65ª Reunião Anual da SBPC |
C. Ciências Biológicas - 5. Ecologia - 2. Ecologia Aquática |
RIQUEZA DE ESPÉCIES E DIVERSIDADE ALFA, BETA E GAMA DA COMUNIDADE FITOPLANCTÔNICA DE LAGOS URBANOS DO BRASIL CENTRAL |
Micael Rosa Parreira - Graduando em Ciências Biológicas – UEG/UnUCET Pedro Paulino Borges - Mestrando em Recursos Naturais do Cerrado – UEG/UnUCET João Carlos Nabout - Prof. Dr. / Orientador – Laboratório Bioecol – UEG/UnUCET |
INTRODUÇÃO: |
A comunidade fitoplanctônica é composta por organismos de elevada diversidade que flutuam na coluna d’água, sendo um importante elemento ecológico na caracterização dos ecossistemas, pois estão nas bases das cadeias alimentares e portanto, são organismos responsáveis pela manutenção dos ambientes aquáticos. Os lagos urbanos são bons modelos para se testar o efeito de processos ambientais e dispersão na estrutura das comunidades fitoplanctônicas, visto que a compreensão dos mecanismos responsáveis pela dispersão das comunidades biológicas podem ser de grande utilidade para aperfeiçoar programas de monitoramento ambiental. A diversidade de espécies possui basicamente três componentes em um contexto espacial, a alfa que é a riqueza local de espécies, a beta que é a mudança de espécies ao longo de um gradiente ambiental e a diversidade gama que se caracteriza pelo número total de espécies da região de estudo. A diversidade beta tem sido ainda, dividida em dois componentes, turnover que é a mudança de espécies e nested que é a perda de espécies ao longo de um gradiente espacial. Os estudos de diversidade (alfa, beta e gama) são de grande importância para compreender a dinâmica ecológica das comunidades e se necessário for, pode se propor medidas de conservação. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
Investigar a suficiência amostral por meio de extrapoladores de riqueza e estimar os padrões de diversidade alfa, beta e gama da comunidade fitoplanctônica em lagos urbanos. |
MÉTODOS: |
As coletas de dados foram realizadas em 09 (nove) lagos urbanos, localizados no município de Goiânia- GO, no período Seca de 2009. Foram coletadas amostras de 100 ml na sub-superfície da coluna de água, foram fixadas no momento das coletas com lugol acético modificado e posteriormente estocadas no escuro. As amostras foram identificadas em microscópio óptico com um aumento de 40x. A partir dos dados de presença e ausência das espécies obteve-se os valores da diversidade alfa, beta e gama. A diversidade alfa foi obtida a partir da riqueza de espécies de cada lago amostrado. O valor da diversidade gama foi estimado através do extrapolador de riqueza não paramétrico jackknife 1. Fez-se também o cálculo da diversidade beta, que ainda foi particionada em mudança e alinhamento. As análises foram realizadas, utilizando o programa R. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
Nos 9 lagos amostrados foram encontrados 127 espécies distribuídas em 11 classes. A classe com maior número de espécies foi Chlorophyceae com 59 espécies, e a espécie mais frequente foi o Monoraphidium contortum, encontrado em 7 lagos. Houve variação na riqueza de espécies entre as lagos, no qual, o lago que apresentou o maior número de espécies foi a lago 1 (praça da liberdade), com 41 espécies e a com menor número foi a lago 6 (parque Flamboyant), com 12 espécies A diversidade gama foi de 127 espécies para toda a área de estudo investigada. O extrapolador de riqueza jackknife 1 prevê mais espécies para o ambiente de estudo com base na exploração da riqueza gama, sendo que o número de espécies preditas foi de 199. Portanto o valor da contribuição relativa foi de 63% da biodiversidade dos lagos. A diversidade beta para a região de estudo, apresentou um valor elevado de 0,88 o que evidenciou que ao longo das lagos pesquisados a composição de espécies é fortemente distinta. Além disso, quando particionada, a diversidade beta apresentou valores de turnover (0,85) e alinhamento de (0,03). O elevado valor de turnover sugere que entre os lagos ocorre elevada mudança na composição das espécies e pouca repetição. |
CONCLUSÕES: |
No presente estudo, o fitoplâncton dos lagos artificiais urbanos foi caracterizado principalmente pela elevada riqueza de espécies. Os lagos estudados apresentaram composição específica distinta, como indicado pela diversidade beta. O elevado valor de diversidade beta e turnover evidencia que há uma significante mudança da composição de espécies ao longo do gradiente espacial. De forma geral, a região foi bem amostrada, visto que foi obtida uma alta contribuição relativa, indicando que a amostragem foi expressiva, porém o estimador de riqueza prevê mais espécies para a área de estudo. A elevada diversidade beta (principalmente turnover) indica que os lagos são muito distintos (em composição de espécies) portanto, são necessários amplos mecanismos de conservação que contemplem as especificidades de cada lago. |
Palavras-chave: Fitoplâncton, Monitoramento ambiental, Substituição e alinhamento. |