65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia
Borboletas em fragmentos florestais no Município de Belém, Pará.
Talita Cristina Moraes de Carvalho - Licenciatura em Ciências Naturais hab. Em Biologia – UEPA
William Leslie Overal, Ph.D - Doutor/Orientador - Coord. De Zoologia – MPEG
INTRODUÇÃO:
A extinção de espécies da biodiversidade tem sido assunto foco nas principais discussões em fóruns e eventos. A fragmentação de diferentes ambientes naturais, decorrente da ação humana, vem ameaçando a preservação de muitos animais e vegetais. A extinção de muitas espécies só será evitada com a formulação de estratégias que levem em conta esse processo e seus efeitos sobre as populações em perigo. Nos últimos anos, a guilda de borboletas frugívoras tem sido muito usada em estudos que avaliam a distribuição de espécies e indivíduos em paisagens com diferentes graus de perturbação, particularmente em ambientes florestais na América Central e do Sul e na África (FREITAS, 2006). Este projeto estuda de que forma as borboletas habitam fragmentos da área do Município de Belém de níveis de integração diferentes. Alguns estudos foram feitos com objetivos similares, porém não foram completados ou publicados. Estes animais são úteis para conhecermos melhor a interação que ocorre na natureza entre todos os elementos bióticos e abióticos, e também para termos registro da ocorrência desta espécie atualmente, podendo não estar presente nas mesmas áreas daqui a alguns anos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Avaliar a ecologia das borboletas frugívoras de fragmentos florestais no município de Belém; Analisar se a comunidade de borboletas responde ao tamanho e qualidade do fragmento; Inventariar as espécies de borboletas frugívoras nos fragmentos urbanos no município de Belém; Verificar o status de conservação das espécies de borboletas encontradas.
MÉTODOS:
Este estudo se iniciou em novembro de 2012, a área de estudo compreende o município de Belém. Dentro da área de estudo foram escolhidas dois pontos de amostragem: Parque Ecológico Gunnar Vingren localizado no bairro da Médici e o Bosque Rodrigues Alves na Av. Almirante Barroso.
As coletas no Bosque Rodrigues Alves foram realizadas no período de 06 de Novembro de 2012 ao dia 06 de Dezembro de 2012. Foram usadas 10 armadilhas do tipo Van Someren-Rydon (Figura 3). As borboletas entram pela parte inferior que está aberta, tendem a subir e ficam presas. As dez armadilhas foram distribuídas verticalmente em cada fragmento da área, sendo um fragmento por semana. A isca utilizada foi banana amassada em processo de fermentação.
As coletas no Parque Ecológico Gunnar Vingren ocorreram no período de 05 de Março de 2013 a 04 de Abril de 2013. A isca utilizada no Parque do Médici foi banana amassada com caldo de cana, pois este último acelera o processo de fermentação da banana. A quantificação das borboletas foi feita através de fotografia, eventualmente capturou-se algum exemplar para se identificar no laboratório. Foi feita uma comparação sobre a ocorrência de determinada espécie nas diferentes localidades de estudo através das fotografias e da observação em campo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No mês de Agosto e Setembro de 2012 foram feitas pesquisas bibliográficas sobre o grupo estudado (Borboletas frugívoras) e sobre as áreas estudadas. Foram capturados 20 indivíduos de 5 gêneros e 4 subfamílias diferentes no Bosque Rodrigues Alves. A espécie Archaeoprepona demophon (Linneaus, 1758) foi a mais abundante (8 indivíduos) e possui variações de tamanho expressivas, conforme observado em campo. A outra espécie bastante encontrada no local de estudo foi Colobura dirce (Linneaus, 1764) com 6 indivíduos.
A coleta no Parque Ecológico Gunnar Vingren foi feita no período de 05 de Março de 2013 a 04 de Abril do mesmo ano. Foram capturados 168 indivíduos de 35 espécies diferentes, sendo que duas espécies foram identificadas apenas em nível de gênero, diferentes das outras 35 espécies capturadas. A espécie mais frequente foi Colobura dirce (Linneaus, 1764) com 40 indivíduos capturados.
Várias espécies foram capturadas no Parque Ecológico e não foram capturadas no Bosque Rodrigues Alves, uma delas é a Colobura annulata. Por isso, é importante o estudo sobre a ecologia do gênero Colobura para entendermos a discrepância da ocorrência das duas espécies. O Bosque Rodrigues Alves é uma área menor e mais isolada do que o Parque Ecológico e isto pode ter influência na abundância de espécies, uma vez que as o clima mais urbano pode afastá-las do local para outros e uma área maior vai favorecer a coexistência de várias espécies e assim, abundância de vida
CONCLUSÕES:
Os fragmentos florestais são áreas suscetíveis a maior ocorrência de espécies em extinção. Estas áreas devem ter atenção de estudos e pesquisas para haver a documentação da biota que ali vive. O crescimento urbano desordenado ocasiona a diminuição de áreas verdes e a consequente diminuição das espécies do local. Os fragmentos florestais, além de servirem como espaços de lazer, são reguladores do micro clima urbanos e diminuição da temperatura.
A documentação das espécies de borboletas nestes dois fragmentos florestais é uma forma de refletir as condições em que se encontra a biodiversidade nestes locais, além mostrar que como é importante a conservação destas áreas para uma vida mais amena nas cidades.
Palavras-chave: Borboletas frugívoras, Fragmentos florestais, Ecologia.