegetais nas feiras é avaliada de maneira empírica pela cor, odor e viscosidade. Deve-se ressaltar a necessidade de estudos sobre a qualidade e as condições de acondicionamento dos óleos que assegurem maior período de prateleira combinado à manutenção das características físico-químicas do óleo.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade dos óleos de andiroba comercializados nas feiras livres em Ji-Paraná, Rondônia.
MÉTODOS:
Foi realizado análise da qualidade dos óleos de andiroba comercializados nas feiras-livres em Ji-Paraná, Rondônia. Na cidade são realizadas quatro feiras-livres durante a semana: feira do 2 de abril, feirão do produtor, feira da T-1 e feira da T-14. As amostras de óleo foram denominadas de “A”, “B”, “C” e “D”. A qualidade do óleo de andiroba comercializado foi avaliada por meio do índice de acidez em triplicata de acordo com a metodologia descrita por ADOLFO LUTZ (2008). A análise foi realizada no Laboratório de Sementes e Produtos Florestais Não Madeireiros do Instituto Federal de Rondônia, Campus Ji-Paraná. O índice foi comparado com o valor descrito na Resolução 270 de 2005 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) (BRASIL, 2005). Em cada barraca visitada foram observadas a forma de acondicionamento do óleo, a exposição do produto ao sol, as descrições no rótulo e a procedência do óleo, a fim de identificar os fatores que podem influenciar na qualidade do óleo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Os óleos de andiroba comercializados nas feiras livres em Ji-Paraná tiveram o índice de acidez variando de 17,76 a 98,58 mg de KOH/g. A legislação recomenda para óleos vegetais o valor máximo de 4mgKOH.g-1 (BRASIL, 2005). Observou-se que em todas as feiras livres, as barracas estavam expostas ao sol, os óleos são comercializados em embalagens de plásticos transparentes sem rotulagem adequada conforme legislação vigente. Notou-se que os feirantes indicam como um óleo de boa qualidade quando a cor é amarelo claro e com cheiro característico, justificando o uso de embalagens transparentes. Os óleos comercializados nas feiras livres são procedentes de municípios do sul do Amazonas. Os feirantes não sabiam informar os métodos de extração. Estudo semelhante realizado por Shanley et al (1998) nas feiras livres em Belém, Santarém e Manaus indicaram que a qualidade dos óleos vegetais é avaliada de maneira empírica pela cor, odor e ainda a viscosidade, o que justifica as embalagens transparentes. O estado de conservação do óleo está intimamente relacionado à natureza e qualidade da matéria-prima, à qualidade e ao grau de pureza do óleo, com o processamento e, principalmente, com as condições de conservação, pois a decomposição dos glicerídeos é acelerada por aquecimento e pela luz, enquanto a rancidez é quase sempre acompanhada da formação de ácido graxo livre (SERAVALLI, 2004). O padrão de qualidade de um óleo define o seu uso, por exemplo, um óleo mais fino, menos ácidos, tem maior fração de óleos essenciais e pode ser destinado à indústria farmacêutica ou utilizado como fixador de perfumes em empresas de cosméticos (BARBOSA et al., 2009).
CONCLUSÕES:
Os óleos de andiroba comercializados nas feiras tiveram altos índices de acidez, devido possivelmente ao acondicionamento em recipientes transparentes e exposição ao sol. A capacitação de produtores rurais e feirantes sobre o processo de extração e acondicionamento do óleo em conformidade com a legislação vigente asseguraria produtos de melhor qualidade e maior valor de mercado.
Palavras-chave: Carapa sp.,, óleo vegetais,, qualidade de óleo.