65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
A DIARRÉIA INFANTIL E O CUIDADO PELAS MÃES DO MUNICÍPIO DE MOSSORÓ/RN
Edilane Maria Pereira da Rocha - Escola da Saúde – Enfermagem – UnP/Mossoró
Regina Célia Pereira Marques - Profa. Dra./Orientadora- Escola da Saúde – Enfermagem – UnP/Mossoró
Ayslon Ayron Paulino - Escola da Saúde – Enfermagem – UnP/Mossoró
Bruna Gabriela de Souza Carvalho - Escola da Saúde – Enfermagem – UnP/Mossoró
Janaina Maciel de Queiroz - Escola da Saúde – Enfermagem – UnP/Mossoró
INTRODUÇÃO:
A diarreia na infância representa um grave problema de saúde em nosso meio, particularmente nas crianças de baixa idade que vivem em precárias condições socioeconômicas. Nos ambulatórios pediátricos a diarreia é, até o segundo ano de vida, a queixa mais frequente, seguida pelas infecções respiratórias. A doença diarreica representa uma das mais importantes causas de morbidade e mortalidade infantis. Dados da Organização Mundial de Saúde relata que ocorram anualmente 1,5 bilhões de episódios agudos de diarreia no mundo, com cerca de três milhões de óbitos por ano. A depender da área geográfica considerada, as ocorrências variam de 2 a 12 episódios por criança por ano. As crianças de baixa idade, sobretudo aquelas que se encontram em precárias condições de vida, são as que representam 85% desta patologia com mortes por diarreia, acontecendo principalmente em crianças no primeiro ano de vida. Com o advento da hidratação oral houve um decréscimo significativo na mortalidade por diarreia aguda na infância, este é um dos problemas de saúde mais comuns nos seres humanos, na maioria das vezes sem grandes consequências, mas em circunstâncias especiais pode ser um quadro devastador, especialmente nas crianças de baixa idade e nos imunossuprimidos. Na maioria dos casos são as mães quem primeiro diagnosticam e tratam os filhos com casos de diarreia, porém, se não tratada adequadamente, a doença progredirá para sérias complicações, dentre elas: a desidratação e a desnutrição.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Este estudo teve como objetivos discutir como as mães do município de Mossoró/RN cuidam de seus filhos menores de cinco anos com diarreia e descrever as práticas mais comuns adotadas por elas.
MÉTODOS:
Pesquisa de natureza qualitativa cujos relatos foram coletados através de entrevista semiestruturada com 50 mães de crianças menores de cinco anos que se encontravam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) no período de 20 de novembro de 2012 a 20 de março de 2013. Foram realizadas 50 entrevistas com transcrição direta do relato das depoentes. Baseado no conteúdo das falas obtidas foi possível criar as categorias: higiene do filho, alimentação da criança, utilização de medidas caseiras e procura por serviço de saúde.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram entrevistadas 50 mães, com idade entre 20 a 35 anos, a maioria residente na área urbana de Mossoró. 60% das mães não concluiu o ensino fundamental e não exercem atividades remuneradas e possuem em média três filhos e renda familiar de um salário mínimo. Sendo esta renda insuficiente para fornecer condições básicas para uma boa qualidade de vida. Este quadro mostra uma situação de risco para a saúde dos membros destas famílias, principalmente as crianças que são mais vulneráveis. Ao questionarmos as mães sobre o que fazem quando seus filhos têm diarreia, grande parte respondeu que utilizam o soro caseiro. Outro grupo relatou usar outro tipo de soro. Algumas mães revelaram que levaram imediatamente ao hospital e, outras informaram a utilização de remédios caseiros, como por exemplo, os chás. Foi verificado que grande parcela das mães, sujeitos do estudo, tenta resolver em casa a diarreia de seus filhos para, depois procurar o auxilio em atendimento de saúde, quando não conseguem resolver o problema em casa. Em relação à alimentação durante o episódio diarreico, foi observado que a maioria das mães modifica a alimentação das crianças, retirando a dieta habitual e substituindo por alimentos que não satisfazem as necessidades nutricionais de seus filhos, como semi-pastosos e líquidos (sucos). Ao serem questionadas quanto ao uso de medicações caseiras e/ou de farmácia, a maioria relatou oferecer chás e não utilizarem medicamentos, alegando não ser tão saudável.
CONCLUSÕES:
Diante dos depoimentos analisados foi constatado que, as mães ao se depararem com o episódio de diarreia em seus filhos tentam inicialmente resolver no próprio ambiente domiciliar com práticas paleativas do tipo: maior ingestão de líquidos, utilização de chás de ervas e soro caseiro, e se não obtiverem solução têm por último a procura dos serviços de saúde, mesmo que não abandonem o “tratamento caseiro”.
Palavras-chave: Gastroenterite, Diarreia infantil, Práticas paleativas.