65ª Reunião Anual da SBPC
B. Engenharias - 1. Engenharia - 3. Engenharia Civil
A PRÁTICA EXPERIMENTAL NO CONTEXTO DA SALA DE AULA
Alan Silva Araújo - Engenharia Civil Universidade Federal de Alagoas
José Adeildo De Amorim - Prof. Mrs., Orientador - Engenharia Civil, Universidade Federal de Alagoas
Bruna Rosa De Barros - Prof. Mrs, Coorientadora - Arquitetura, Universidade Federal de Alagoas.
INTRODUÇÃO:
O ensino da Física tem sido realizado em grande parte das escolas públicas brasileiras de modo puramente teórico e abstrato, longe da vivência extraclasse dos alunos. Essa situação tem desmotivado muitos estudantes, fazendo com que eles não procurem seguir carreiras relacionadas à área científica ou tecnológica. Para alterar essa postura passiva, pode-se melhorar esse processo de ensino-aprendizagem com a implementação de aulas práticas que incorporem experimentos, principalmente os ligados ao cotidiano do aluno. Na visão de Santos et al (2003), com essa metodologia o alunado torna-se fazedor do seu próprio conhecimento, posto que interage com experimentos confeccionados com materiais do seu dia-a-dia, possibilitando assim uma aprendizagem multidirecional e ativa. Nesse sentido, a presente pesquisa objetivou introduzir experimentos de física feitos com materiais facilmente encontrados pelos alunos em uma escola pública do Sertão de Alagoas. Buscou-se mostrar que a inclusão de aulas práticas e com o uso de experimentos simples é possível dar maior dinamicidade as aulas e, por consequência, estimular o aprendizado por parte dos alunos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
-Confeccionar protótipos para experimentos com materiais do dia-a-dia; - Apresentar os experimentos produzidos aos alunos e professores das escolas; - Propor atividades práticas com experimentos do cotidiano na disciplina de Física de uma escola.
MÉTODOS:
Trata-se uma pesquisa-ação, com a investigação teórica do tema, confecção de protótipos e realização de atividades pilotos em uma escola pública do Sertão de Alagoas. Em relação à metodologia, essa foi realizada em três estágios: no primeiro estágio, estudou-se sobre o tema, teorias ligadas aos métodos de ensino-aprendizagem e possibilidades de experimentos, também se confeccionou e testou 20 protótipos de experimentos. No segundo estágio, exibiram-se esses experimentos em escolas de Delmiro Gouveia, numa estande da II ETEC (Exposição de Engenharia e Tecnologia), a qual é realizada anualmente pelo Programa de Educação Tutorial PET Engenharias. Além disso, estabeleceu-se contato com a escola estadual Luís Augusto para realização de uma oficina, tendo como público-alvo os estudantes do primeiro ano do ensino médio, onde os próprios alunos da escola reproduziram e testaram os protótipos de experimentos. Em seguida, foi realizada uma mini-feira de ciências, com a orientação direta da professora da disciplina, onde pesquisaram sobre experimentos, confeccionaram e apresentaram em estandes para os colegas. Dando continuidade, a terceira e última etapa se referiu a análise dos questionários aplicados aos alunos e professora, discussão dos resultados e delineamento das conclusões.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
No que concerne à exposição intinerante, conseguiu-se apresentar os protótipos dos experimentos e exibição dos testes para cerca de 500 alunos. Quanto às etapas de oficina participaram 126 alunos, sendo 76 do 1º ano, 24 do 2º ano e 26 alunos do 3º ano do ensino médio de uma escola pública estadual. Já na mini-feira, atingiu-se 160 alunos, sendo 71 alunos do 1º ano, 62 do 2º ano e 27 alunos do 3º ano do ensino médio. Na análise dos questionários aplicados nos alunos e professora, verificou-se que os alunos não estavam satisfeitos com a metodologia empregada em sala de aula, sendo assim foi possível concluir que os alunos preferem aulas teóricas em conjunto com aulas praticas, onde eles possam conhecer de forma mais efetiva e envolvente o conteúdo abordado pela disciplina de física, a professora ainda comentou que “os alunos de forma voluntária, pesquisaram e confeccionaram os experimentos sem precisar de cobrança da minha parte”.
Deste modo, Santos et al (2003) comentam que aprendendo como utilizar experimentos físicos com materiais de baixo custo, há uma grande renovação intelectual do docente, o qual adquire maior autonomia, pois os alunos conseguem perceber que o mais importante é o processo de desenvolvimento e não a finalização do protótipo em si.
CONCLUSÕES:
Diante dos resultados obtidos com essa pesquisa e ações extensionistas realizadas no Sertão de Alagoas, verificou-se que ao diversificar as atividades e as abordagens, dando-lhes uma conotação mais de acordo com as atividades científicas a partir da confecção de protótipos com materiais do dia-a-dia, cria-se no aluno uma nova motivação e um novo interesse para as atividades experimentais. Principalmente com o desenvolvimento da mini-feira, observou-se que os alunos estavam bastante motivados, discutindo e pesquisando o assunto referente aos conhecimentos físicos com uma maior naturalidade, que antes não apresentava, mostrando que o conhecimento exposto na construção dos protótipos foi de certo modo efetivo. Nesse sentido, evidencia-se que o conhecimento teórico associado ao conhecimento prático, aproxima a realidade vivenciada pelo aluno do contexto escolar.
Palavras-chave: Física, Experimentos, Alunos Motivados.