65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 11. Ensino-Aprendizagem
ANÁLISE DIDÁTICA DE ERROS EM QUESTÕES DE MATEMÁTICA QUE ENVOLVEM CONCEITOS INICIAIS DE ÁLGEBRA: POR QUÊ E PARA QUÊ?
Maria Lucivânia Souza dos Santos - Licenciatura em Matemática - Núcleo de Formação Docente – UFPE/CAA
Fabiane Pereira dos Santos - Licenciatura em Matemática - Núcleo de Formação Docente – UFPE/CAA
Kátia Silva Cunha - Profa. Dra. /Orientadora – Núcleo de Formação Docente – UFPE/CAA
INTRODUÇÃO:
A linguagem algébrica é comumente inserida no ambiente escolar nos anos finais do ensino fundamental. Autores apontam que grande parte dos alunos apresenta dificuldades nessa passagem da aritmética para a álgebra (GARCIA (1997); DA ROCHA FALCÃO E MEIRA (1994)). Assim, é provável, que erros sejam frequentes durante este processo de mudança. Através da análise didática dos erros podemos encontrar as suas possíveis causas e assim, realizar o tratamento do mesmo. Segundo La Torre (2007) o tratamento do erro pode ser benéfico para a melhor compreensão dos mecanismos de aprendizagem. Entendemos que a análise do erro contribui no processo de ensino-aprendizagem em Matemática, pois possibilita revelar elementos que identificam níveis de dificuldades, os quais quando diagnosticados permitem uma melhor definição das etapas a serem seguidas pelo professor no ensino em relação ao acompanhamento das aprendizagens. Neste trabalho, trazemos uma análise e categorização de erros cometidos por alunos, do 7º e 9º anos, em questões que envolvem conceitos iniciais de Álgebra com a finalidade de mostrar que quando ele ocorre, mas não é diagnosticado e tratado torna-se recorrente no percurso escolar do aluno.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Analisar e categorizar erros cometidos por alunos do ensino fundamental em questões que envolvem conceitos iniciais da Álgebra, tomando como norte o Modelo de Análise Didática de Erros (MADE), com a finalidade de mostrar a importância do tratamento didático do erro como tentativa de evitar a recorrência desses erros em momentos posteriores no percurso escolar do aluno.
MÉTODOS:
A presente pesquisa foi realizada dentro do GPEHCC - Grupo de Pesquisa em Educação História e Cultura Científica da UFPE - Campus Agreste. Analisamos e categorizamos os tipos erros cometidos na resolução de duas questões que envolvem conceitos iniciais sobre Álgebra com base no Modelo de Análise Didática do Erro de La Torre (2007) que categoriza os erros em:
- Erros de entrada: intenção - ambiguidade e conflitos de objetivos; percepção - omissão, redundância e distorção e compreensão: léxica, conceitual e lógica.
- Erros de Organização: análise e síntese; ordenação e conexão.
- Erros de Execução: erro mecânico, operacional ou estratégico.
Propomos as questões a 22 alunos do 7º e 9º anos do ensino fundamental das redes pública e privada de ensino em Caruaru - PE.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
As questões foram aplicadas aos alunos do 7º ano, e constatamos a dificuldade dos mesmos em operar/calcular o valor quando as expressões apresentavam letras envolvidas. Ao apresentar as mesmas questões aos alunos do 9º ano grande parte também apresentou dificuldades no tratamento com as letras mesmo já havendo contato com a linguagem algébrica no decorrer da escolarização. Apenas um aluno (9º ano – rede pública) não atribuiu valores às letras (Erro de entrada - percepções - distorção), embora, tenha utilizado o símbolo "=" de forma errada nos cálculos de alguns itens (Erro de organização da informação – ordenação). Na segunda questão grande parte dos participantes, dos dois anos, confundiu os conceitos de área e perímetro (Erros de Organização – conexão), e alguns demonstraram não saber qual operação utilizar na resolução da questão (Erro de execução - estratégico). Dessa forma, percebemos que os cálculos e a complexidade das questões não foram assimilados de forma correta, comprovando pouca apropriação e falhas conceituais semelhantes nos alunos do 7º e 9º anos.
CONCLUSÕES:
Diante da evidencia, podemos afirmar que a análise e o diagnostico do erro deve possibilitar que haja um tratamento do mesmo levando em consideração que o erro é um meio de expressar saberes individuais dos alunos. Caso não haja este tratamento, é provável que o aluno leve o erro em todo seu percurso escolar mostrando que, de fato, não houve aprendizagem significativa do conteúdo ensinado, apenas uma mecanização ou reprodução dos procedimentos.
Palavras-chave: MADE, linguagem algébrica, ensino fundamental.