G. Ciências Humanas - 7. Educação - 15. Formação de Professores (Inicial e Contínua) |
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CURSO INTENSIVO DE ARTE NA EDUCAÇÃO - CIAE (RIO DE JANEIRO, 1960 - 1981): UM ESTUDO A PARTIR DA LITERATURA ESPECIALIZADA E DOS JORNAIS ARTE&EDUCAÇÃO |
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Maisa Cristina da Silva - Escolinha de Arte do Recife Everson Melquiades Araújo - Prof. Dr./Orientador - Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino – UFPE
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INTRODUÇÃO: |
O ensino da arte no Brasil possui uma trajetória histórica e sócio-epistemológica marcada por diferentes compreensões sobre o que seja aprender e ensinar arte no âmbito da educação escolar e não escolar. Essas compreensões foram materializadas na prática educativa a partir de uma série de modelos implantados na formação do arte/educador brasileiro, desde a década de 1930, com a criação do primeiro curso de formação de professores de arte, na Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, denominado, na ocasião, de curso de formação de professores de desenho, conforme era designada a área de arte no currículo escolar desse período. Percebe-se, portanto, que, há mais de sete décadas, diferentes iniciativas vêm sendo empreendidas para a formação do arte/educador, sejam elas no âmbito da formação inicial ou continuada. No entanto, diferentes pesquisas nos revelam uma ausência de estudos históricos dos processos da formação do professor, sobretudo da formação do arte/educador brasileiro, o que se constitui em uma contradição, pois o conhecimento histórico é essencial à consciência política do arte/educador. Desta forma, compreender a trajetória histórica da constituição da formação do arte/educador brasileiro e suas descontinuidades nos possibilitará o fortalecimento da identidade política, ideológica e conceitual desses profissionais. |
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OBJETIVO DO TRABALHO: |
Compreender e caracterizar o Curso Intensivo de Arte na Educação (CIAE), a partir da literatura especializada do campo da arte/educação brasileira e por meio dos jornais Arte&Educação. |
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MÉTODOS: |
Para obtermos uma compreensão do objeto investigado, adotamos como procedimentos de coleta de dados a pesquisa documental. Desta forma, o rol de documentos coletados foi organizado em dois grupos, de acordo com a natureza e suporte linguístico dos documentos: No primeiro grupo, encontram-se as dissertações e teses produzidas nos programas de pós-graduação e artigos publicados em congressos e livros especializados. Esses documentos foram coletados no Banco de Tese da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e em diferentes acervos documentais. No segundo grupo, encontram-se as matérias publicadas na diferentes edições do Jornal Arte&Educação, retiradas da “Coletânea Jornais Arte&Educação”. Estes documentos foram catalogados e passaram a constituir dois inventários, que o denominamos de inventário 01 e inventário 02. Utilizamos como procedimento para a organização, tratamento e análise dos dados, as técnicas da análise temática. Desta forma, a nossa análise foi operacionalizada a partir de quatro operações básicas: a pré-análise; a exploração do material; o tratamento dos resultados obtidos; e a interpretação dos resultados, a partir da inferência. |
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RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
A partir da análise temática, foi possível identificar nos referidos documentos categorias analíticas que nos possibilitaram compreender e caracterizar o CIAE do ponto de vista desses documentos. Esses elementos foram organizados em sete grupos temáticos: (1) Elementos Didáticos e Metodológicos; (2) Corpo Docente e Coordenação Pedagógica; (3) Público Alvo e suas Origens; (4) Marcos Filosófico e Conceitual. (5) Periodicidade de Realização e Carga Horária; (6) Aspecto acerca das Inscrições e Vagas; (7) Aspectos Financeiros. |
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CONCLUSÕES: |
A caracterização histórica do Curso Intensivo de Arte na Educação através da literatura especializada da Arte/Educação e dos jornais Arte&Educação nos possibilitou compreender o CIAE como um dos mecanismos essenciais para a mudança da prática educativa de ensino de arte no Brasil, a partir da Década de 1960, pois ficou evidente que através desse processo formativo instituído pela Escolinha Brasileira de Arte (EBA) foi possível instaurar uma transformação paradigmática na Arte/Educação Brasileira, que ficou conhecida como Movimento Escolinhas de Arte (MEA). Neste sentido, o CIAE foi o dispositivo que desencadeou a criação e manutenção durante mais de duas décadas do MEA, haja vista que os cursistas, no regresso aos seus Estados de origem ou país, entusiasmados com as novas concepções pedagógicas, se propuseram a disseminar os debates teóricos e metodológicos aprendidos no Rio de Janeiro, fundando o que poderia se chamar de “unidades”, isto é, filiais. Desejamos que esta pesquisa contribua com a construção do conhecimento histórico acerca da formação do arte/educador brasileiro, haja vista que as fontes para tal campo de estudo no Brasil ainda são escassas. |
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Palavras-chave: Arte/Educação, Formação do Arte/educador, História da Arte/Educação. |