65ª Reunião Anual da SBPC
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 6. Genética
UTILIZAÇÃO DE MODELOS DIDÁTICOS DE GENÉTICA EM AULAS DE BIOLOGIA EM DUAS ESCOLAS DE ENSINO MÉDIO DE ITAPIPOCA- CEARÁ
Carlos Roseno da Silva - Licenciando em Ciências Biológicas – Bolsista PIBID – FACEDI – UECE Itapipoca-Ce
Franscisca Maria Teixeira de Sousa - Licencianda em Ciências Biológicas – Bolsista PIBID – FACEDI – UECE Itapipoca-Ce
Lidiane Pedro do Nascimento - Licencianda em Ciências Biológicas – Bolsista PIBID – FACEDI – UECE Itapipoca-Ce
Victor Hugo Teixeira Alves - Prof.Supervisor PIBID – E.E.M. Joaquim Magalhães, Itapipoca-Ce
Francisco Hélio Coelho Lima - Prof. Ms.- Supervisor PIBID – E.E.M. Cel. Murilo Serpa, Itapipoca-Ce
Álvaro Julio Pereira - Prof.Dr./Orientador PIBID– FACEDI – UECE Itapipoca-Ce
INTRODUÇÃO:
Em biologia, a genética é um conteúdo de grande importância para os alunos do ensino médio compreenderem a estrutura e composição das moléculas básicas da vida: DNA, RNA, proteínas etc. Ela também permite a compreensão do envolvimento destas moléculas nos processos de duplicação e replicação do DNA, sobre os mecanismos da hereditariedade, e outros assuntos divulgados pela mídia tais como: transgênicos, testes de paternidade e doenças genéticas. Entretanto pelo fato da genética envolver conteúdos abstratos e de difícil compreensão, é exigido do professor em suas aulas, o uso de metodologias alternativas para que os alunos compreendam e visualizem estas moléculas informacionais de forma satisfatória. Para Lorbieski et. al (2010) o não entendimento dos conteúdos de genética decorre da forma como o professor trabalha esses conteúdos, pois a maioria utiliza o método tradicional, além da resistência dos alunos na aprendizagem de tais conteúdos. Mendonça e Santos (2011) salientam que o uso de modelos didáticos em sala de aula, possibilita a interação e o desenvolvimento do raciocínio dos alunos de uma forma lúdica, prazerosa na apreensão de conteúdos abstratos. O emprego de modelos didáticos nas aulas de genética pode representar um bom auxílio no processo de ensino e aprendizagem.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A pesquisa teve como alvo averiguar se 57 alunos de biologia em 2 escolas de ensino médio em Itapipoca-Ceará assimilaram conteúdos de Genética, com o uso de modelos didáticos de moléculas informacionais. Também teve a finalidade de observar a participação, interação com os modelos didáticos e, investigar se os alunos entenderam os conceitos de Genética abordados na sala de aula.
MÉTODOS:
O trabalho de natureza qualiquantitativa, buscou avaliar quais as contribuições de modelos didáticos para a melhor compreensão dos conteúdos sobre moléculas informacionais nas aulas de Genética. O local da pesquisa foi duas escolas parceiras do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) no município de Itapipoca-Ceará. Os sujeitos da pesquisa foram dois professores de biologia e cinquenta e sete alunos do terceiro ano do ensino médio. Os dados foram coletados por meio de observações da ação docente no momento da utilização dos modelos tridimensionais da cromatina (1), do cromossomo (2) e da fita dupla de DNA (3) confeccionados pelos bolsistas do PIBID. Os conteúdos das aulas ministradas pelos dois professores foram: duplicação, replicação do DNA e RNA e, formação dos cromossomos. A metodologia aplicada pelos professores foi diferenciada. Durante a aula avaliou-se a participação e interação dos alunos com os materiais didáticos. Após vinte e quatro horas da aula foi aplicado um questionário com quatro questões abertas sobre a replicação, duplicação do DNA, cromossomos e a relação da genética com outros conteúdos vistos nas outras séries do ensino médio.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O primeiro professor utilizou aula expositiva dialogada, quadro branco com informações sobre o assunto abordado e os modelos didáticos (1), (2) e (3). O segundo professor levou os alunos para o laboratório, fez exposição oral, usou um vídeo sobre fecundação e os modelos (2) e (3). Os alunos do primeiro professor participaram ativamente da aula, enquanto os alunos do segundo professor não interagiram com o professor ou com os modelos didáticos. Sobre a contribuição dos modelos para a aprendizagem da genética, 60% dos alunos do primeiro professor afirmaram que o uso de modelos didáticos ajudou-os a compreenderem a composição do DNA, sua diferença com o RNA, o processo de replicação e a duplicação do DNA; 33% dos alunos conseguiram explicar como se dão esses processos e, 30% perceberam a relação entre genética e os conteúdos vistos nos anos anteriores do ensino médio. Segundo Temp (2011) com o uso do modelo didático em aula observou-se que ele foi eficiente na assimilação às estruturas cromossômicas. Por outro lado, apenas 17% dos alunos do segundo professor afirmaram que os modelos didáticos, os ajudaram a entender a replicação e duplicação dos cromossomos, nenhum aluno conseguiu explicar a replicação do DNA e 7% perceberam a relação entre a genética e outros conteúdos.
CONCLUSÕES:
Através das observações das práticas didáticas dos dois professores, foi possível perceber que o uso dos modelos didáticos durante as aulas de genética pode ajudar na melhor atenção dos alunos, despertando neles o interesse pelo assunto. Entretanto o nível de aprendizagem da turma depende da forma como o professor explora os modelos didáticos. Verificou-se na pesquisa realizada que a turma do professor que explorou de forma adequada os modelos didáticos durante a explanação do conteúdo conseguiu entender os conceitos de genética. Já a turma do professor que empregou muitos recursos durante a exposição do conteúdo, não conseguiu obter uma aprendizagem significativa sobre o assunto abordado. Portanto é relevante que o docente ao escolher trabalhar com os modelos didáticos em sala de aula, defina seus objetivos, planeje sua aula, utilize uma metodologia tentando não empregar grande diversidade de recursos ao mesmo tempo, tenha um tempo maior para desenvolver a produção dos modelos didáticos pelos próprios alunos. Pois a falta de planejamento e uso de muitos recursos ao mesmo tempo pode dificultar o entendimento dos conteúdos e vir a dispersar a atenção dos alunos.
Palavras-chave: Modelos tridimensionais, Compreensão, Biologia.