65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 8. Fisioterapia e Terapia Ocupacional - 1. Fisioterapia e Terapia Ocupacional
REPERCUSSÕES RESPIRATÓRIAS E NECESSIDADE DE ATENDIMENTO EM CRIANÇAS TABAGISTAS PASSIVAS
Ana Cristina Neves de Barros - Autora / Acadêmica do Curso de Fisioterapia - PUCGoiás
Fabiane Alves de Carvalho - Ms. Coautora - Programa de Pós Graduação em Ciências Ambientais e Saúde PUCGoiás
Cibelle Kayenne Martins Roberto Formiga - Profa. Dra./Coorientadora - Depto de Fisioterapia - UEG
Fabiana Pavan Viana - Profa. Dra./Orientadora - Depto.de Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia -PUCGoiás
INTRODUÇÃO:
O tabagismo passivo tem contribuído substancialmente para o aumento das taxas de morbidade e mortalidade infantil. Os fumantes passivos podem absorver até um sexto da quantidade de fumaça absorvida por um fumante ativo. A exposição à fumaça ambiental do tabaco é considerada como um risco global para saúde humana, particularmente durante a primeira infância. Crianças expostas à fumaça do tabaco podem apresentar diversas alterações e doenças do sistema respiratório. Entretanto são poucos os trabalhos na literatura nacional, referentes a estes aspectos, principalmente no que condiz a necessidades de crianças tabagistas passivas ao atendimento clínico.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Identificar os sintomas, o diagnóstico de doença respiratória e necessidade de atendimento clínico em escolares tabagistas passivas.
MÉTODOS:
Foi realizada uma pesquisa do tipo caso controle com alunos de escolas públicas, sendo identificados dois grupos, um grupo de escolares tabagista passivo (TP) e outro não tabagista passivo (NTP). Foi aplicado um questionário aos pais sobre os sintomas, doenças respiratórias e necessidade de atendimento clínico nos escolares. Foram calculadas as frequências absoluta e relativa das variáveis e o teste Qui-quadrado foi utilizado para verificar a comparação entre os grupos. Este estudo obteve aprovação do CEP (Ofício nº 051/2010).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram incluídos 312 escolares com idade entre 8 e 12 anos. Quanto aos sintomas respiratórios, houve diferenças significativas entre os grupos. O grupo TP apresentou mais chiado no peito, (TP:37.2%,NTP:20.2%), (p=0.01) e tosse (TP:66.2%, NTP:52.8%),(p=0.001), quando comparado aos NTP. Quanto ao diagnóstico de doenças respiratórias, o grupo TP apresentou bronquite (TP: 15,2%, NTP: 8,8%), asma (TP: 5,3%, NTP:1,4%) e rinite (TP:8,2%, NTP: 2,8%) em maiores proporções que o NTP (p = 0,03). Do mesmo modo, foi verificado que o grupo TP, teve maior necessidade de atendimento médico na presença das doenças respiratórias, quando comparado ao grupo NTB (TP: 21,4; NTP: 40,6), sendo esta diferença significativa (p=0,03). Informações estas coerentes com a literatura atual. Gonçalves-Silva et al. (2006), também apontaram a associação entre a asma e a bronquite ao tabagismo, representando chance quase duas vezes maior de desenvolvimento dessas doenças, em crianças expostas ao fumo passivo quando comparada as não expostas. Assim como, Jaakkola e Jaakkola (2002), apontaram que a exposição à fumaça do cigarro na infância provoca sintomas respiratórios crônicos. Sugerindo, ainda, existir uma relação entre a incidência de câncer de pulmão na idade adulta com exposição à fumaça de tabaco na infância.
CONCLUSÕES:
A presença de doenças e sintomas respiratórios foi maior nos escolares tabagistas passivos quando comparado aos não tabagistas. Conclui-se, que a exposição ao fumo eleva a prevalência de sintomáticos respiratórios, repercutindo em maiores necessidades de atendimento clínico, sobrecarregando os serviços de saúde. Neste contexto, sugere-se o desenvolvimento de ações que envolvam os pais, os familiares e as crianças, tanto no âmbito escolar, como nas unidades de saúde, no sentido de evitar o hábito tabagico e a exposição à fumaça do tabaco.
Palavras-chave: Escolares, Sintomas, Tabagismo Passivo.