65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
ANÁLISE ECONÔMICA DE UNIDADES AGRÍCOLAS DE BASE ECOLÓGICA E CONVENCIONAL
Igor Mendonça Viana - Depto. de Agrotecnologia e Ciências Sociais - UFERSA
Francisco Araújo da Silva Junior - Depto. de Agrotecnologia e Ciências Sociais - UFERSA
Maria Clara Correia Dias - Depto. de Agrotecnologia e Ciências Sociais - UFERSA
Thiago Ferreira Dias - Prof. Dr./Orientador - Depto. de Agrotecnologia e Ciências Sociais - UFERSA
Luiz Leonardo Ferreira - Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia - UFERSA
Vania Christina Nascimento Porto - Profa. Dra./Orientadora - Depto. de Ciências Ambientais e Tecnológicas - UFERSA
INTRODUÇÃO:
De acordo com Damasceno et al. (2011), a agricultura familiar exerce um papel fundamental no desenvolvimento social e no crescimento equilibrado do País. Os autores reforçam que os milhões de pequenos produtores que compõem a agricultura familiar fazem dela um setor em expansão e de vital importância para o Brasil, movimentando anualmente bilhões de reais, produzindo a maioria dos alimentos que são consumidos nas mesas brasileiras.
Como ciência, a agroecologia procura desenvolver sistemas de produção, levando em conta as características de cada ecossistema procurando assim criar um modelo de produção que possa ser racionalmente usado sem comprometer os recursos naturais. Considerando que nos sistemas convencionais de produção, os produtores têm poucas atividades e grande dependência de insumos, os sistemas de base agroecológica possuem elevada diversidade de atividades e pouca dependência de insumos externos.
Dentre as diversas atividades desenvolvidas nos sistemas de produção de base ecológica, a comercialização da produção surge como um dos grandes gargalos do setor agrícola. Uma das características marcantes desses sistemas de produção é a diversidade de produtos disponíveis para o mercado alimentar, além da soberania alimentar.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este trabalho objetivou descrever o fluxo de renda familiar dos agricultores da comunidade Lagoa dos Cavalos, Russas – CE, a partir da forma de utilização e manejo de seus sistemas de produção, enfocando em contraste as tipologias das produções de base ecológica e convencional.
MÉTODOS:
A metodologia empregada no trabalho foi à análise de diagnóstico de sistemas agrários que busca entender e explicar os fatos e não apenas descrever. Usando o enfoque histórico e avaliação econômica, estratificação segundo zoneamento, tipologia de produtores e de sistemas de produção, análise em termos de sistemas, privilegiando as relações entre fatos técnicos, ecológicos e sociais.
As famílias foram agrupadas em tipologias, sendo divididas em produtores agroecológicos e convencionais: a) agroecológico – PA, quando praticavam técnicas que visavam à conservação do ecossistema em que a família estava inserida, técnicas estas como o manejo da caatinga, conservação do solo, adubação orgânica, não utilização de agrotóxicos ou adubos sintéticos; b) convencional – PC, quando não faziam uso das técnicas citadas anteriormente.
Foram realizadas amostragens dirigidas em cada grupo tipológico, sendo escolhidos de forma direcionada os próprios agricultores da comunidade. Depois de feitas as amostragens direcionadas, foram realizadas as análises econômicas das famílias selecionadas. Esta foi feita contabilizando a receita total das famílias, os gastos que tiveram em cada subsistema e a relação de um subsistema com outro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O PA 1 foi composto pelos subsistema de apicultura, roçado, castanha, quintal produtivo e criação de animais. Conforme a renda agrícola anual desse grupo tipológico foi de R$ 8.750,48 que correspondeu a uma renda mensal de R$ 729,20. Este valor superou o salário mínimo vigente no ano de 2010, correspondente a R$ 510,00. Lira (2010), em situações bem parecidas, diagnosticou valor superior na renda agrícola famíliar no assentamento Moacir Lucena em torno de R$ 11.810,46.
O PA 2 foi composto por Roçado, Castanha, quintal produtivo e Criação de animais. Essas famílias possuiram uma renda anual de R$ 6.959,07 que representou renda mensal de R$ 579,92, assim como a família anterior, essa possuiu uma renda superior em relação ao salário mínimo, porém menor que o PA 1. Fator explicado, provavelmente pela ausência da atividade SP apicultura, provando assim que esta atividade pode ser importante para os agricultores da região semiárida.
A participação do SP quintal produtivo foi verificado em todas as unidades produtivas, sua importância está exatamente nos produtos fornecidos destacando-se as culturas olerícolas como o coentro, cebolinha, alface, couve-de-folha e abobora. Algumas frutíferas como manga, cajarana, goiaba, mamão e acerola; e na pecuária o destaque fica pra avicultura caipira.
CONCLUSÕES:
A unidade produtiva PA 1 apresentou maior renda bruta R$ 8750,48, seguida da PA 2 R$ 6959,07 e PC R$ 4393,87;
Ao comparar as unidades produtivas de base ecológica com a unidade produtiva convencional verificou-se que as primeiras apresentaram maior renda bruta.
Palavras-chave: Gestão agrária, Economia agrícola, Agroecologia.