65ª Reunião Anual da SBPC
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Silvicultura
EFEITO DO SUBSTRATO E DA COLORAÇÃO DA SEMENTE DE AMAPÁ AMARGOSO (Parahancornia fasciculata (Poir) Benoist) NA GERMINAÇÃO
Joyce Ananda Sousa Paixão - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
Leonilde dos Santos Rosa - Profa. Dra./Orientadora - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
Paulo Ricardo Neves Ferreira - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
Wanessa Menezes do Carmo - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
Glauco André dos Santos Nogueira - Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
INTRODUÇÃO:
O amapá amargoso (Parahancornia fasciculata (Poir) Benoist), pertencente a família Apocynaceae, é uma espécie arbórea que ocorre na Amazônia brasileira (Ribeiro et al., 1999). Sua madeira é de alta qualidade usada na indústria de compensados, seus frutos são comestíveis e servem de alimento para os animais, como macacos e cutias que vivem na floresta (MORAIS et al, 1995), porém esta espécie é mais conhecida por possuir o leite utilizado tradicionalmente no tratamento de enfermidades das vias respiratórias e do estômago (SERRA, 2011).
De acordo com Serra et al (2011), o látex do amapá amargoso, é um dos produtos florestais mais importantes para o mercado de Belém. No entanto, o extrativismo do látex de amapá que é realizado há pelo menos um século, provocou uma superexploração da espécie em áreas de livre acesso, reduzindo a sua população nas áreas naturais de ocorrência. Contudo, pouco se conhece sobre as condições ideais para a germinação e, com isso, proporcionando assim, a produção de mudas de espécies nativas de boa qualidade.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste trabalho é avaliar a influência de diferentes substratos na germinação de sementes de Amapá amargoso em diferentes substratos, visando fornecer informações úteis para os interessados em cultivar esta espécie de importância medicinal e econômica.
MÉTODOS:
O trabalho foi realizado no Laboratório de Sementes Florestais no Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal Rural da Amazônia, em Belém-PA. Foram coletados frutos caídos no solo em dezembro de 2012 sob à planta-mãe no Parque Botânico Bosque Rodrigues Alves localizado na cidade de Belém. Posteriormente, foi realizado o beneficiamento dos frutos, onde foram retiradas as sementes classificadas e separadas visualmente em função da coloração: brancas e pretas. Em seguida, as sementes foram semeadas em gerbox e colocadas em germinadores em temperatura constante de 25°C.
O delineamento experimental empregado foi inteiramente casualizado em fatorial 2 x 4, com quatro repetições, contendo 15 sementes cada, sendo o primeiro fator a coloração da semente e o segundo o substrato, gerando oito tratamentos: T1 = areia (100%) + sementes pretas, T2 = vermiculita (100%) + sementes pretas,T3 = areia e vermiculita (1:1) + sementes pretas, T4 = areia e vermiculita (2:1) + sementes pretas, T5 = areia (100%) + sementes brancas, T6 = vermiculita (100%) + sementes brancas, T7 = areia e vermiculita (1:1) + sementes brancas, T8 = areia e vermiculita (2:1) + sementes brancas. Os dados foram analisados pela estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A germinação foi desuniforme com duração de 36 dias para os dois tipos de sementes a partir da instalação do experimento. O início do processo germinativo ocorreu no 9º dia após a instalação do experimento, com a emissão do pecíolo cotiledonar de coloração esbranquiçada e crescimento no sentido geotrópico positivo, estabilizando-se a partir do 27º dia.
Verificou-se que as sementes pretas semeadas no substrato constituído de 100% de areia apresentaram as maiores porcentagem de germinação (75%), enquanto as sementes brancas em areia e vermiculita na proporção volumétrica de 1:1, apresentaram 70% de germinação, logo na primeira semana. O substrato formado por 100% de areia e sementes brancas apresentou o menor potencial fisiológico inferior a 60%. Isso provavelmente ocorreu devido as sementes brancas serem imaturas, necessitando, entretanto de mais estudos sobre esta afirmação.
O tratamento com areia e sementes pretas obteve uma grande resposta de germinação assim como em sementes de Mimosa regnelli Benthan, onde a areia foi recomendada para testes de germinação por ter proporcionado boas taxas germinativas, além de ser livre de microrganismos, de baixo custo e reutilizável (FOWLER e CARPANEZZI, 1997).
CONCLUSÕES:
Todos os substratos testados favorecem germinação de Parahancornia fasciculata. O substrato constituído de 100% de areia propicia a maior germinação do amapá amargoso e pode ser usado para germinação dessa espécie.
Palavras-chave: Parahancornia fasciculata, Cor da semente, Germinação.