65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
UM OLHAR SOBRE A 1ª FEIRA DE CIÊNCIAS E ENGENHARIA DO ESPÍRITO SANTO: ESPAÇO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Carlos Alberto Nascimento Filho - Mestrando Programa EDUCIMAT, IFES
Sabrine Lino Pinto - Mestrando Programa EDUCIMAT, IFES
Antonio Donizetti Sgarbi - Orientador Programa EDUCIMAT, IFES
INTRODUÇÃO:
Dentro da programação da 9ª Semana Estadual de Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, que aconteceu no período de 17 a 19 de outubro, cujo tema foi “Sustentabilidade, Economia Verde e Erradicação da Pobreza”, foi inaugurada a 1ª Feira de Ciências e Engenharia do Estado do Espírito Santo, onde participaram escolas localizadas em todos os municípios capixabas, totalizando 50 trabalhos inscritos, nas categorias de ensino fundamental anos finais e médio. Isto faz dela um espaço de interação para estudantes, professores e o público em geral, revelando-se um ambiente adequado para o convívio, aprendizagem, observação e questionamentos que estimulam a curiosidade. Essa proximidade entre o pesquisador e o seu ambiente, confere significação a aprendizagem, tendo em vista que tais eventos aguçam a curiosidade dos alunos, coloca-o como protagonista da ação, o que terá fortes reflexos na autoestima, no trabalho cooperativo, além de consolidar conhecimentos e atuar fortemente na divulgação científica.
OBJETIVO DO TRABALHO:
A pesquisa tem por objetivo analisar e classificar os trabalhos inscritos, conforme Mancuso (2000), em três tipos: 1) trabalhos de montagem: produção de artefatos sobre um tema abordado em ciências; 2) trabalhos informativos: produções que apresentam conhecimentos acadêmicos ou fazem alertas e/ou denúncias; e 3) trabalhos de investigação: projetos que evidenciam uma construção de conhecimentos.
MÉTODOS:
Realizou-se uma pesquisa documental e de campo com abordagem mista, quantitativa e qualitativa. A partir da pesquisa documental analisou-se a ficha técnica de cada projeto, onde se encontravam informações sobre as características, finalidades, fases do processo de desenvolvimento, construção e resultados obtidos na aplicação prática do artefato, conforme o caso. A partir da pesquisa de campo, com a técnica da observação participante conforme Cruz Neto (1994), pode-se conferir e validar as informações expressas nas fichas técnicas dos respectivos trabalhos. Tal observação possibilitou, também, ouvir a apresentação do trabalho pelo expositor o que, por vezes aconteceu em grupo onde cada componente, por exemplo, responsabilizava-se por apresentar determinado item do trabalho. Tais procedimentos foram necessários para que a classificação dos trabalhos acontecesse conforme o objetivo da pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Num universo de 50 trabalhos, 40 (quarenta) do ensino médio e 10 do ensino fundamental, foram analisadas as todas as produções do ensino médio. Constatou-se, conforme a classificação de Mancuso (2000), que dezenove (48%) deles foram de construção de algum produto ou artefato, onde os expositores explicam um tema de ciências, ou seja, trabalho de montagem. Identificou-se ainda, quatorze trabalhos (35%) que se caracterizam como informativos, àqueles em que os alunos demonstram conhecimentos acadêmicos ou fazem alertas e denúncias e sete trabalhos (17%) foram classificados com trabalhos de investigação, visto que são projetos que evidenciam uma construção de conhecimentos por parte dos alunos e de uma consciência crítica sobre fatos do cotidiano. Percebeu-se durante o processo de pesquisa a presença da inter e a transdisciplinaridade, a construção do conhecimento a partir dos alunos e a efetiva divulgação científica.
CONCLUSÕES:
As feiras de ciências, além de ser uma boa estratégia para a divulgação científica, interferem fortemente no ensino-aprendizagem, tendo em vista que, no processo de produção de um experimento científico ou qualquer artefato tecnológico, muito comuns nessas feiras requer diálogo e aproximação entre professor e alunos e entre alunos. Esse aprendizado fundamentado no diálogo, provavelmente será bastante significativo, já que haverá a troca de conhecimentos e experiências entre os alunos envolvidos nessa construção, sob a orientação do professor que atuará nesse processo, como mediador. Outro aspecto importante, são as relações entre as disciplinas que permeiam os projetos na fase de construção visto que, para isso, são necessários diversos saberes, de acordo com o que se pretende construir. Em regra, é possível verificar que as feiras de ciências são de muita importância para a motivação dos alunos, principalmente nos ensinos fundamental e médio.
Palavras-chave: Feiras de Ciências, Espaços não formais, Transdisciplinaridade.