65ª Reunião Anual da SBPC
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
CRIANÇAS COM CÂNCER E A VIDA ESCOLAR: REALIDADES E POSSIBILIDADES
Andrezza Romênia Lima de Abreu - Faculdade UnB Planaltina - Universidade de Brasília
Alice Melo Ribeiro - Profa. Dra./Orientadora – Depto. de Ciências Biológicas – UnB
INTRODUÇÃO:
A criança com câncer necessita de cuidados especiais, pois é um processo doloroso, desde a descoberta da doença, as internações, o tratamento e o desligamento de sua rotina. A criança tem a necessidade e o direito de continuar tendo uma vida que lhe traga prazer e alegria, mesmo com o intenso tratamento ela necessita desenvolver suas atividades vividas antes do diagnostico. E uma das atividades que a criança não pode deixar de desenvolver é a sua educação, sua formação escolar tem que continuar, é um direito da criança, e o Estado tem o dever de disponibilizar educação de qualidade a mesma. Segundo o Art. 7º do Estatuto da Criança e do Adolescente, título II, capítulo I, Do Direito à Vida e à Saúde, a criança e o adolescente têm direito a proteção, à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente trabalho teve por objetivo levantar dados diagnósticos sobre a vida escolar de crianças com câncer no Brasil, a fim de verificar se há previsão para esta realidade, quais possibilidades e quais são as realidades, e iniciar uma reflexão sobre a importância da continuidade da vida escolar para essas crianças que não podem vivenciar a escola de forma convencional por motivos de saúde.
MÉTODOS:
Foi feito o levantamento teórico, histórico, cultural e constitucional sobre o tema a fim de verificar a previsão para esta realidade e quais possibilidades existentes no Brasil. A pesquisa foi dividida em etapas: Etapa 1 - Levantamento Bibliográfico – Foram pesquisadas publicações, que abordassem o contexto no Brasil, bem como documentos governamentais e na literatura de pesquisadores e estudiosos sobre este tema, pesquisa dos direitos da criança e do adolescente no Brasil. Etapa 2 - Levantamento teórico - Literatura especializada em educação e saúde, vida escolar, saúde e sociedade. Pesquisas de estudos em andamento ou em fase final. Etapa 3 - Reflexão e Análise dos dados levantados – Após a análise dos dados teóricos, foi realizada uma reflexão sobre os resultados obtidos nas etapas 1 e 2. Etapa 4 - Finalização dos objetivos do plano de trabalho. Escrita relatório final PROIC (Programa de Iniciação Cientifica – UnB).
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
O atendimento educacional para crianças e adolescentes hospitalizados e que não podem frequentar a escolar de forma convencional é realizado por meio de classes hospitalares. O Conselho Nacional de Educação sugere a denominação “classe hospitalar” para o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de frequentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicilio. (Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica/ Resolução de 2001). A classe hospitalar mantém o vinculo da criança com sua rotina escolar estabelecida antes do diagnostico e propicia que a criança seja reintegrada a escola após a alta sem adquirir prejuízos educacionais alarmantes. O trabalho pedagógico desenvolvido com as crianças/adolescentes na classe hospitalar permite que elas adquiram novos saberes e novas maneiras de lidar com o retorno a sua rotina, suas atividades desenvolvidas antes do diagnóstico, mesmo tendo sido expostas a uma serie de tratamentos durante longos períodos.
CONCLUSÕES:
O atendimento educacional disponibilizado nas classes hospitalares é extremamente importante para as crianças hospitalizadas com câncer e com outras patologias, não somente no que diz respeito aos prejuízos acadêmicos que elas teriam ao voltar para escola, mas também no aspecto psicológico da criança, poder desenvolver atividades que eram presentes em sua rotina antes do diagnostico, como estudar, brincar, ter a atenção e o cuidado de profissionais a disposição da criança, possibilita uma melhora na sua condição imunológica, reduzindo muitas vezes sua permanência no hospital. Houve uma grande dificuldade durante a pesquisa quanto às informações disponibilizadas por alguns órgãos, como o Ministério da Saúde, o qual não possui dados quantitativos do numero de classes hospitalares existentes no Distrito Federal, e/ou a falta de informações aos seus colaboradores, bem como nos hospitais, onde muitos não sabiam informar sobre a existência de classes hospitalares dentro do próprio hospital, ou seja, há uma grande falta de informação para a população em geral sobre as classes hospitalares.
Palavras-chave: Classe Hospitalar, Atendimento educacional, Internações.