65ª Reunião Anual da SBPC |
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 4. Conservação da Natureza |
Implantação de Meliponários no Assentamento Rural Iporá, Rio Preto da Eva−AM |
Anna Carolina Martins Moraes - Acadêmica de Engenharia Florestal - UFAM Isabela Cristina Ribeiro de Almeida - Acadêmica de Engenharia Florestal - UFAM David Franklin da Silva Guimarães - Acadêmica de Engenharia Florestal - UFAM Norma Cecilia Rodriguez Bustamante - Profa. Dra. - Dpto. de Ciências Florestais - UFAM Marcileia Couteiro Lopes Ferreira - Profa. Mcs/Orientadora - Dpto. de Ciências Florestais - UFAM Klilton Barbosa-Costa - Pesquisador - Dpto. de Serviço Social - UFAM |
INTRODUÇÃO: |
O mel é considerado um produto visível aos interesses comerciais a produtividade de mel e pólen as abelhas agem como dispersoras de sementes de algumas espécies de árvores da Amazônia de valor comercial. Nas comunidades ribeirinhas amazônicas há relatos de experiências com espécies nativas de abelhas melíponas, próximas da floresta onde as comunidades possuem fácil acesso aos ninhos e através do manejo específico para cada espécie é possível potencializar a produtividade de mel e pólen. A Meliponicultura, sendo uma atividade integrada à vegetação natural, a plantios florestais, sistemas agroflorestais, frutíferas, culturas de ciclo curto, aumentando a produção agrícola, originando frutos maiores e em maior quantidade, através da polinização e enquadrando-se nos conceitos de diversificação e melhor uso das terras da Amazônia. As meliponas são agentes fundamentais para o transporte do grão de pólen entre espécies de plantas cultivadas e silvestres (Kerr et al., 1999) contribuindo para a produção de sementes férteis com diversidade genética (Kerr et al., 1994), incentivando a polinização cruzada (Kerr, 1978). |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
O objetivo do trabalho foi construir Meliponários nos quintais das propriedades dos assentados, a partir de colônias-matrizes de abelhas Melipona seminigra merrillae Cockerell, e Melipona compressipes manaosensis Schwarz, enviadas ao Assentamento Rural Iporá I, Rio Preto da Eva-AM. Concomitante, identificar espécies florestais e de interesse meliponícola. |
MÉTODOS: |
O Assentamento Iporá I, com área total de 29.643ha (INCRA, 1991), localiza-se no Km 128, da rodovia AM-010, entre os municípios de Rio Preto da Eva e Itacoatiara, Amazonas. Após caracterização das treze propriedades foram introduzidas cinco colônias de M. compressipes. As colônias-matrizes ficaram em cavaletes individuais confeccionados com esteios e base de madeira. A cobertura foi feita de telhas sem amianto ou palha de palmeira. As abelhas sem ferrão foram conduzidas em caixas-padrão (10,143L e 5,175L) e manejadas com alimentação estimulante (água (700 ml)+açúcar (1K)+pólen (20g)). Foram realizadas visitas nas propriedades para identificar, coletar e comparar, em coleção entomológica de referência, espécies de abelhas melíponas, a partir da característica da entrada de seus ninhos. O levantamento das espécies arbóreas e frutíferas ocorreu em um raio de 200m da residência principal de cada propriedade, onde foi medido o CAP (circunferência à altura do peito) e altura. As coordenadas geográficas foram obtidas nos limites das propriedades para marcação em imagem georeferenciada. As informações das propriedades foram obtidas por questionários não estruturados com os produtores rurais assentados, baseando-se nas experiências diárias no campo. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
As treze propriedades receberam colônias-matrizes, com espécies de M. seminigra, M. compressipes, Melipona fulva Lepeletier e Melipona lateralis Erichson no período de 2010 a 2011. As transferências para a caixa-padrão dos ninhos de abelhas ocorriam em tubo plástico de PVC ou cortiço. As multiplicações ocorreram de 2011 e 2012 e eram feitas com alimento, cera, condução dos enxames recém-multiplicados a outros Meliponários e cuidados com o volume da caixa empregada (Bustamante-Rodriguez et al., 2006; Marialva et al., 2007; Picanço-Júnior et al., 2008; Bustamante et al., 2008; Barbosa-Costa, 2010) sendo que as novas colônias-filhas eram implantadas de acordo com o desempenho obtido no manejo com as espécies, totalizando 56%. |
CONCLUSÕES: |
A inexperiência no manejo, o surgimento de abelhas-ladras e a falta de caixas-padrão para o processo de multiplicações foram os principais motivos ao atraso no baixo número de colônias formadas. A rápida adaptação ao meio ambiente e fonte alimentar e de renda aos assentados as espécies M. seminigra e M. compressipes são indicadas. A Meliponicultura tem benefício direto sua influência na polinização, justificando a necessidade de ampliação e disseminação desta atividade em quaisquer projetos de sustentabilidade na Amazônia. O processo de levantamento e enriquecimento dos pomares, é de fundamental importância para os produtores rurais que pretendem implementar a atividade de criação de abelhas sem ferrão, em suas propriedades, como fonte alternativa de geração de renda. O manejo correto dos enxames pode levar ao aumento do número de colônias nas propriedades. As abelhas sem ferrão são instrumentos de educação ambiental, informação, fundamentação de ideias de preservação da natureza, sensibilização e oportunidade de renda a todos os interessados pela atividade da Meliponicultura. Kerr, W. E.; Nascimento, V. A.; Carvalho, G. A. Preservation of native brasilian bees: A question of historical and ecological conscience. Ciência e Cultura. Journal of the Brazilian Association for the Advancement of Science. September/December. 51 (5/6). 1999 |
Palavras-chave: Meliponicultura, Conservação, Comunidades Rurais. |