65ª Reunião Anual da SBPC

G. Ciências Humanas - 7. Educação - 3. Educação Ambiental

O valor da água: percepção dos estudantes acerca da necessidade de economizar recursos.

Helton Santana de Oliveira - Espaço Ciência Hadassa Bezerra de Melo - Espaço Ciência Will Bezerra - Espaço Ciência Raiane Maísa de Siqueira - Espaço Ciência Mariana Guerra Monteiro - Espaço Ciência Suellen Cintia Barbosa de Oliveira - Espaço Ciência

INTRODUÇÃO:

A água é um recurso básico, que por ser abundante em algumas regiões e escassa em outras, deve ser manejada adequadamente para que não ocorram crises ou impactos ao meio ambiente. Segundo especialistas que participam do Fórum Mundial da Água, em Marselha, na França, a escassez de água potável no futuro poderá aumentar os riscos de conflitos no mundo e cria um cenário de incertezas. Apesar de tudo, grande parte da população mundial, principalmente no Brasil, talvez devido a grande disponibilidade de recursos hídricos, ainda não se conscientizou sobre a gravidade dessa problemática e essa pesquisa nos permite comprovar isso. Para que o mundo se conscientize e faça algo para tentar evitar a escassez de água potável, foi criado pela ONU o "Dia Mundial da Água”, sempre em 22 de março para que haja uma intervenção mundial na questão da preservação e valorização desse bem comum a todos.

OBJETIVO DO TRABALHO:

O presente estudo de caso visa a investigar a percepção dos visitantes do evento Semana da Água, realizado no Espaço Ciência, acerca do valor intrínseco da água e qual a importância que eles dão a esse recurso a partir da aplicação de uma oficina para estudantes de Pernambuco.

MÉTODOS:

O estudo foi realizado em diferentes grupos de alunos das redes pública e privada de ensino de Pernambuco que visitaram a oficina "O valor da água" durante a Semana da Água do Espaço Ciência, que buscou conscientizar os visitantes sobre o valor real da água para diferentes localidades do Estado. Durante a atividade, os estudantes foram divididos em dois grupos que representaram duas regiões bem distintas do ponto de vista da distribuição de água: o Sertão e a Região Metropolitana do Recife. A partir de então, foram distribuídas moedas fictícias que representavam certa quantidade de água. O grupo do Sertão iniciou com bem menos moedas que o grupo da Região Metropolitana, pois o índice pluviométrico ali registrado é bastante inferior. Os visitantes teriam que escolher entre uma série de tarefas do cotidiano que necessitam de água, qual a mais adequada a eles de acordo com a disponibilidade do recurso (moeda fictícia que representava a água). A diferença de comportamento entre os grupos frente à disponibilidade de recursos hídricos, escassos ou em abundância, também foi registrada por meio de um questionário aplicado no durante a oficina.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Participaram da pesquisa 33 grupos, que totalizaram 641 estudantes do ensino fundamental e médio da rede pública dos municípios de Recife, Olinda, Paulista, Igarassu, Jaboatão e Camaragibe, e 108 alunos do ensino fundamental e médio da rede privada dos municípios de Recife, Olinda, Abreu e Lima e Jaboatão. Através do questionário aplicado no decorrer da oficina, podemos perceber que 100% dos grupos que representaram a Região do Sertão, optaram apenas por métodos considerados mais conscientes e econômicos para a realização das atividades domésticas. Entre os grupos que representaram a Região Metropolitana, esse índice caiu para 25%. A grande quantidade de moedas fictícias foi um dos fatores que influenciaram nas decisões dos estudantes entre uma atividade e outra, inclusive na definição do que seria prioridade. Quando o recurso é disponibilizado em grande escala, há desperdício, o que é preocupante do ponto de vista da água, pois esse pode ser um dos fatores do grande consumo registrado na Região Metropolitana do Recife.

CONCLUSÕES:

Através da oficina percebemos que a disponibilidade de recursos influencia de forma direta no comportamento dos estudantes. Os grupos que representaram o Sertão, por terem recebido menos e por terem consciência disso, procuraram economizar, diferentemente dos grupos que representaram a Região Metropolitana, que por terem recebido mais, acabaram desperdiçando. Dessa forma os visitantes aprenderam de forma bem prática sobre a problemática da disponibilidade irregular de água no Estado de Pernambuco, sobre o desperdício de água cometido pela população da Região Metropolitana e sobre a importância de modificar alguns hábitos no dia-a-dia.

Palavras-chave: Recursos hídricos, escassez, conscientização.