65ª Reunião Anual da SBPC
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição
APROVEITAMENTO ALTERNATIVO DA CASCA DA PUPUNHA (Bactris gasipaes Kunth) NA FORMA DE FARINHA
Vanessa Alves de Almeida - Bolsista PIBIC do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Marcelo Faustino da Silva - Bolsista do CNPq do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Paulo Henrique Freitas da Silva - Bolsista PIBIC do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Jaime Paiva Lopes Aguiar - Pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Lucia Kiyoko Ozaki Yuyama - Pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA
Francisca das Chagas do Amaral Souza - Dra./Orientadora e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
INTRODUÇÃO:
A pupunha (Bactris gasipaes Kunth) é uma espécie tropical da família das Arecaceae. Da pupunheira tudo se aproveita, ou seja, as folhas são utilizadas para cobertura de casas, a árvore quando jovem para fins de produção de palmito, frutos para consumo humano e animal, após o cozimento ou na forma de farinha e bebida fermentada. A pupunha tem um sabor agradável e alto valor nutritivo pela presença de carotenóides altamente biodisponíveis (Yuyama et al.1999). Segundo VELLOSO, (2002) as partes dos vegetais como talos, cascas e folhas, que não são utilizadas, poderiam ser aproveitadas para enriquecer a alimentação. Estimam-se perdas de 20% na colheita, 8%, no transporte e armazenamento, 15%, no processamento industrial, 1%, no varejo e 17% no destino final (Gondim, et al., 2005; Velloso, 20 02). Ainda que exista certa resistência à alimentação alternativa, avalia-se que uma grande parcela dos brasileiros, esteja aproveitando em sua dieta cotidiana esta alimentação (SANTOS, 2001).
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo objetivou a caracterização nutricional da farinha da casca da pupunha (Bactris gasipaes Kunth).
MÉTODOS:
Após a recepção dos frutos de pupunha, os mesmos foram selecionados, descartando-se os injuriados, lavados e cozidos. Retirou-se a casca seguido da secagem em estufa com circulação de ar 60°C até peso constante, pulverizados em moinho elétrico e envasados em embalagem de polietileno contendo 25g cada. As avaliações químicas e físico-químicas da farinha da casca da pupunha foram realizadas, em triplicata em relação aos seguintes parâmetros: acidez, pH, lipídios, proteína, cinza, umidade, carboidratos, Vitamina A e β-caroteno de acordo com a metodologia preconizada pela A O A C (1995/1998) e IAL (2008).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A farinha da casca de pupunha (Bactris gasipaes Kunth) apresentou-se com a cor amarela e cheiro agradável característico do fruto, acidez de 14,06v/m, pH de 5,68 acima de 4,5 que são os valores que delimitam o desenvolvimento de microrganismos esporulados com Clostridium botulinum. Constatou-se alta concentração de lipídeos na farinha da casca de pupunha (18,53%) quando comparado com o pó alimentício do resíduo de goiaba (9,74%). A concentração de proteína de 5,03% foi superior ao encontrado por Uchoa et al. (2008) em estudos utilizando outros pós alimentícios (0,96 a 1,16%). Na análise de cinza a farinha da casca de pupunha apresentou valor de 1,91%, estes resultados encontram-se próximos aos encontrados nos pós de resíduo de caju, goiaba e maracujá (1,78%, 2,14%, 2,52%, respectivamente). O teor de umidade da farinha da casca da pupunha foi de 5,39%, ficando entre a média encontrada por Felipe (2006) em pós de resíduo de caju, goiaba e maracujá (3,33% e 10,23%), o teor de carboidratos foi de 69,14%, valores super estimados, uma vez que há necessidade da quantificação de fibra alimentar, energia 465 kcal e β-caroteno 3,70 µg/100g, ratificando os atributos da pupunha, como fonte de óleo, carboidratos, energia e carotenóides.
CONCLUSÕES:
A farinha da casca da pupunha revela-se um produto regional com elevado potencial mercadológico em função das propriedades nutricionais. Conclui-se que a farinha da casca da pupunha é uma fonte de lipídios, carboidratos, energia e carotenóides. Os índices de pH e acidez total titulável da farinha da casca da pupunha apresentaram-se dentro dos limites preconizados, assim como a umidade compatível com as médias encontradas em outros estudos com pós alimentícios. A casca da pupunha mostrou-se viável para o processo de obtenção da farinha, visando o enriquecimento dos alimentos ou a substituição parcial da farinha de trigo, podendo ser utilizada em panificação, confeitaria, alimentos infantil e produtos dietéticos.
Palavras-chave: Farinha da casca de pupunha, Composição físico-química, Alimentação alternativa.