H. Artes, Letras e Lingüística - 1. Artes - 6. Fundamentos e Crítica das Artes |
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PARANOIA EMISTIFICAÇÃO: MONTEIRO LOBATO E ANITA MALFATTI NA HISTORIOGRAFIA DE ARTE DO MODERNISMO PAULISTA (1917-2011) |
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Eliane Honorata de Silva - Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP)
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INTRODUÇÃO: |
Em1914, Monteiro Lobato ingressou como colunista do jornal O Estado de São Paulo. Colaborando em questões relacionadas às artes plásticas e à cultura tornou-se conceituado e respeitado. Entretanto, com o passar do tempo, o Lobato crítico de artes plásticas, foi ofuscado pela historiografia do movimento moderno paulista, pois, nos anos de 1920, Oswald de Andrade, Menotti dell Picchia e Mário de Andrade, cometeram o equívoco de responsabilizar Lobato pelo o que denominaram “retrocesso estético” na obra de Anita Malfatti. Outro equivoco histórico sobre a trajetória crítica de Lobato – que até o momento não havia sido indicado –, foi a citação, com texto modificado, da crítica A Respeito da Exposição Malfatti, de Lobato (1917) no livro História do Modernismo: antecedentes da Semana de Arte Moderna, de Mário da Silva Brito, cuja primeira edição é de 1958. Portanto, o interesse deste estudo reside na tentativa de compreensão de como o equívoco de Brito (1958), afetou interpretações de fatos relacionados à trajetória artística de Anita Malfatti. |
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OBJETIVO DO TRABALHO: |
Este estudo investigou a historiografia do modernismo paulista durante o período de 1917 a 2011, com o objetivo de tentar compreender como a versão equivocada da crítica A Respeito da Exposição Malfatti, Lobato (1917), transcrita no livro de Brito em 1958, contribuiu com as interpretações de fatos relacionados ao início do modernismo paulista e à obra de Anita Malfatti. |
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MÉTODOS: |
Por meio de pesquisa bibliográfica foram investigados estudos que enfocarama gênese do movimento moderno paulista, abordando a obra de Anita Malfatti e citando a crítica À Respeito da Exposição Malfatti de Monteiro Lobato (1917) e, por meio da comparação, foi possível compreender se citações do estudo de Lobato (1917) foram retiradas de fonte primária ou secundária. |
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RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
No livro História do Modernismo: antecedentes da Semana de Arte Moderna, cuja primeira edição é de 1958, Mário da Silva Brito (1997), fez a citação direta do texto da crítica A Propósito da Exposição Malfatti de Lobato (1917).Citação direta é definida na NBR 10520, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), como “Transcrição textual de parte da obra do autor consultado” (2002, p. 2). Entretanto, o texto citado por Brito (1997), apresenta vários problemas, pois, nele foram suprimidos pontos parágrafos e palavras. E surgiram frases que não estão no texto publicado por Lobato (1917). Contudo, o livro de Brito (1997), tornou-se importante fonte secundária de consulta, para a maioria dos estudiosos que abordou os primeiros anos do modernismo paulista.Tal constatação foi confirmada durante a pesquisa bibliográfica, pois, Marta Rossetti Batista (1985), Tadeu Chiarelli (1995) e Sérgio Micelli (2003), retomaram trechos ou conclusões do livro de Brito (1997), quando abordaram os fatos ocorridos em 1917, o que contribuiu para que tais estudiosos não compreendessem que Anita Malfatti, segundo Silva (2011), contou com a contribuição das críticas de arte militante de Lobato para criar obras de caráter naturalista/nacionalistas durante o período de 1916/18. |
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CONCLUSÕES: |
A partir do ano de 1958, a versão de que Anita Malfatti foi uma pobre e inocente vítima da agressividade rancorosa do pintor fracassado, Monteiro Lobato, foi respaldada pela idoneidade do estudo de Mário da Silva Brito (1997), História do Modernismo: antecedentes da Semana de Arte Moderna, cuja citação direta e equivocada da crítica de Lobato A Propósito da Exposição Malfatti, contribuiu para confirmar as “verdades” do grupo de primeiros escritores modernos paulistas. Até os dias atuais, o livro de Brito (1997), é consultado como fonte secundária, na abordagem da obra de Lobato e Malfatti. Tal fato contribuiu para que aspectos relevantes, relacionados à história da gênese modernista, ficassem ocultos por várias décadas, propiciando interpretações equivocadas. |
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Palavras-chave: Modernismo Paulista., Anita Malfatti., Monteiro Lobato.. |