66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 1. Agronomia
CARACTERIZAÇÃO FENOTÍPICA E GENOTÍPICA DE RIZÓBIOS ISOLADOS DE FEIJÃO CAUPI CULTIVADO EM SOLOS NO CERRADO DO ESTADO DO TOCANTINS
Weslany Silva Rocha - Graduando em Engenharia Agronômica- UFT
Aloísio Freitas Chagas Júnior - Orientador/ Engenharia Agronômica - UFT
INTRODUÇÃO:
O feijão-caupi, feijão-de-corda ou feijão-macassar (Vigna unguiculata (L.) Walp.) é uma excelente fonte de proteínas e apresenta todos os aminoácidos essenciais, e por meio da simbiose com rizóbio, tem a habilidade para fixar nitrogênio do ar. O fósforo é um dos nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas e, apesar de ser abundante em solos nas formas orgânicas e inorgânicas, muitos solos cultivados do mundo são deficientes em P na forma disponível para as plantas. Diversos microrganismos do solo, incluindo bactérias e fungos, possuem a capacidade de solubilizar fosfatos por meio de diferentes mecanismos, especialmente pela produção de ácidos. Em adição, estirpes de rizóbio envolvidas na solubilização de P podem aumentar o crescimento vegetal pelo aumento da eficiência da fixação biológica do nitrogênio (ZAIDI et al., 2003). Diversos estudos demonstram que o AIA é sintetizado a partir do triptofano. Esta transformação pode ser realizada por microrganismos que produzem uma conversão oxidativa quando o triptofano se encontra em presença de peroxidasses e de radicais livres.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Caracterizar morfologicamente estirpes de rizóbios isoladas de feijão-caupi, obtidos de diversas amostras de solos coletadas em diferentes regiões no cerrado tocantinense, e avaliar “in vitro” as suas capacidades de solubilização de fosfato de cálcio e produção de ácido indol acético.
MÉTODOS:
O experimento ocorreu em casa de vegetação com a coleta de plantas de feijão-caupi no inicio da floração e retirados os nódulos e armazenados em câmera fria. Para avaliação do hormônio AIA, as colônias de rizóbio crescidas em Erlenmeyer com 25 ml de meio YM líquido (VICENT, 1970, modificado) na presença (100 ml L-1 de L-Tryptofano) e ausência de Tryptofano. Após quatro dias de crescimento na mesa rotatória (100 rpm) a 26ºC ± 2ºC o sobrenadante foi separado por rotação (12.000 rpm) durante 15 minutos (GORDON & WEBER, 1951). As análises colorimétricas de AIA foram utilizadas uma parte do reagente de Salkowski e duas partes do sobrenadante obtido de cada bactéria. O AIA foi quantificado espectrofotometricamente em 530 nm. As concentrações, em μg mL-1 foram calculadas a partir de uma curva padrão construída com a forma sintética de AIA. Os isolados foram riscados em meios para solubilização de fosfatos, contendo 10 g de Glucose, 2 g de Extrato de Levedura e 15 g de Ágar. Neste meio acrescentou-se uma solução A contendo 5 g de K2HPO4 (50 mL de água) e uma solução B contendo 10 g de CaCl2 (100 mL de água), para a formação de precipitado, com pH 6,5 para a formação do halo de solubilização de fosfato de cálcio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Através da observação de características fenotípicas foi possível a caracterização morfológica dos isolados de rizóbio. Onde não foi possível separar todos os isolados de rizóbios em grupos semelhantes, pois os mesmos apresentavam características fenotípicas bastante variadas, o que sugere grande diversidade genética entre os isolados. Então somente alguns isolados foram agrupados em grupos semelhantes, como o grupo formado pelos isolados R82, R83, R102, e R121. Ainda foi possível formar mais quatro grupos de três isolados cada com as mesmas características, são eles grupo um R02, R50 e R109. Grupo dois R63, R76 e R97, grupo três R35, R57 e R80. Grupo quatro R34, R59 e R67. Quanto a capacidade de solubilização de fosfato de cálcio dos 34 isolados de rizóbio, apenas oito (23,53%) obtiveram capacidade de solubilizar fosfato de cálcio, os isolados que mais se destacaram foram R16, R35, R44, R50, R83, R102, R109, R112. Resultados semelhantes, quanto a capacidade de solubilizar fosfato de cálcio foram reportados por Chagas Jr et al. (2010) para isolados de rizóbio oriundos da Amazônia. Em relação ao potencial de produção de ácido 3-indol acético todos os isolados apresentaram capacidade de sintetizar AIA, mesmo em pequenas quantidades. Os isolados R112, R82 e R16 produziram as maiores concentrações de AIA nos tratamentos com adição de L-triptofano. Halda-Alija (2003), em seus experimentos, também verificou que houve produção de AIA pelos isolados de diazotróficas, mesmo quando não houve adição de triptofano ao meio de cultura. Suspeita-se da existência de outra via independente do triptofano para a biossíntese desse hormônio vegetal. Na comparação dos tratamentos com e sem L-triptofano, houve diferença significativa, evidenciando o efeito positivo da utilização do L-triptofano como indutor para síntese de AIA. Resultados semelhantes foram encontrados para diferentes isolados de rizóbio, por Chagas Jr. et al., (2009; 2010).
CONCLUSÕES:
Na caracterização morfológica a maioria dos isolados foram divergentes quanto suas características fenotípicas. Não sendo possível o agrupamento total dos indivíduos. Para a solubilização de fosfato de cálcio os melhores isolados foram R16, R35, R44, R50, R83, R102, R109 e R112. Os maiores produtores do fito hormônio AIA para este estudo foram os isolados de rizóbio R112, R82 e R16. Os isolados R112 e R16 apresentam conjuntamente as duas vantagens, ou seja, solubilizam fosfato de cálcio e ainda produzem o fitormônio AIA. A capacidade de solubilização de fosfato e produção de AIA pelos isolados de rizóbio avaliados sugere o uso potencial dessas bactérias como promotores do crescimento radicular de espécies vegetais de importância agrícola.
Palavras-chave: Rizóbio, Fosfato de cálcio, Ácido indol acético.