65ª Reunião Anual da SBPC |
G. Ciências Humanas - 5. História - 11. História |
A HISTÓRIA APÓS A MORTE: PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES FÚNEBRES NA BAHIA (1870-1900) |
Antônia Adriane Nascimento dos Santos - Estudante do Curso Técnico em Química do IF Baiano Campus Catu. Ana Quézia Ribeiro de Oliveira - Estudante do Curso Técnico em Agropecuária do IF Baiano Campus Catu. Nathália de Oliveira Silva - Estudante do Curso Técnico em Agropecuária do IF Baiano Campus Catu. Marcelo Souza Oliveira - Professor/Orientador do IF Baiano Campus Catu. |
INTRODUÇÃO: |
Há algum tempo, diversos historiadores, psicólogos, sociólogos e filósofos têm buscado compreender as variadas relações entre o homem e essa apavorante ideia de morte. A morte é considerada algo que fascina e ao mesmo tempo em que aterroriza a Humanidade, tornando-se uma questão que atravessa a história. O homem influenciado pelo contexto histórico e cultural que está inserido modifica a sua percepção de morte, podendo edificar assim a barreira intransponível que impede a sua experiência natural - o medo. Desta forma, pretendemos evidenciar a ideia de morte presente na cultura catuense dos fins do século XIX, contribuindo para a construção da história do município e para a reflexão acerca da morte e das construções simbólicas que envolvem esse fenômeno no passado e no presente. Tornando-se relevante por propor a compreender que a visão de morte modificou-se devido ao processo da modernidade, levando a sociedade atual a se distanciar da morte. Porém, tal postura não esconde o medo do desconhecido. Embora haja mitos e resistências, é preciso reconhecer que esse tema continua tão atual, quanto foi em qualquer outro período da História. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
Analisar as principais causas de morte, a fim de perceber como doenças e morte estavam presentes nas vidas dos indivíduos catuenses que viveram naquele período, bem como estudar as práticas e representações mórbidas, a percepção de morte e o contexto do fim da vida desses cidadãos. |
MÉTODOS: |
1 - Revisão de literatura sobre morte no sec. XIX, destacando-se as obras “A morte é uma festa” de João José Reis, “História da Morte no Ocidente” de Phillipe Ariès e “A Solidão dos moribundos: seguido de envelhecer e morrer” de Norbert Elias; 2 - Seleção de fontes: Escolhemos 100 certidões de óbito digitalizadas do arquivo Find a Family Search Center, disponível em: https://www.familysearch.org. As certidões do referido site são originais presentes no Arquivo Cúria de Salvador, dos quais colhemos o recorte de 1868 (ano que marca a emancipação de Catu) a 1900 (fim do Império e início da República). Além disso, foram utilizados dois livros testamentários que constam no Fórum de Catu; 3 – Tabulação das informações relevantes: Tabulamos as certidões de óbito por nome, idade, cor, sexo, causa da morte, cor da mortalha, pasta e pagina onde se encontra; 4 - Interpretação das fontes a partir de bibliografia relevante: fichamos a bibliografia e interpretamos as fontes a partir delas; 5 - Escrita dos trabalhos científicos: escrevemos os resumos e relatórios necessários para se inscrever em algumas feiras de ciências. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
Com o intuito de conhecer quais foram às atitudes dessa população catuense do sec. XIX, que se constituam predominantemente por católicos, analisarmos os testamentos de indivíduos que viveram e morreram em Catu no final do sec. XIX. Observamos com as análises das fontes que os moribundos em seus últimos momentos de vida detinham de um grande termo da morte, o que provocava nessas pessoas mudanças de atitudes, porém atos esses que não seriam realizados se os mesmos desconhecessem tal estado de saúde que jaziam. Ainda meditando nos testamentos podemos notar que a preocupação dos moribundos em ter um “bem morrer” era acompanha e direcionada principalmente pela igreja católica, o moribundo utilizava-se dos testamentos para propalar como desejavam que fossem realizados os rituais fúnebres após sua morte, ou seja, sempre de acordo com os dogmas da Igreja Católica. |
CONCLUSÕES: |
Portanto, a partir das análises verificamos que a morte era abordada como algo próximo a esta sociedade que vivia sob os dogmas e preceitos da Igreja Católica, onde se preocupava com a morte por saber que passariam pelo Juízo Divino. As práticas e crenças religiosas eram o suporte para que essa sociedade entendesse a morte. A fé católica carregada de ritos e práticas ensinava os caminhos para o “bem morrer”. |
Palavras-chave: Práticas e Representações, História da Morte, Ritos Fúnebres. |