65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 17. Planejamento e Avaliação Educacional
AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO: a questão da prática docente sob uma perspectiva de justiça.
DANIELLE CRISTINA BEZERRA SANTOS SOARES - mestrado em educação núcleo de políticas públicas UFPE
INTRODUÇÃO:
A presente pesquisa se propôs a investigar as Representações Sociais da prática em avaliação construída por professores-formadores do curso noturno de pedagogia.
Estudiosos da avaliação como (ESTEBAN, 1999; GUBA E LINCOLN, 1989) vem problematizando as questões acerca dos critérios utilizados pelos docentes no sentido de constatar se são justos ou não, se protegem ou não os direitos dos alunos. A avaliação é importante para uma prática equitativa e como condição indispensável para a construção da cidadania pessoal e coletiva de professores e estudantes (IBERNÓN, 2006; HOFFMANN, 2005).
OBJETIVO DO TRABALHO:
Investigar o sentido de justiça revelado na prática pedagógica dos docentes; Investigar se os decentes têm tentado avaliar seus alunos com justiça, confrontando, dessa forma, o tipo de trabalho docente ideal com o efetivamente desenvolvido.
MÉTODOS:
Na presente pesquisa foi utilizado questionários de associação livre e entrevistas semi estruturadas que foram aplicados à 6 professores do curso de pedagogia noturno da UFPE escolhidos conforme disponibilidade de tempo. Apoiados na teoria das representações sociais Indagamos se os professores têm uma formação avaliativa adequada, se existem dificuldades relacionadas à prática avaliativa, a partir da sua formação inicial e no cotidiano, quais os sentidos da relação avaliação e justiça, quando este já tem um percurso profissional.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Encontramos ambiguidades entre discursos de professores e a prática desenvolvida. A estratégia metodológica levou os docentes-formadores a confrontarem, de alguma forma, seus métodos com os seus conceitos e práticas avaliativas. Trouxeram tendências atuais nas suas falas, mas resgatam a visão conteudista, quando se referem aos avanços e dificuldades centralizam a responsabilidade nos estudantes, revelando que os conceitos que apresentam ainda não foram totalmente introjetados. O que viabilizaria uma prática avaliativa mais contextualizada e justa.
CONCLUSÕES:
Mesmo com todas as contribuições das gerações avaliativas vimos que a avaliação continua, predominantemente, pautada na 1ª, seguindo um modelo positivista, centrado bem mais nos dados quantitativos que nos qualitativos. Então a avaliação ainda não é adotada para diagnosticar as práticas pedagógicas, o que distancia a prática avaliativa da melhoria na qualidade. Enfim, apesar de grandes avanços, o caminho a ser trilhado para que a avaliação seja “aplicada” e reconhecida de forma justa deve ser constantemente estudado para que se aproxime cada vez mais de seus muitos atributos, entre eles: ser inclusiva, negociada, útil, transparente, extensiva, cooperativa, orientadora, contínua, sistemática, integral. Neste caso, a própria instituição legitima práticas avaliativas desatualizados, o que nos leva a questionar: Será que as instituições estão prontas para uma reestruturação nas práticas avaliativas dos professores? O que ainda falta para que os professores encarem essas mudanças como condição de um trabalho mais bem estruturado e com resultados mais sólidos? Estas questões, a partir desta análise, sugerem novos estudos na área, sobretudo, aqueles que incidam sobre as práticas dos docentes em seu fazer cotidiano.
Palavras-chave: Avaliação, Prática docente, justiça.